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Rafael Barbosa

Desapega que a vida flui

| 02.01.18 - 17:00

Goiânia – Toda virada de ano o ritual é o mesmo. Damos uma olhada nas gavetas, no guarda-roupa ou naquele quartinho de entulhos da casa e num desses lugares encontramos aquele carrinho de bebê que já não usamos há um bom tempo, pois nossos filhos cresceram; ou aquele terno que há muito está esquecido num canto ou aquele belo conjunto de ferramentas ainda na caixa, que só depois percebemos que não seria tão útil. Pois pode ter certeza, se não serve mais para gente para outra pessoa certamente servirá. 
 
Então façamos esse exercício não só no final ou início do ano, mas sempre que puder, ao longo dos próximos 12 meses desapegue. Faça isso e ganhe imediatamente mais espaço e, porque não, um bom lucro com isso. A cultura do desapego tomou força nos últimos anos com a internet. Para se ter ideia, um dos maiores portais de classificados online do Brasil, movimentou só em 2015, cerca de R$ 70 bilhões em transações de compras e vendas de produtos usados.
 
Em tempos de economia compartilhada e racionalização do uso dos recursos naturais, o desapego tem sido palavra de ordem. Diferente da época de nossos pais e avós, hoje não nos importamos tanto com casas muito grandes e preferimos os apartamentos compactos. Essa mudança de cultura, em deixar de ostentar com que não se usa e fazer a economia girar com que já se tem, é uma tendência inexorável e cada vez mais fortalecida com as plataformas digitais de permutas.
 
Na economia compartilhada, quando nos desapegamos, espaço é só um dos nossos ganhos. Sabendo que o que eu tenho, mas não uso, pode ser útil a alguém, porque não agregar valor a esse bem ou serviço e negociá-lo? Nada contra o desapego no sentido de doação ou para ajudar alguém, aliás isso é uma prática saudável e necessária ao espírito humano, mas também é preciso entender como natural a oportunidade de negócio com um bem que não usamos mais.
 
Ao contrário de outros países, o Brasil ainda não explora todo o seu potencial de compra e venda de produtos usados. Esse amadurecimento depende da superação de alguns preconceitos, como a ideia de que só vendemos nossos bens quando precisamos de dinheiro com urgência e ainda, lidar com a desconfiança numa negociação com um desconhecido. As plataformas digitais de permuta e vendas de produtos usados estão aí para garantir a seriedade e eficiência nessas novas relações de consumo e fazer a economia girar de uma forma muito mais sustentável.
 

*Rafael Barbosa é especialista em economia compartilhada e CEO da plataforma XporY.com 
 

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