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Jales Naves

Projeto Goianidade

É hora de se pensar Goiás de uma forma nova | 21.04.13 - 17:12


Goiânia - O Projeto Goianidade, que lançamos nos anos 1980 quando presidimos, por dois mandatos, a Associação Goiana de Imprensa (AGI), tinha um objetivo básico: a união de forças em todos os níveis – social, econômico, politico etc. –, reunindo todos os segmentos para a discussão e definição de uma pauta comum de reivindicações do Estado de Goiás. Ao mesmo tempo, permitir a articulação de ações conjuntas em prol da consecução dessas propostas, de forma a contribuir para o desenvolvimento goiano como um todo.

Na época, sentindo esse vazio de projetos, de ações conjuntas e de preocupação em reunir a todos pelo bem do Estado, levamos a ideia ao Governador, à Assembléia Legislativa, ao Tribunal de Justiça etc. Na sequência, aos partidos políticos, às instituições de ensino, às entidades sindicais e religiosas, aos veículos de comunicação, enfim, aos goianos, de forma a abarcar o maior leque possível de lideranças para essa discussão e definição dos passos a serem dados de forma conjunta e coordenada.

Infelizmente, a boa intenção ficou no papel, não avançando nos estudos, nas ideias e nos projetos coletivos. Cada um continuou em seu canto, brigando isoladamente, sem uma ação comum, de todos, em todas as áreas, enfraquecendo uma proposta mais ampla.

Dias atrás, em Caldas Novas, onde participamos de um pequeno condomínio de chalés, lembrei-me do Projeto em conversa com o cantor Sirlon Rosa da Silva. Ele é um showman que nos orgulha pelas canções, pelo estilo descontraído de suas apresentações, pela alegria que transmite e pela interação que proporciona em seus espetáculos. Vive da música e chegou a fazer até 30 shows por mês, nas mais diversas regiões, não só goianas. E nelas, sempre acrescentava músicas que exaltam nossas belezas culturais, nossas riquezas, nossas mulheres, nossa tradição.

Falei-lhe de uma viagem de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, de carro, quando fui surpreendido com o cd de uma dupla, César Menotti e Fabiano, com belas canções, duas das quais, muito bonitas, enaltecendo Minas Gerais: “Minas não tem mar” e “Lugar melhor que BH”. Os dois não são mineiros, mas se radicaram na Capital mineira, conheceram e se encantaram com as belezas naturais e a cultura de Minas e cresceram na profissão a partir daquele Estado. Aproveitaram para destacar e valorizar essas questões em suas músicas.

Isso os inseriu em Minas e eles souberam retribuir.

Cobrei de Sirlon músicas que tivessem idêntico objetivo, que façam os goianos as cantarem onde estejam, como as canções dessa dupla: eles são paulistas, foram criados no Paraná e agora se tornaram definitivamente mineiros. Foi quando ele nos brindou com belas melodias que falam, justamente, sobre Goiás, nossa terra, seus valores, sua cultura, seus amores.

Indaguei-lhe o por quê de não serem conhecidas. Foi então que falou das dificuldades enfrentadas pelos artistas, citando o caso dele, que viu seus projetos, para inclusão na Lei de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Goiânia, serem recusados, e os aprovados não terem o mesmo valor e a mesma dimensão do trabalho dele.

A vinda a Goiânia do cantor Paul McCartney foi uma iniciativa muito interessante do governador Marconi Perillo, que realiza importantes projetos culturais, mas que caminha de forma tímida e descoordenada, nem sempre atingindo os objetivos. A área cultural, hoje em disputa por um mesmo grupo político, acaba sendo prejudicada por essa briga, e Goiás como um todo sai perdendo.

É hora de se pensar Goiás de uma forma nova, com o envolvimento de todos, e utilizar a liderança, sensibilidade e articulação do Governador, inclusive na retomada do Projeto Goianidade. Assim, pensar no coletivo, no conjunto, para que possamos melhor aproveitar essa estratégia, como a vinda a Goiânia do ex-beatle, que projeta Goiás, e o patrocínio para quem efetivamente luta e faz por sua terra.


 Jales Naves, jornalista, participou da direção da Associação Goiana de Imprensa (AGI) em quatro mandatos: 1983/85, diretor-secretário; 1985/88 e 1988/91, presidente; e, 1991-94, presidente do Conselho Deliberativo.

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