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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

O Blog

Caldas Country é mais rock n’ roll que você

Sexo, drogas e Caldas Country | 20.11.12 - 18:46
Goiânia - Eu nem sabia que esse Caldas Country existia. Não é pose, não é arrogância, não é elitismo. É alienação mesmo. Passo completamente batido de assuntos que não são inerentes ao universo que me desperta interesse. Não sei nada sobre eventos de música sertaneja da mesma maneira que não sei nada sobre o campeonato venezuelano de beisebol. São assuntos que não me sensibilizam e, por isso, passo completamente ao largo de qualquer coisa que diga respeito a eles. Não tenho amigos que frequentam essas festas, não ouço as rádios que divulgam os shows, não presto atenção na mídia externa que faz a publicidade dos eventos. Só saquei a existência da festa depois de toda repercussão nas redes sociais. Meu amigo, que rock doido foi esse Caldas Country, hein...

Nem vou entrar na análise do cenário de caos e orgia que aparentemente foi a festa. Acho algumas abordagens moralistas, outras sensatas, muitas hipócritas. Mas isso não vem ao caso. Só quero comparar que os ambientes ditos “alternativos”, “underground” ou “rockers” que frequento não chegam sequer aos pés em matéria de hardcore perante as cenas que vi. O Caldas Country é a festa punk idealizada pelos Replicantes sem punk rock no som, é a materialização do clipe de Whiskey in the Jar do Metallica sem o a maravilhosa trilha sonora da banda ícone do thrash metal (escrita do termo corrigida pelo autor às 16h02, após observação dos comentários do texto), a encarnação do vídeo de (S)aint do Marilyn Manson sem cocaína na Bíblia. Ou seja, o que aconteceu no Caldas Country é a síntese de uma festa altamente rock, mas com música sertaneja.

Tem algo mais rock n’ roll do que transar ao ar livre, na frente de todo mundo? Em Woodstock a cena é idealizada, no Caldas Country difamada. Drogas por todos os lados? O rock anda mesmo cada vez mais coxinha. Fico imaginando alguém acendendo um baseado no show do Coldplay – esse ícone do chamado “novo rock” está aí lotando estádios e não me deixa mentir. O desrespeito à autoridade com Jim Morrison sendo preso por atentado ao pudor é glorioso, dançar em cima de viatura policial é vandalismo. Acho que nós que gostamos de rock precisamos reaprender a libertinagem raiz do estilo no Caldas Country.

E o engraçado é que no último festival de rock alternativo de Goiânia que fui, levei minhas duas filhas. O ambiente estava totalmente família. As garotas se divertiram horrores, dançaram, lancharam e voltaram cedo para a casa. Foi um festival de rock, mas poderia ter sido o Mutirama. Por outro lado, o Caldas Country definitivamente não é recomendável para menores. Tal qual os shows de nossos heróis do rock também não eram. Rock sem tensão sexual no ar não presta. No rock careta só se salva Frank Zappa. Todo rock que não tira onda com a autoridade deveria ouvir Dead Kennedys.

E até parece que foi a primeira vez que essa esbórnia rolou nas ruas de Caldas Novas. Pelo que sei, no famoso Carnaval da cidade das águas termais isso é rotineiro. Eu não aprovo o que aconteceu lá. Depredação, violência e desrespeito me enojam. Mas a diversão me seduz. E parece que a razão da indignação geral foi que a diversão da galera excedeu. Qual o motivo do escândalo? Acho que o mundinho das redes sociais está deixando todo mundo mais moralista nos posts, histérico nos comentários, hipócrita nos compartilhamentos e doentio nas práticas. Afinal, precisamos extravasar em algum ponto de nossas vidas.

O Caldas Country é muito mais rock n’ roll que você. 

Comentários

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  • 29.11.2012 16:42 Giu

    Que lixo vc escreveu cara, acho que vc deveria largar de tentar ser um blogueiro, ou um redator e ir enfiar o dedo no cu!!! ;)

  • 29.11.2012 15:23 joao jose da silva junior

    Que texto ridículo minha Pablo..... Repugnante....

  • 27.11.2012 08:59 Paula Christina

    Porque a opinião é contrária à do Pablo Kossa que somos falsos moralistas, agressivos ou "revoltadinhos"? Acho engraçado, tem uns que leem o nome do autor e já automaticamente concordam em gênero e grau. O que me incomoda não é a comparação, as atitudes que vimos no caldas country são deploráveis lá ou nos festivais de rock. O que não concordo é que é exatamente isso que significa a "atitude rock". De qualquer forma, cada um toma pra si do jeito que quer a ideologia. (Se me dão a licença) então, discordo do Pablo.

  • 26.11.2012 23:11 Caio Victor

    Esse Pablo engana bem...mas não sabe nada de rock! É bem mais que esse texto! A propósito ótimo texto esse do João Paulo! Ótima resposta...a bobagem foi corrigida em tempo! Quem não leu a resposta a essa vergonha de texto, lei! É preciso saber o que é rock pra falar dele! http://filosofiadereparticao.blogspot.com.br/2012/11/caldas-country-e-mais-rocknroll-que-o_9261.html?m=1

  • 26.11.2012 18:12 João Paulo Lopes Tito

    Discordo. E acho que o Pablo Kossa não saca nada de rock. Escrevi isso daqui pensando nele. http://filosofiadereparticao.blogspot.com.br/2012/11/caldas-country-e-mais-rocknroll-que-o_9261.html Passa lá e vê se concorda.

  • 26.11.2012 14:25 sam

    Hehe gostei do texto,acho que caimos numa questão que se expande nas varias maneiras de visibilidade,como cinema, pintura, etc... o rock como varias dessas anteriores ficou conservador não so pelos que vivem o rock,mais tb pelos que fazem o rock, a sua feitura e feitas totalmente de modulações ja consagradas.Melhor exemplo da vanguarda contemporanêa:rocknejo,breganejo,funknejo,o sertanejo e um caos musical ,o que e maravilhoso,como a cena brega do Pará, o rock criou uma armadilha ao crer na legitimação que conseguiu, como e comum com qualquer uma dessas visibilidaes, ela cooptada.

  • 26.11.2012 11:01 Diogo

    uma palavra: gênio! bela análise! A crítica toda ao artigo vem daqueles que não compreendem o mundo de outra forma que não o maniqueísmo. Os números assustam justamente por se tratar de um show sertanejo, pois se os mesmo números tivessem sido gerado em um festival de rock...seria considerado "normal" por todos esses falsos moralistas. E diriam mais..."tá vendo, é isso que dá frequentar esse tipo de lugar". Mas não, como aconteceu num conglomerado sertanejo, raiz da cultura goiana...a indignação é latente. Para os não tão bons entendedores, deixo claro, ninguém está aqui vangloriando fatos criminosos, os quais devem ser repudiados em qualquer evento, mas trata-se, simplesmente, de expressão de opinião, a qual, tanto quanto a sua liberdade, deve ser respeitada. Parabéns pelo artigo.

  • 23.11.2012 23:41 Tomas

    Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG e também usuário do formspring. Omodeuzi genteee

  • 23.11.2012 21:04 Carlos V.

    E mais impressionante ainda é que tanta agressividade vem de quem, por incapacidade de interpretar o texto, acusa o autor de não ter atacado a violência que houve no evento. Me parece que a abordagem era outra, apenas isso. Muita ideologia norteando as opiniões por aqui, sendo que se quer houve comparação entre woodstock e caldas. Teve sexo em público em ambos? Sim! O paralelo traçado entre os eventos por ele parou aí. O resto é fruto da dedução de quem ama o rock e não aceita comparações com aqueles "inferiores".

  • 23.11.2012 17:05 Rogério Martins

    Vejo nos comentários que não basta discordar da idéia do texto, tem que atacar o autor. Impressionante!

  • 23.11.2012 15:07 Diogo Camilo

    Sua comparação foi tosca e esdrúxula. Comparar o contexto de woodstock e festivais de rock com os festivais sertanejos é no mínimo ignorância. No próximo Caldas Country leva suas 2 filhas pra dançar em cima dos carros, dos postos policias e serem estupradas nas ruas. Se lia, meu amigo. Um cara que se diz rockeiro, falar uma asneira dessa... Você deve ser um daqueles jornalistazinhos de quinto escalão que fazem polêmica num assunto só pra ficar famosinho.

  • 23.11.2012 14:40 Lorena Yagami

    Realmente me espantei com esse texto. Quando comecei a ler achei que estaria escrito algo com coerência e repudiando as péssimas cenas vistas no evento. Terminando a leitura achei que tinha me enganado no que entendi e novamente li pra ter certeza, e assim cheguei a conclusão de que você foi realmente infeliz nos seus comentários. Como já comentaram antes, muito me impressiona ler um texto desse vindo de um cara que é pai de 2 filhAS. O fato de o rock antigo pregar a ideia do "sexo, drogas e rock'n roll" não quer dizer que isso deva ser seguido piamente enquanto existir o rock. A maior das imbecilidades criadas no rock pra mim é essa ideia, pois foi ela que matou diversos idolos: lembremo-nos de nosso amado renato russo, Cazuza, que morreram de AIDS, pelo tal ideia do sexo livre e com vários parceiros, ou pelo compartilhamento de seringas no uso de drogas injetáveis. Lembremo-nos dos nossos ídolos que morreram de overdose... lamentável você insinuar que as festas de rock devessem ser como foi o lamentável evento chamado caldas country. Um pensamento realmente deplorável. Palavra que resume o que sinto sobre seu texto: repulsa.

  • 23.11.2012 13:18 Warcelon Duque

    Pablo. Em um único fim de semana desse triste evento, foram registrados 12 assassinatos e 21 estupros. No caso dos estupros, esses foram os casos em que as vítimas estavam conscientes o bastante para chegar até a delegacia e ainda tiveram a paciência de esperar por horas para serem atendidas. Eu suponho que o número pode chegar ao dobro dos casos registrados, ou mais. É absolutamente estranho ver um pai de duas filhas fazer tal análise e ainda dizer que nós do Rock não passamos de meros "Coxinhas". Prefiro um milhão de vezes ser um coxinha que respeita a vida e as mulheres que me cercam a me tornar um animal só pra carregar o título de "True Rock'n Roll". Muito infelizes as suas palavras, como sempre.

  • 23.11.2012 12:50 Valdo Carvalho

    Legal! Foi tudo moralismo! Achar ruim a pessoa ser estuprada por vários animais e jogada no mato desacordada e com hematomas é moralismo. Melhor é aceitar a barbárie e o melhor que o ser humano tem. E fazer como os quadrinhos do Galvão: beber sangue e comer tripas e no fim defecar tudo e se retro alimentar. Façamos uma ode à violência e à depredação. Entalteçamos a morte e a destruição. Vamos fazer a guerra e comer nossos infantes, por que tudo isso é emocionalismo barato de carolas que não sabem o que fazer com seus orifícios falatórios. Vamos participar do onanismo verbal inócuo da massa dos retóricos da imbecilidade. Obrigado por tudo raça humana.

  • 22.11.2012 23:59 Bebela

    Uma coisa é analisar o OBJETIVO de cada lado. As pessoas que frequentaram o Woodstock em 1969 estavam lá com uma ideologia completamente diferente do propósito das pessoas que frequentaram o Caldas Country. SIMPLES. Mais simples ainda? Uma coisa é ir para um evento para transar loucamente como um coelho no cio da forma mais banal e esdrúxula. Outra é ir a um evento em pleno conflito internacional entre os Estados Unidos e o Vietnã, com o objetivo de contemplar e clamar a paz ali vivenciada naquele momento histórico no qual músicos extraordinários participaram. Teve sexo explícito? Sim, teve, tiveram até partos, porém, o sexo naquela época não era tão banalizado quanto nos dias de hoje. Apesar do movimento hippie influenciar bastante na sexualidade, o respeito, limite e cumplicidade permaneciam intactos. O sexo era visto como uma junção de sensações, da forma mais leve e genuína possível, ao contrário de hoje, como pode-se observar explicitamente que qualquer orifício disponível já é de bom grado e que se foda a junção de sensações, o cara quer só meter mesmo, e a mulher pouco se importa com quem está se relacionando, ela também só quer dar, dar e dar. Sexo é apenas uma forma de usar a pessoa para te satisfazer, nada mais, nada menos. E novamente, que se foda o que ela sente e vice-versa. Quer comparar o contexto musical de Janis Joplin com sertanejo? Ah, faça-me o favor...

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