Todo início de ano é a mesma coisa. A gente promete emagrecer, ganhar mais dinheiro, pagar as contas, reeducar a alimentação, praticar mais exercícios, mudar os hábitos, fazer diferente... Acho tudo isso muito válido, faz bem essa dose de motivação que vem junto com o ano que se inicia. Afinal, sonhos e planos é o que nos move o tempo todo. Faz parte de nós, faz parte da vida.
Mas de nada adianta a vontade incontrolável de transformar tudo de uma vez. A mudança não é repentina, ela é gradativa, é semente que a gente rega hoje para dar frutos amanhã. E se não der, a gente tem que plantar de novo e de novo. Por isso, nesse ano que se inicia eu quero apenas me preocupar menos. As coisas chegam na hora certa e não exatamente quando a gente quer.
Eu não quero muito dinheiro, não quero um amor para vida toda, nem ficar igual modelo da capa de revista. Eu quero é ficar mais perto da minha família e dos meus amigos. Quero continuar acordando cedo, trabalhando duro e estudando muito. Eu quero cuidar da minha mente, da minha saúde e, só de tentar não fazer mal a ninguém, ser melhor a cada dia. Quero a paz de deitar a noite e ter a certeza de que o dia valeu a pena, e se não valeu agradecer a oportunidade de um novo dia para tentar de novo.
Eu quero conhecer melhor as pessoas que cruzam meu caminho e tirar delas o melhor que elas podem ser, e o pior também. Eu quero pegar a estrada toda vez que meu coração não couber mais na cidade, e quero voltar sempre que sentir saudades de casa. Eu quero fazer os outros felizes e com isso me sentir feliz também. Quero lembrar do meu passado com freqüência, porque ele é responsável pelo que sou hoje.
E para você, como diria Carlos Drummond de Andrade, eu desejo muitos desejos e que eles possam mover você a todo instante rumo à sua felicidade. Porque no fim, o que fica mesmo é aquilo nos faz sentir. E só.
Ana Clara Dias é jornalista, estudante do curso de Letras da Universidade Federal de Goiás e assessora de imprensa da Prefeitura de Aparecida de Goiânia.
