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Declieux Crispim
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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

Cine Qua Non

Deixe a Luz do Sol Entrar

| 16.04.18 - 09:00 Deixe a Luz do Sol Entrar (Foto: Divulgação)
 
Goiânia - Há uma passagem inesquecível em Amarcord (1973), de Federico Fellini, na qual uma das personagens femininas clama pelo amor. As luzes, a beleza imagética do diretor italiano promove uma sinergia em que irrompe o amor, sentimento magnânimo e o cerne que perpassa pelos anseios íntimos dos seres humanos, afinal, este sentimento é essencial para aplacar a frieza e o pragmatismo do mundo que nos cerca e ressignificar a existência humana. 
 
Em Deixe a Luz do Sol Entrar (2017), da francesa Claire Denis, uma diretora essencial na história do cinema, a película revela uma faceta que rompe características de filmes perturbadores como Desejo e Obsessão (2001) para demonstrar uma diretora calcada em uma obra mais palatável e menos arrojada ao público, mas nem por isso menos relevante. É bem verdade que este novo longa não está entre os seus melhores trabalhos como O Intruso (2004), 35 Doses de Rum (2008), Bom Trabalho (1999), ou o já citado Desejo e Obsessão, mas a sua presença na direção e um trabalho memorável de Juliette Binoche no papel principal garantem instantes de tirar o fôlego.
 
Logo no princípio, Isabelle (Binoche), acompanhamos o seu corpo nu, em que revela toda sua beleza fulgurante mesmo que a atriz esteja com mais de 50 anos. A atriz parece não envelhecer. E é este brilho, de sua beleza e talento que servem como combustível para balizar a estrutura narrativa que promove uma incessante busca por uma razão para viver como bem dito durante a projeção, ou seja, o amor, o encontro de almas para dissipar a solidão.
 
Isabelle é uma artista plástica, mãe de uma criança e divorciada, repleta de fragilidades e carências que perambula pelas ruas parisienses à procura do amor, à procura da luz que alumia o obscurantismo, mas, frustrada por não encontrar nos homens ao seu redor, alguém de comportamento digno e respeitável. A luz parece inalcançável para ela, mas é impossível tal afirmação uma vez que a personagem vivida por Binoche respira amor, em cada gesto, fala, ou em seu brilho constante proporcionado por uma atriz em estado de graça. Binoche brilha mais do que o próprio sol e se encaixa da poesia do amor conclamada por Amarcord.
 

Comentários

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  • 17.04.2018 04:30 Marlon Giorgio

    Ainda não assisti ao filme. As críticas de Declieux Crispim - a quem não considero um colaborador, mas um grande convidado do grupo - são, porém, tão bonitas e estimulantes, que logo nos vemos envolvidos e concordando em tudo com ele. Grande abraço e parabéns sempre !

  • 16.04.2018 21:04 Flávia Bosso

    Amarcord (1973) eu ainda não assisti, Em Deixe a Luz do Sol Entrar (2017) eu quero assistir. Adorei a coluna!!!! Mais filmes pra minha lista! Parabéns, Declieux Crispim!!!

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