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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

O Blog

A simpatia do Pearl Jam

Filme mostra que PJ sempre brigou pelo certo | 06.08.12 - 14:57


Ontem, depois do futebol, fiquei trocando de canal na televisão de forma inteiramente despretensiosa. Estava em busca de algo que prendesse minha atenção e tirasse do meu corpo pelo menos um pouco da derrota do domingo de noite que já impregnava no ambiente – não tenho dúvidas que o pior momento da semana é o domingo após o futebol. Nessa zapeada procurando algum veneno antimonotonia, me deparei com o Pearl Jam no palco, tocando Why Go do clássico álbum Ten.

Depois de um tempinho, saquei que passava no Multishow HD o documentário Twenty de Cameron Crowe. O PJ sempre teve fãs que são incrivelmente devotos à banda em todo mundo. É claro que no Brasil não é diferente. Me lembro quando esse filme foi lançado pó aqui. Em algumas salas, os ingressos se esgotaram rapidamente. Não fui ao cinema, esse filme não está na lista de obras que vou assistindo seguindo a ordem, não me gerou curiosidade alguma. Mas como eu não tinha nada melhor para fazer no domingo de noite, deixei a fita rolar.

Mesmo para alguém completamente desinteressado pelo PJ, não dá para não nutrir uma simpatia pela banda. No momento em que eles estouraram, eu era um adolescente de classe média baixa que não tinha muito acesso a muita coisa. Em um mundo pré-internet, o que rolava na Cultura estava mais longe do que dois cliques. Tive contato com os hits de rádio da banda, mas me empolguei mais com o Nirvana. A fúria de Cobain me seduziu mais que as lamúrias de Vedder. E não entrei para o time dos fãs incondicionais da banda. Gosto do PJ, mas nada além disso. Tenho só o Ten na minha coleção e nada mais. E se não comecei a ouvir mais PJ nos anos 1990, não seria agora que eu começaria. Tudo tem sua fase certa.

Colocado isso, preciso dizer que acho os caras da banda astral certo. Mais: é impossível ficar inerte e não começar a gostar de quem encampa as lutas que o PJ encampou. Treta com a maior vendedora de ingressos de shows dos EUA por um valor mais justo nas entradas, aversão à super exposição que lhes eram oferecidas, abraço às causas políticas e humanitárias que lhes pareciam justas, respeito absoluto pelos seus heróis do rock e os colocando no status que merecem... Como não achar legal quem tem essa ficha corrida?

O documentário de Crowe reiterou tudo isso que eu já sentia pela banda. A honestidade com que o PJ pautou sua carreira deveria servir de exemplo para qualquer um que se arrisque a pegar um instrumento e subir em um palco para mostrar seu som. O filme mostra as vísceras da banda. Os momentos de crise, como Neil Young os salvou do fim, a relação conturbada coma mídia, as loucuras de Vedder no palco, o respeito pelos ídolos, a forte relação com os fãs... Está tudo lá, sem ser chapa branca, sem ser sensacionalista. Uma abordagem íntima e verdadeira, como todo bom documentário deve ter.

Está prometido para 2013 novos shows da banda de Seattle no Brasil. Estão dizendo que eles serão headliners do Lollapalooza. Eu não me importo. Não são eles que me tirarão de casa. Já disse aqui no A Redação que minhas prioridades são outras. Mas não tenho dúvidas de que a experiência do show do PJ é intensa e arrebatadora. Se um desses que quero ver pintar no mesmo festival, estou certo que me divertirei vendo Vedder e companhia no palco. Certeza.


Comentários

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  • 07.08.2012 02:51 75%Jesus

    Pearl jam é só uma banda média. Se aparecessem por aqui, em goiânia, eu iria ao show, seria divertido.

  • 06.08.2012 06:36 Caroll Almeida

    Eles me tiram de casa desde 2005. E toda vez que vierem, lá eu estarei. :) .

  • 06.08.2012 04:33 Sorriso

    Eu curto o trabalho dos caras, mas não dá pra cair em uma de que são heróis reacionários lutando contra o sistema. São bons músicos, ao contrário do pessoal do nirvana (exceto dave grow), tratam de temas importantes e seus show são divertidos, mas não somos mais crianças para cair nessa de idolatria. "de acordo com testemunhos, a trajetória dele foi um esforço orquestrado, motivado por seu gosto pela autodramatização, sua inesgotável vontade de ser ouvido e uma ferrenha determinação de controlar sua imagem pública" http://www. Rollingstone. Com. Br/edicao/edicao-62/arquivo-rs-quem-e-eddie-vedder.

  • 06.08.2012 04:32 Danin Júnior

    Que coincidência, meu velho. Também amarguei um fim de domingo ao pé da tv e eis que descobri o emocionante documentário de cameron crowe sobre o pearl jam, no multishow. Outra coincidência: nunca nutri muita curiosidade pela banda de seattle e a sessão domingueira da fita do crowe me fez rever alguns conceitos. não tinha a menor ideia da estrada que esses caras enfrentaram. Tenho de confessar que sempre os subestimei. Na verdade, era uma birra que passei a ter desde que travei contato com um jornalista gaúcho, que me fez a seguinte pergunta, com o maior senso de indignação que o ser humano consegue ter: “cara, você não gosta do pearl jam?” bem, não é que eu não gostasse na época (foi naqueles tempos em que fui editor do pop e participava, em brasília, de uma dinâmica com jornalistas do país inteiro – inclusive a soninha francine que, então, era apenas a ”soninha, da mtv”). Mas o astral de “religião a ser seguida”, imposta pelo colega gaúcho, despertou em mim uma certa repugnância. mas deixe isso pra lá. Eu estava errado. Não sobre a babação de ovo, mas sobre os méritos do pearl jam. Ignorância consertada em parte pelo documentário apresentado pelo multishow – cujo nome, “pearl jam twenty”, remete aos 20 anos de trajetória da banda (completados em 2010). eu não sabia, por exemplo, que eles já eram razoavelmente tarimbados quando formaram o grupo. Ou seja, todos já tinham quebrado a cara com projetos praticamente profissionais antes de acertarem a mão no pj. aliás, o núcleo central da banda (em torno do temple of dog) havia importado o eddie vedder, que morava em san diego, após ouvir umas fitas demo do cara. não suspeitava daquela trama interna das forças criativas (tão bem revelada pelo filme) – algo que ajudou a tocar a banda rumo a uma longevidade que, hoje em dia, não é normal. Não imaginava que jeff emment (o baixista) e stone gossard (o guitarrista-base) eram a referência no início e que, aos poucos, foram perdendo o comando conceitual para o eddie vedder. e, principalmente, não tinha a menor ideia de que mike mccready (o guitarrista-solo) era um músico tão bom – pelo menos no estilo de guitarra que mais me agrada. Na verdade, essa qualidade ficava mais nítida nas performances ao vivo – e que explicam boa parte da fama do pj. agora, só discordo de uma coisa, amigo pablo: fiquei muito interessado em ver um show desses caras. Eles vão me tirar de casa qualquer dia desses. Abraços. danin júnior .

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Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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