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Leonardo Santos

Rock in Rio e os diferentes estilos

A dificuldade de aceitação | 26.09.13 - 10:33
 
Goiânia - O Rock in Rio é o espelho da globalização, da diversidade e da velocidade em que o mundo se encontra hoje em dia. Mas isso pega algumas pessoas muito de surpresa. Se torna difícil para elas aceitarem que a vida de hoje admite tantas possibilidades diferentes das suas.
 
A começar pelo nome. Já deixa os roqueiros endemoniados, por acreditarem que um evento que contém o nome rock em seu título, jamais poderia ter outro estilo, senão esse. É um festival comercial (talvez um dos maiores do planeta) e a família Medina faz dele e do nome, o que quiserem. Você já começa a perder o controle aí.
   
Num dia você vibra com um ídolo e noutro, mal consegue entender como tem tanta gente cantando a música (em inglês) de um artista, que você sequer sabia que existia. Isso também te deixa confuso. Não consegue sequer imaginar como alguém pode gostar daqueles ritmos, daquela sonoridade, muitos perdem a linha e começam a chamar de lixo, porcaria, etc…
   
Muita gente tem um estilo musical preferido e geralmente um oposto detestável. Por exemplo, quem gosta de música calma, relaxante, geralmente detesta música eletrônica, barulhenta, agitada.
   
Quem gosta de música pesada geralmente detesta vocais melodiosos, adocicados, e por aí vai…
   
Mas o grande desafio é analisar um estilo musical sem apego ao seu. Isso é extremamente difícil de se fazer. O gosto pessoal está tão impregnado, que mesmo quando uma pessoa tenta ser imparcial ela deixa escapar um preconceito. A frase começa mais ou menos desse jeito: - Eu sei que fulano faz sucesso, mas…
   
Esse “mas” é o indício de que você não consegue analisar neutramente, nada que não esteja no seu umbigo musical. Isso é tão comum! Basta ver as gerações discutindo “o que é música”. Um avô, um pai e um filho, discutindo em qual época foi feita a “melhor” música. Nunca chegarão a um concenso, por quê gostos musicais estão ligados à emoções e emoções envolvem individualidade, subjetividade.
   
Resumindo, não dá para discutir gosto musical, assim como religião, mas a música nos “discute”. Ela evidencia a ERA em que estamos vivendo, goste você disso ou não. O Rock in Rio nos obriga a encarar a diversidade, a mesma que estamos vivendo nas ruas. Nos obriga a engolir a multiplicidade, a mesma que estamos vivendo nas ruas. A influência da mídia, da internet e dos smartphones. A mesma que estamos vivendo nas ruas, juntamente aos protestos (até isso foi  parar lá “dentro”). Nos obriga a procurar de novo o sentido e o espírito do rock, seja lá onde ele tenha ido parar.
 
Leonardo Santos é Dj, Produtor Musical, Redator, Diretor e Professor Universitário.
 

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