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Renato Theodório Borges

A banalização da informação

| 28.02.17 - 14:21

Goiânia - Gostaria de levantar uma questão pertinente para o cenário tecnológico em que vivemos atualmente: Qual o limite da nossa privacidade?
 
Acordamos conectados, damos bom dia e mandamos “selfies” com a cara amassada. Depois tomamos café da manhã, vamos ao trabalho, almoçamos, voltamos pra casa, vamos a uma balada, fazemos uma viagem e outras infinitas atividades sempre conectados. Estamos 24 horas por dia nos monitorando, como se a vida fosse um grande reality show.
 
Somos vaidosos, gostamos de curtir e ser curtidos. Somos solidários, gostamos de compartilhar os nossos bons momentos e os ruins também, principalmente os dos outros. Somos democráticos, gostamos de dar opiniões, mesmo que não sejam aceitas, pois o espaço é para isso mesmo, é a “Liberdade de expressão”. Somos sensuais, gostamos de mandar “nudes” e de expor nossa intimidade. Somos sensitivos, gostamos de ver pessoas mortas. 
 
Somos críticos, adoramos debater sobre futebol, religião, homossexualismo, gostos musicais e a vida dos outros. Somos cômicos, tudo que repercute vira “meme”. Somos políticos, sempre comentamos todas as postagens. Somos talentosos, sempre torcendo para nosso canal “bombar”. E também somos voyeurs, gostamos de observar a vida dos outros.
 
A difusão da internet trouxe em seu amago o conceito de globalização, que analisado por um certo ângulo, pode ser bastante positivo para a sociedade mundial como um todo. Informações em tempo real, abundancia de informação, educação a distância, comercio eletrônico, rapidez e qualidade na comunicação, grande acervo de pesquisa e entretenimento, a aproximação do povo com seus governantes, a aproximação dos fãs com seus ídolos, a aproximação de pessoas, entre outras infinidades de vantagens e oportunidades que a internet oferece.
 
Mas, para equilibrar o pêndulo da vida moderna, temos também o lado ruim da coisa. Pedofilia, ofensas morais, roubo de informações, fraudes, sabotagem, espionagem, racismo, preconceito, violência, são alguns dos inúmeros tipos de cyber crimes existentes. Vírus, malware, spyware, worm, trojan, spam, plishing, botnet, rootkit, ransomware, são as armas utilizadas por cyber criminosos que se aproveitam da ingenuidade e da ignorância da maioria dos usuários da grande rede.
 
E o ponto chave desta questão é a banalização da informação. Estamos nos expondo cada vez mais, compartilhando cada vez mais informações pessoais e familiares sem necessidade. Neste contexto, as redes sociais estão cumprindo direitinho seu papel, tornando-se cada vez mais invasivas e cobrando um preço cada dia mais alto para nos manter sociáveis. Preço? Mas as redes sociais são gratuitas... Sim, são gratuitas, o “preço” referido é a nossa informação que são disseminadas porque não lemos o termo de uso, ou não sabemos configurar a privacidade do aplicativo, ou simplesmente porque queremos mesmo aparecer.
 
Adoramos aparecer, mas não pelas qualidades intelectuais, e sim pelas físicas, quanto mais apelativo melhor. Os grandes portais de informação estão cheios de futilidades sobre as celebridades e as futuras celebridades que acabaram de entrar em um reality show. E nós adoramos isso. Estamos perdendo nossos valores morais e culturais. Estamos virando chacotas de nós mesmos.
 
Até que ponto vale a pena tanta exposição? Se a internet é considerada uma grande evolução tecnológica, por que não evoluímos com ela? Vivemos em um tempo em que somos chamados de “a sociedade da informação”. Então por que não usarmos isso de forma positiva? Por que não deixamos a banalização de lado e investimos em nosso poder de opinião?
 

* Renato Theodório Borges é gestor de Tecnologia da Informação.
 

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