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Gilvane Felipe

Goiás, Estado criativo

Criação artística é insumo da 'nova economia' | 20.03.12 - 09:17
 
Na era da informação, a produção de riqueza é, cada vez mais, produto do conhecimento. A economia criativa, ao lado da economia do conhecimento, integra o que já se convencionou chamar de 'nova economia'. Seu modo de produção e circulação de bens e serviços, altamente impactado pelas novas tecnologias, é baseado em uma criação de cultura que não se adequa aos paradigmas da economia industrial clássica. É um setor cujo insumo básico é a criação artística, intelectual, tecnológica e a inovação.
 
Apesar da carência de informações atualizadas sobre o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a cultura hoje é reconhecida como eixo estratégico de desenvolvimento. O Banco Mundial estima que a economia criativa responda por 7% do PIB mundial. Esse número é muito expressivo. A cultura possui potencial ilimitado de crescimento, pois independe de recursos esgotáveis e integra o setor de serviços e lazer, cuja projeção de crescimento é superior à de qualquer outro segmento.
 
Entre as características e potencialidades da economia criativa, podemos considerar vantagens como a da inovação tecnológica, que desemprega pouco e que gera empregos em todos os níveis das cadeias produtivas. Gera também tributos; estimula novas qualificações profissionais; promove diversidade e respeito; é produzida gerando produtos com valor econômico agregado; respeita as tradições; é eficaz na profilaxia da violência; e alimenta a economia associada a outros segmentos produtivos.
 
Em Goiás, um ponto básico que merece nossa atenção é a estruturação das cadeias produtivas, desde o processo de criação até o de distribuição e usufruto pelo público. E nosso Estado já deu o primeiro passo com a escolha pelo Ministério da Cultura (MinC) para sediar um dos cinco primeiros escritórios de economia criativa que serão implantados no País que foram batizados como Criativa Birô. Os outros estados a receber o piloto serão Acre, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
 
O projeto Criativa Birô, que receberá inestimável apoio do Sebrae, será um espaço de convergência, geração de conteúdos e oportunidades para os artistas goianos. O artista terá suporte em informação, formação, acesso ao mercado e orientações jurídicas, por meio de consultorias e assessorias especializadas. As tratativas com o MinC estão em fase de conclusão e nossa previsão é que o Criativa abra suas portas já no segundo semestre deste ano.
 
Em sintonia com o Criativa Birô, vamos implantar também neste ano o projeto Goiás Criativo. Este será uma plataforma de desenvolvimento da economia da cultura em Goiás e prevê a formação de uma rede goiana de economia criativa, que englobará o Observatório Goiano da Cultura; a Incubadora de Empreendimentos da Economia Criativa; o Sistema de Fomento; um MBA em Economia Criativa; além de residências e laboratórios criativos.
 
É importante que este tipo de iniciativa receba a participação dos artistas e produtores culturais para que o ciclo de amadurecimento e profissionalização da cadeia produtiva ganhe consistência. Nossa meta é tornar o Criativa Birô goiano referência nacional. E acreditamos que atingiremos nosso alvo ao propor o programa Goiás Criativo, especialmente por abrigarmos a mais rica diversidade cultural do Brasil.

 
Gilvane Felipe é secretário de Estado da Cultura de Goiás; mestre e doutorando em História.
 

Comentários

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  • 20.03.2012 10:31 Renato Naves Prado

    Gilvane, penso que a economia criativa deve vir em segundo no posicionamento da Secult Goiás. Não que ela não deva ser levada em consideração, já que o dinheiro fomenta produções. Sobretudo a secretaria deveria fomentar a População levando todas essas produções que o estado possui em seu acervo para as escolas públicas e comunidades afastadas, fazendo com que todo o setor se torne mais relevantes para o próprio povo goiano. Formando assim mais pessoas criativas e sensíveis à arte, levando a política da Secult para algo sólido que é o desenvolvimento humano pela cultura. Desenvolva a cultura e as pessoas que a economia virá naturalmente.

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