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Thiago Peixoto

Por uma reforma da Educação

Ensino necessita de mudanças profundas | 26.09.11 - 15:45


O resultado do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2010, divulgado recentemente, evidencia a necessidade de mudanças profundas nessa etapa do ensino nas escolas públicas de todo o país e, em particular, na rede pública em Goiás. O nosso estado manteve a 16ª posição no ranking nacional do exame, embora tenha melhorado a média geral. As escolas da rede estadual cresceram, em média, 2,2%, mas ficaram abaixo do avanço registrado pelas escolas estaduais no país, que foi de 3,5%. São dados importantes, embora reflitam apenas parcialmente a realidade de nossas escolas.

 
Por não ser obrigatório, o Enem deixa fora da avaliação muitas unidades educacionais, principalmente as públicas, que precisam, definitivamente, estimular seus estudantes a fazerem as provas. Das 600 escolas estaduais que oferecem o ensino médio em Goiás e onde estão matriculados 85% dos cerca de 270 mil alunos do ensino médio de todo o estado, 574 participaram do Enem. É um número expressivo, entretanto, apenas seis delas registraram mais de 75% de participação dos seus alunos. Enquanto no restante do país 50% dos estudantes de escolas públicas fizeram o Enem, em Goiás, esse índice foi de 35%.
 
O agrupamento de escolas por índice de participação dos seus alunos, adotado pelo Inep/MEC na aplicação do último Enem foi um avanço. Mas, é preciso aprimorar ainda mais esse sistema de avaliação. O Enem deve tornar-se obrigatório em todas as redes educacionais, em todas as escolas e para todos os estudantes. Os resultados também devem ser divulgados com mais rapidez, para dar ao Estado a oportunidade de rever o ensino e corrigir rumos, de forma mais eficiente. Só assim, com todos participando, o Enem servirá realmente de diagnóstico do ensino médio, ampliando, ao mesmo tempo, consideravelmente e de forma progressiva, as chances de acesso dos nossos alunos ao ensino superior.
 
Enquanto isso não acontece, a escola pública tem o dever de estimular a participação dos alunos da rede estadual, de incluí-los nesse processo que pode levá-los à universidade pública e ao ensino superior particular, por meio das bolsas do Prouni. Mais que isso, de prepará-los, e bem, para as avaliações do Enem e as demais avaliações internas e externas. É isso que iremos fazer na rede pública estadual.
 
E para preparar bem nossos alunos, é preciso, antes disso, preparar nossos professores. As diretrizes da reforma educacional, apresentadas para o debate com a sociedade no início de setembro, prevêem, como um dos pilares, um sólido programa de formação continuada voltado para o aperfeiçoamento dos professores de toda a rede, inclusive, os de ensino médio. E não apenas os professores de 3º ano, mas dos três anos, que são decisivos na vida dos nossos jovens.
 
Na rede estadual em Goiás, 227 escolas de ensino médio adotam o ensino médio ressignificado, com currículos diferenciados e com semestralidade, atendendo mais de 60 mil alunos. Mesmo nessas unidades, entretanto, há necessidade de se aperfeiçoar o modelo de ensino e capacitar melhor os profissionais, para que os estudantes tenham realmente suas oportunidades ampliadas. As provas do Enem seguem esse novo modelo de Ensino Médio e suas provas são diferentes das provas de vestibular do país, com base na interdisciplinaridade e transversalidade.
 
Rever as estratégias para o ensino, aperfeiçoar os currículos, fortalecer as escolas e oferecer aos professores o suporte de que precisam para orientar nossos jovens. Essas são algumas medidas previstas na reforma e que vão mudar o ensino médio na escola pública da rede estadual. Além disso, vamos firmar parcerias com a iniciativa privada e outros órgãos públicos para inserir alternativas de preparação técnica profissional aos alunos, para que, ao concluírem a educação básica, estejam realmente preparados para o futuro. Rumo à universidade e ao trabalho.
 
 
Thiago Peixoto é secretário de Estado da Educação, economista e deputado federal licenciado.
 

Comentários

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  • 29.09.2011 11:59 Carlos tahan

    Acho que a luta pela educação vale todo o sacrifício, mas não será na revolta ou na revolução que vamos tentar melhorar o quadro que está a escola pública desde os anos 60 até hoje. A politicagem é um dos males do nosso tempo, mas o que for a favor da educação merece nossa presteza e apoio.

  • 26.09.2011 21:55 Henrique Toledo

    Thiago, parabéns pela lucidez e pela coragem de trabalhar pela educação em Goiás. O Estado precisa de propostas, não de malhação. A turma do quanto pior sempre vai existir. Agora, político que tem coragem de mexer em vespeiro, são poucos.

  • 26.09.2011 16:52 Fabricio Cavalcante @fabriciocava

    Digo isto, porque sabemos. Você não tem verba, o governo do estado finge te dar apoio. Eu digo apoio a educação mesmo, nossas escolas são sucateadas ha décadas e vão continuar assim. Você é uma andorinha sozinha e não vai ter verão novamente. O seu resultado é pífio, o resultado do estudante é pífio e o sálario do professor sério é abaixo de pífio. Professores relatam que são quase obrigados a aprovar o aluno para não baixar o nível da escola junto ao MEC, e o estado/secretaria apoia o método(não me venha dizer que não tem conhecimento disto). Temos vergonha da educação de Goiás, temos vergonha de você! Se você fosse sério mesmo, diria no grito o que falta ao estado para proteger a educação e assim, você vai ser mais um a ficar com a pasta e nem ser lembrado depois. Aliás, vai fazer de tudo pra ser lembrado nas eleições, isso sim. Se quer continuar escrevendo em jornal sério, vai ter que ouvir as cobranças também. Queira eu se a sociedade prestasse mais atenção em tudo que acontece. Vocês são uns irresponsáveis por não saber valorizar a educação. E tenho dito.

  • 26.09.2011 16:44 Fabricio Cavalcante @fabriciocava

    Thiago, com o perdão da palavra. QUEM VOCÊ QUER ENGANAR AQUI??

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