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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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A caretice é chata demais

Priorizar visual ao invés de ideias é equívoco | 09.05.12 - 15:55


Quem me conhece, sabe que meu visual beira o constrangedor. Quem não me conhece, não é difícil ver algumas fotos de várias fases da minha vida na internet e que atestam o que eu disse. Essa fotinha aí do lado, mostra minha faceta mais amigável e já não é grande coisa. Já tive fases bem piores. Cabeludo, barbudo, topete rockabilly, mechas vermelhas, rasta, barba de bode, bigode do Zappa... Enfim, o rol de bizarrices é extenso. Ainda na adolescência, optei pela maloqueiragem visual e nunca mais larguei. Se a decisão foi acertada ou não, depende do seu entendimento acerca do que é melhor para cada um. Varia conforme o enfoque. Eu me sinto feliz, se esse for seu parâmetro. Provavelmente, perdi oportunidades profissionais, caso você pense por aí. Faça seu juízo.

Com esse desleixo estilístico, termo que só ameniza quando o mais apropriado seria mesmo tosqueira, convivo diariamente com a caretice. E isso é chato. Nego é mais burro, estudou menos, não entende nada do que está falando e é tido como autoridade em determinado assunto por conta de uma gravata ou um paletó. É muito equívoco para minha cabeça compreender. Uma inversão de conceitos que me deixa pasmo. A prioridade sempre é uma suposta garantia de credibilidade por conta do externo. Repito: é muito equívoco.

Perdi a conta de quantas vezes me abordaram, algumas amigavelmente outras de forma truculenta, pedindo para que eu mudasse alguma coisa no visual com determinado fim. Colocar calça para entrar em boate, botasse um paletó para fazer uma entrevista, tirasse a barba para dar uma melhorada na imagem... Algumas vezes cedi, na maioria não. Nas ocasiões em que aceitei as “sugestões”, a motivação foi egoísta: eu tinha muito interesse em algo ali. Se eu não tiver interesse farto em estar em determinado ambiente, volto para casa sem raiva alguma. Na maioria das vezes, acabam liberando minha presença. Mas se não, de boa mesmo. Apenas fico reflexivo com a caretice.

Se eu quisesse andar na formalidade, eu tinha concluído meu curso de Direito na UFG. Larguei aquela graduação sem nenhum peso de consciência. Aquele não era o meu universo, não era meu clube. O jornalismo já tem uma etiqueta bem mais relaxada se comparada a outras profissões. E eu gosto disso. Meu sonho é quando a internet em nosso país estiver bem bala mesmo em velocidade de conexão (ela ainda engatinha por aqui) e eu possa resolver a grande maioria de minhas atividades profissionais de meu escritório domiciliar. Aí, meu amigo, prometo que nunca mais colocarei uma calça em dias de calor. Exceção somente para aquilo que for de meu extremo interesse, como já disse anteriormente.

Não tenho dúvidas de que enquanto estivermos priorizando a roupa da pessoa em detrimento daquilo que ela pensa, estaremos no caminho do equívoco. Mas esquentar com isso é bobagem, embora seja incômodo. O lance é deixar os caretas preocupados com minha tosqueira. A vida é o que acontece enquanto eles procuram uma roupa apropriada para cada ocasião. E tomam seus remédios tarja preta para suportar as frustrações.


Comentários

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  • 10.05.2012 12:44 Carlos Eduardo

    Como sempre me identifico com suas matérias, porem essa foi a que mais se aproximou da minha realidade, infelizmente não tenho ainda uma qualificação pretendida para me dar ao luxo de sair desse padrão estilístico que as empresas impõe. Lendo seu texto me senti até melhor! Parabéns Pablo!

  • 10.05.2012 11:34 Jéssyca Evellyn

    Sempre que posso leio seus artigos porque apesar de irreverentes são assuntos interessantes a serem discutidos. Se quiser receber uma sugestão, porque não escreve sobre alunos que provocam brigas entre eles, filmam e publicam em redes sociais? É um bom enfoque porque aborda a violência nas escolas, a educação, a tecnologia, e etc...

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