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Giselle Brandão

Resposta ao texto Marcha do Todinho

Jovens foram às ruas por melhorias | 20.08.12 - 16:09
Caro Pablo, foi com muita tristeza e decepção que li seu texto (A Marcha do Todinho). Pelos comentários e opiniões que sempre ouvi, principalmente na rádio Interativa, você me passava a ideia de ser um jornalista que sempre admirei, pela inteligência e opiniões. Mas neste episódio, mostrou-se desrespeitoso, não pelo posicionamento a favor das cotas, mas pela forma anti-democrática e preconceituosa como se referiu ao movimento.

Queria deixar claro, que assim como muitos que participaram do movimento, não sou totalmente contra as cotas. Não concordo em ser responsabilizada pela  ineficiência do sistema de educação e ter que pagar por isso. Sou de classe média, trabalho 10 horas por dia para manter meus filhos numa boa escola, para que estejam preparados para entrar numa boa faculdade.

Quando falamos em excelência no ensino superior, temos que nos referir às federais, visto que as boas faculdades particulares custam em média R$ 3 mil,  tornando assim impossível manter um filho nesta instituição. Não sou uma burguesa que não deixa seus filhos andarem de ônibus ou que não coloca os filhos na escola pública por achar que o status é estudar na rede particular. Eles não andam de ônibus porque o sistema de transporte público no nosso país não funciona, assim como o ensino público. Só me resta trabalhar muito e arcar com um custo que não era para ser meu, pois nosso país tinha que oferecer este serviço que é nosso por direito.

Me incomodam muito as desigualdades neste país, e bem diferente do que você colocou no seu texto, os jovens da classe média e alta também têm esta preocupação. Se tivesse acompanhado o movimento, teria constatado que as colocações feitas por eles iam muito além do aumento das cotas. Eles questionaram projetos para melhoria do ensino público, projetos estes que nunca foram feitos desde que os 20% foram instituídos, o que nos faz duvidar sobre o que seria feito com o aumento para 50%. Questionaram os salários dos professores e dos políticos do nosso país e pediram o fim da corrupção.
 
Agora, o mais bonito disso tudo foi ver 1,5 mil jovens nas ruas lutando por melhorias neste país. Por isso é muito triste vermos profissionais da imprensa, que ao invés de incentivar atos como este e ponderar os pontos que levam a discussão tanto a favor como contra as cotas - pois quem sabe assim chegamos a uma proposta mais justa para os dois lados - expõem o movimento de forma pejorativa, deselegante e preconceituosa. Colocando estes jovens como imaturos, que só pensam em futilidades... bem diferente do que eles mostraram.

Devemos lembrar que não é feio ter dinheiro, não é feio ter tido oportunidades. Feio é roubar, roubar na saúde, na educação... Feio é ser corrupto e não trabalhador, feio é não pensar no próximo, é ser preconceituoso, é não aproveitar e reconhecer os esforços e o trabalho que seus pais fazem por você. Feio é usar drogas e não tomar Todinho. Não é feio levar os filhos nos lugares. Feio é ter vergonha dos pais. Não é feio ter uma roupa da moda, feio é achar que você é melhor que o outro porque a tem... Enfim não é feio protestar, feio é não respeitar e ponderar o ponto de vista do outro.

Giselle Brandão é personal trainer e professora de pilates

Comentários

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  • 31.10.2012 14:48 Augusto campos butenco

    Realmente, o preconceito contra gente que tem todinho na geladeira, vestem roupas caras da moda, e conseguem optar por não usar o transporte público é imenso, é uma parte da sociedade que está em uma situação de grande sofrimento, precisamos criar movimentos para defender as condições deles. Afinal, eles não são fúteis, com certeza eles fariam uma marcha em pról da educação pública e de todas estas coisas citadas no texto sem que fosse necessário para isto que eles perdessem parte das vagas destinadas a eles (já que, quem vivencia a educação publica já tem pra si que não consegue entrar), o fato de eles só terem começado a se preocupar depois do começo das cotas é coincidência, parabéns pelo texto, mostrou muita consciência social!

  • 28.08.2012 12:51 MARCELO MARTINS

    Estamos falando de dois pontos de vista, um defende medidas a curto prazo e o o outro medidas a longo prazo.Se n??o estivessemos no brasil defenderia o 2??.

  • 27.08.2012 09:19 Ubirajara Machado de Oliveira

    Ser pobre e incompetente nos estudos ?? requisito para ser cotista. Brasil: aqui vale a pena ser fraco intelectualmente.

  • 27.08.2012 09:09 Ubirajara Machado de Oliveira

    Boa resposta.

  • 26.08.2012 23:30 Julia

    Acho que ninguém aqui deseja cotas, todo mundo queria que fosse possível competir de igual pra igual. Mesmo que o ensino público passe por mudanças extraordinárias em quanto tempo seria possível notar tais mudanças? 10? 15 anos? Não é do dia pro outro que ocorre a melhora do ensino público e é injusto ignorar a população que nao pode desfrutar de um ensino impecável pq cursou o ensino médio durante essa transição. Azar o deles? Que refaçam o ensino medio? Acho deprimente um bando de aluninhos irem exigir o fim das cotas. Mas, se estivessem lá exigindo melhora por educação, e o uso das cotas como medida paliativa para que pudessem ser reduzidas ao longo dos anos, aí sim teriam o meu total apoio, sim, sou cotista. Mas, o que deu a entender é que eram um bando de alunos de boa condição achando ruim que irão dificultar a entrada deles na federal e pra não parecer q são extremamente egoístas dizem: "não à cotas, mas sim à educação". Mas será que realmente estão se importando com a educação? Oq evidencia bastante o que o prof da PUC, Aldimar Jacinto, disse em relação as escolas privadas “Essa educação oferecida é meramente técnica, individualista e mercadológica. Não há relação, necessariamente, com desenvolvimento social e humano”

  • 23.08.2012 07:47 Nayara Peixoto

    Giselle parabéns pelo seu texto! você conseguiu exprimir e relatar com maestria o que de fato é preocupante em nosso país. Afinal como você mesma diz :" devemos lembrar que não é feio ter dinheiro, não é feio ter tido oportunidades. Feio é roubar, roubar na saúde, na educação. Feio é ser corrupto e não trabalhador, feio é não pensar no próximo, é ser preconceituoso. "

  • 23.08.2012 02:57 75%Jesus

    Reconheço o seu esforço giselle. Quando você reconhecer o esforço que as mães pobres fazem para manter seus filhos na escola pública, verá que a cota de 50% para alunos destas escolas é muito justa.

  • 22.08.2012 09:46 Lázaro F. Palazzo

    Kkkkkkkkkkkkkkkkk e mais um pouco de kkkkkkkkkkkkkkssssss!!!! gente, gente, jente (tem gente de todo tipo)! como vocês não me avisam. poxa, sacanagem, me fizeram pagar o maior mico. ninguém me avisou que tudo não passava de uma grande piada. o "pablo passoka", diga-se pablo kossa (interativa fm, "papo cabaã?o", a redação, jaime câmaraâ?¦) e o "o piniquito", diga-se @hmorgantini, henrique morgantini (prefeitura de anápolis, interativa fm, blá, blá, blá), estavam apenas zoando, curtindo, tirando uma onda, trolando, achincalhando o seu público e os patrocinadores dos seus programas. vocês são foooooda, me deixaram cair numa piada fraca desta, mas depois de ficar boa parte dos últimos dois dias, lesionando o meu cérebro, lendo os seus posts e ouvindo os seus programas, cheguei a uma conclusão definitiva, os caras podem ser jornalistas fraquiiiiiinhos ou radialistas medíocres, mas de uma coisa vocês tem que concordar comigo, os caras são comediantes de primeira linha. inclusive, deveriam aproveitar que estão na mídia e no meio artístico e formar uma trupe, quem sabe, os novos trapalhões!! passoka e piniquito!!! mas nem tudo foi em vão, descobri uma nova distração além do horário eleitoral e de alguns programas religiosos!! agora sim, tem o meu aval, podem acrescentar em seus currículos, comediantes, e com muito orgulho! como já dizia tito flávio vespasiano, "ao povo pão e circo", eles estão fazendo a parte deles! me desculpem,laura caetano, bia tahan, aracelly cantuário, cristina tiburcio, pollyana palazzo, henrique tibúrcio perfil ii, ricardo gimenes ferri, danilo suassuna, luiz fernando fleury jr, patricia finotti, julia caetano, talita dias, laura jardim, etc, etc e etc. Por tê-los envolvido em tão infrutífera discussão, mas fui tão vítima quanto vocês da piada infame destes comediantes. bom, mas sem perder mais tempo com o assunto, encerro aqui a minha participação no mesmo, com uma grande e gostosa gargalhada. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!! até a próxima!.

  • 22.08.2012 09:38 Renato N. Prado

    Giselle, quando se trata de direitos é muito fácil defender o seu. Eu concordo com o artigo do pablo, mesmo tendo ressalvas quanto ao uso de esteriótipos. O transporte público "funciona" sim para a maioria dos goianos que dependem dele para ir às escolas que você considera indignas. É claro que muito tem que ser feito para melhorar, que tal pedir para esses jovens, que não tem que trabalhar no returno da aula para ajudar em casa, fazerem alguma coisa em prol da sociedade em seu dia a dia. O protesto foi algo para a imprensa ver. É dever de todos o engajamento no social. Nossa sociedade não se engaja, por isso os políticos deitam e rolam, porque representam uma sociedade indiferente.

  • 21.08.2012 08:23 Claudia Rodrigues

    Giselle concordo plenamente com vc , eu tbm sou uma mãe que trabalha o dia todo ralo para caramba , para poder infelizmente pagar uma escola boa para minhas filhas , mas porque o nosso país não tem um educação ainda de qualidade , gostaria eu de não poder pagar uma escola particular , mas para poder passar em uma faculdade federal , infelizmente tenho que ralar de mais e pagar uma escola particular . Quanto ao pablo tinha uma outra visão sobre ele e ate gostava de ouvir seus comentários . Minha filha participou desta marcha e achei legal , pois como vc mesmo falou ela não estava lá para que não tivesse as cotas , mas brincando por algo melhor.

  • 21.08.2012 06:51 francisco de paula

    ola profssora giselle a minha indignação e exatamente essa. fiquei muito triste em saber que alguns jornalisatas ainda se posiciona imparcialmente. valeu pela resposta fco de paula.

  • 21.08.2012 11:20 Talita Dias

    Sr. Pablo kossa, parte da minha vida (escolar) usufrui do "todinho". não porque tive as melhores condições, e sim porque tive o melhor que meu pai e minha mã?e puderam me dar. a outra parte, colégio público, polivalente modelo. eu também me alimentei na cumbuca azul. não era o melhor colégio, tampouco, o mais caro. porém, foi tudo o que eles puderam me dar na fase crítica de nossas vidas, financeiramente falando. hoje, mãe de dois filhos, sinto a mesma vontade/necessidade, de dar o melhor aos meus filhos. e na minha concepção, os colégios públicos ainda deixam muito a desejar. não é uma crítica aos educadores, longe de mim. sabemos exatamente de onde vem a â??deformidadeâ?? da educação pública. estou ciente de que uma educação de qualidade não se atribui apenas a colégios privados. Mesmo porque, assim como na educação familiar, uma parte é instrução. e sigo eu, acreditando que as cotas, são apenas para acobertar o problema principal que é a péssima qualidade da educação pública. ps: eu, assim como você, tenho todo o direito de ter uma opinião, contudo, acredito que a forma como você tem tratado o assunto, não tem ajudado muito. o problema em questão, não é o sucesso ou fracasso do movimento/manifesto. *giselle brandão, faço suas as minhas palavras. :).

  • 21.08.2012 11:12 Kassio Costa

    Vocês questionam o motivo pelo qual se dará 50% das cotas aos alunos oriundos de escola pública. Será que se questionam ou acham justo que atualmente mais de 90% das vagas destinam-se a alunos de escolas privadas? e mais. Se o ensino público é tão ruim, por que lutam tão arduamente para colocar seus filhos em escola pública? no dizer da autora o ensino público não presta mesmo. Incoerência os fundamentos. concordo que o ensino deve melhorar e muito, mas acreditem, vocês estão defendendo interesses escusos de grandes escolas, mesmo que sem saber, ou se sabendo, defendem de má-fé mesmo. Não é nivelar por baixo, é resolver algumas distorções, ainda que paliativamente. kássio costa - filho de retirante nordestino, ex-aluno de colégio público, ex-universitário da puc-go por meio de bolsa e advogado militante em goiânia.

  • 21.08.2012 10:11 Percival Henrique da Silva

    existem dois lados e claro cada um defende o seu, aqueles que podem pagar boas escolas para seu filhos - mesmo que para isso passem por sacríficios inimagináveis - e os que sempre estudou em escolas públicas porque a sua renda mal daria para uma manutenção básica como alimentos diários e quiça algum lazer. agora seria de uma hipocresia tamanha pensar que esses alunos que viveram parte de suas vidas em escolas do mec, concorreria em igual posição com os que estudaram em wr, visão, opímpo. entendo que a forma de cotas é uma maneira paleativa e não podemos viver séculos dessa maneira. Contudo é uma maneira de mitigar, mesmo que por algum tempo, uma desigualdade social.

  • 21.08.2012 07:14 Anna

    Creio que ler este texto deixou mais claro aquela ideia de que cada um entende o que quer de algo, realmente entendo o seu o ponto de vista e respeito mas não creio o texto "marcha do toddynho" tenha discriminado aqueles que têm condições de pagar uma boa escola privada. Sou aluna de escola privada, uma das mais renomadas de goiânia e acordo todos os dias 05:30 da manhã pra me arrumar e pegar um ônibus para ir para a escola, não me importo até porque não fui criada pra achar feio ou "coisa de gente inferior" andar de ônibus, na verdade adoro a liberdade que isto me dá, de não depender de meus pais pra tudo, estudo muito todos os dias para garantir boas notas, uma vaga na melhor universidade do país e um desconto que meu colégio oferece para quem têm boas notas, afinal, minha mãe trabalha assim como você praticamente o dia todo e todos os dias e faz isso em grande parte pra me garantir um bom futuro e creio que se minha mãe, que estudou a vida toda em escolas do estado, tivesse tido a oportunidade que as cotas vão oferecer pras mães do futuro teria garantido um futuro muito melhor. O grande problema é o fato de que grande parte dos pais hoje educam seus filhos como se estes fossem únicos no mundo e foi isso que vi ser criticado no texto que li, não digo que você cria seus filhos assim então não leve para o lado pessoal mas muitos o fazem e oferecer uma oportunidade pra quem não vive assim é o mínimo que podemos fazer.

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