As feiras livres são os locais adequados para encontrar produtos frescos direto dos produtores rurais, ótima alternativa para refeições naturais, saudáveis e deliciosas. Nas feiras têm aqueles que observam, pechincham e procuram algo específico, mas sabemos que há aqueles que criam laços de afetividade, próximos da amizade, que rompe a relação comerciante-freguês. O que falta mesmo é estrutura para atender esse mesmo cliente com qualidade.
O feirante é um trabalhador itinerante, possui um trabalho árduo e pesado, com uma rotina que se inicia bem cedo, ainda no início da madrugada, com as compras dos produtos a serem comercializados naquele dia. Como o horário de funcionamento das feiras começa por volta das 07h, antes disso, os feirantes administram todo o trabalho de montagem das barracas e exposição de seus produtos. Mas cadê os espaços adequados para exposição dos produtos?
Subordinados às prefeituras, os feirantes precisam de uma licença para se manterem legalmente na atividade. O fator econômico motiva a insistência desse tipo de comércio, principalmente em Goiânia, onde o mercado de feiras é extenso e ativo todos os dias da semana.
Como feirante há 30 anos, vejo que estamos em situação de abandono e carecemos de projetos que melhorem nosso trabalho. Não quero ver "minhas raízes" se perderem, o trabalho que me garantiu tantas coisas boas na vida se desfazer aos poucos.
Precisamos de banheiros públicos para os feirantes e para os clientes. Precisamos de cobertura para as feiras livres, entre tantas outras melhorias. Além disso, falta aos feirantes uma assessoria que garanta esclarecimentos sobre o pagamento das taxas e direitos, como o da aposentadoria. Os feirantes de Goiânia precisa de mais atenção, de alguém que olhe por esses trabalhadores.
*Welliton Fassa é geógrafo e advogado