Goiânia - Conheço uma menina que é autêntica, tem um estilo próprio e ai de quem tentar impor o contrário. É bonita e tem um corpo de dar inveja a muitas mulheres. Ela usa e abusa de roupas curtas, com brilho, está sempre de salto alto e maquiada. É assim todos os dias, nunca a vi de outro jeito. Se ela sente à vontade? Mas que pergunta boba!
Esse estilo ousado e provocativo tem invadido a TV, revistas e até as passarelas. Os estilistas sempre usam a justificativa que o Brasil tem um clima tropical e a mulher daqui é naturalmente sensual. Antes até era criticado, se chegasse uma mulher usando uma roupa com pouco tecido, boa parte das pessoas já olhavam e apontavam (mesmo que em pensamento): “aquela ali é piriguete!”.
Bom. Não é de hoje que vejo nas ruas uma proliferação de mulheres querendo adotar essa postura pseudo sexy. Pode entender postura como roupa mesmo, pois é ela a encarregada de levar uma impressão de você para as pessoas. Um vestido bem justinho com decote e pernas à mostra já chega na frente avisando: aqui tem uma mulher poderosa, destemida, ousada e muito segura. Mas será que é sempre assim?
Pois o que percebo é uma quantidade grande de mulheres que estão insatisfeitas com o trabalho, a vida pessoal em crise, autoestima muito baixa e aquela insegurança terrível. Parece ser mais fácil se esconder atrás de roupas que muitas vezes nem fazem parte do seu estilo. E o problema é que sempre fica aquela sensação que está faltando alguma coisa, que não está verdadeiro, e sem contar no maldito decote que precisa ser ajustado de cinco em cinco minutos. Você percebe claramente que a pessoa não está à vontade.
Seria legal demais se um vestido pudesse resolver todos os problemas, a gente que cria moda poderia ter o orgulho de falar que também salva vidas. Mas não é assim, uma roupa ajuda sim a melhorar a autoestima, faz com que a mulher se sinta bonita, mas não é tudo! Primeiro a gente cuida de dentro, depois de fora. Aí fica a seu cargo escolher qual estilo de roupa te deixa bonita e te faz sentir segura. Ela pode ser curta, ou não.
O que não vale é compensar solidão, aquele último fora e carência em uma roupa curta, que vai acabar chamando atenção sim dos homens... Só que muitas vezes dos errados. O resultado é "vulgar sem ser sexy"! O que adianta? O problema nunca foi a roupa curta, mas sim a falta de personalidade e atitude.
Nadima Chalup Ribas é designer de Moda, especialista em Marketing.
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