Paris, Milão, Londres? Nada disso. A escolha foi Oslo, capital da Noruega. Hein? Onde fica isso? Confesso um pouco da minha ignorância geográfica quando fui surpreendida pela minha irmã de que o nosso destino de final de semana seria a capital de um dos países escandinavos.
Não conhecia nada sobre a cidade, então nem sabia o que esperar, a não ser frio, muito frio, porém estar no verão me tranquilizava um pouco. Quando chegou o dia de partirmos não estava nenhum pouco empolgada para deixar a Dublin dos pubs e baladas rumo à desconhecida Oslo.
Aterrissando no aeroporto Rygge (quem for, ficar atento, pois é fácil confundir, já que Oslo tem outros dois aeroportos: Torp e Gardmoen) previ que a viagem seria entediante: na imigração, a atendente muito educada, mas fria como uma pedra (mal de quem trabalha em imigração?), o aeroporto menor que o nosso “queridinho” Santa Genoveva, porém, muitíssimo organizado (ainda não sabia da existência dos outros dois), nada de casa de câmbio (a Noruega rejeitou duas adesões à União Européia, portanto lá não se usa o Euro e sim o Kroner Norueguês, chamado de NOK, e você precisa de milhões deles para qualquer coisa). Enfim, pegamos um shuttle, que nos levou até a estação de trem e de lá seguimos rumo a Sentralstajon.
Começou aqui a minha história de amor com aquele país nórdico. A viagem de uma hora de trem do aeroporto ao centro da cidade é fantástica. No caminho você enxerga um mar tranqüilo e azul marinho, as fazendas de plantações de aveia, as fazendinhas de criação de gado estabulado (são muito pequenas e muito parecidas com aquela cena do aparelho de medir pressão ocular), as casas todas de madeira, muito parecidas umas com as outras.
Na estação central é tudo muito moderno, a maioria das pessoas fala inglês (já que norueguês é algo entre o grego e o japonês), todos são muito educados (não disse agradáveis, comos os irlandeses, mas educados) e pegando um mapa na central de informação turística (existe uma em cada região da cidade) é possível conhecer bem o lugar. Saindo de lá, pela avenida principal da capital norueguesa, Karhl Johans Gate, você já percebe a riqueza do país, as ruas largas e os meio-fios e faixas de pedestres feitos de granito, as principais grifes do mundo, os cafés bem charmosos (todos com pashminas nas cadeiras de fora para proteger os clientes do frio), fontes e esculturas por onde quer que você olhe, tulipa de todas as cores (inclusive negras), todos os prédios muito antigos e muito bem conservados e repaginados internamente. Seguindo esse trajeto, passa-se pelo Parlamento (Stortinget), pelo Teatro Nacional, pela Faculdade de Oslo.
Ao final da Alameda, vi um dos cenários mais belos da minha vida: no meio de um lindo parque, o Palácio Real (com a bandeira vermelha hasteada, sinalizando que o Rei estava lá). Isso tudo com um sol brilhante, às dez horas da noite.
São centenas de museus na cidade. Impossível conhecer a metade deles em um único fim de semana. Arte e cultura para os noruegueses são essenciais, junto deles, várias bibliotecas e outras exposições temporárias. O prédio que abriga a Ópera e o Ballet Nacional é um dos projetos de arquitetura mais premiados do mundo. A Casa do Nobel da Paz abriga uma exposição multissensorial onde você é capaz de ver, sentir e escutar tudo sobre Alfred Nobel e os ganhadores do prêmio mais prestigiado do mundo, te desperta emoções incríveis.
Não vi pobreza em Oslo. O que vi foi uma sociedade muito rica, muito culta e muito patriota. Até as crianças carregam a bandeira do país em suas bicicletas. A notícia do atentado me assustou, já que nos meus dias por lá não foi possível perceber nenhuma crise entre governo e população, diferente do que se percebe em Portugal, por exemplo. Creio que foi um caso isolado, de um extremismo exacerbado que não voltará a acontecer.
Sobre a capital norueguesa, digo que a primeira impressão não é a que fica e que, se for possível, lá estarei eu de novo. E não tardará.
P. S.: Jeg elsker deg significa eu te amo, em noruguês.
Carolina Pereira é presidenta do PMDB Jovem de Goiânia