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Natanael Gonçalves Dias

Mulheres: todos os dias são delas

| 09.03.18 - 14:44
Dia 08 de março - Dia Internacional da Mulher. Vejo lindas homenagens a elas nas mídias sociais. Algumas mulheres até ganham flores. Mas, será que sabemos a origem dessa data? Então, senta que lá vem revolução! Ao contrário de outras datas comemorativas, esse dia não foi criado com intuito comercial e, embora tenha se oficializado somente em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), era celebrado bem antes, no começo do século 20, com protestos de mulheres pelos Estados Unidos e países da Europa. A reivindicação: melhores condições trabalhistas em campanhas iniciadas dentro do movimento socialista.
 
Por mais que essa comemoração tenha uma origem trabalhista, hoje é ligada a reivindicações de igualdade de gênero em protestos pelo mundo. No entanto, percebemos que o que mudou de lá para cá é que atualmente as mulheres estão expondo mais seus problemas, se empoderando por meio da música, da arte, dentro de suas casas, do seu protagonismo no mercado de trabalho. A realidade é que, apesar disso, ainda há muita coisa para ser conquistada.
 
Uma prova é que, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) publicados em 2018, o Brasil é apontado como quinto maior no mundo em taxa de 'feminicídio’. Os feminicídios são assassinatos de uma mulheres simplesmente pelo fato de ser mulheres, pelo sentimento de perda de posse e controle do homem em relação à parceira.
 
Diante da realidade, que tal substituirmos as declarações de carinho nas nossas bolhas virtuais pelo respeito, amor e compreensão no dia a dia às nossas mães, avós, tias, irmãs, primas, esposas, namoradas, filhas, funcionárias, chefes, amigas e, tantas outras, que são casadas, solteiras, comandam famílias, que se tornam mulheres, que geram filhos, que optam por não gerar filhos e até presidem uma nação?
 
Ah, e não podemos nos esquecer também das travestis, mulheres trans que são expostas à marginalidade e violência, desde cedo e que infelizmente estão incluídas na lamentável estatística que aponta o Brasil como o país que mais mata travestis e transexuais, de acordo com publicações de 2018, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA).
 
A pesquisa da Associação faz referência àONG Transgender Europe, que aponta que o país assassina uma pessoa trans a cada 48 horas, e as motivações para esses crimes sempre são referentes ao desafio das vítimas de transpor os papéis de gênero para o feminino.
 
Portanto, vejo que esse dia é mais marcado por sangue, suor, lágrimas, lutas e que a batalha continuará árdua nos próximos tempos sombrios de conservadorismo que paira sobre o mundo. Mas sempre acredito que com debate e resistência poderemos ter esperança por mudanças significativas.
 
No entanto, aqui e agora, todos nós podemos começar pequenos progressos no cotidiano, tais como dividir as tarefas domésticas com as mulheres da nossa vida, evitar piadas, evitar o assédio e, até mesmo, proponho especificamente aos homens um desafio um pouco mais ousado, que é o de se produzir como uma mulher e sentir as reações sexistas e transfóbicas na pele e em público.


*Natanael Gonçalves Dias é jornalista

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