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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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E o final de semana?

Conceito de diversão muda ao longo dos anos | 07.02.14 - 21:23 Chegou fim de semana e todos querem diversão. Não existe frase mais correta que essa em toda história da música brasileira. É impressionante como o clima da sexta-feira já fica mais leve por conta da expectativa que todos temos para os dois dias seguintes. Mesmo para quem trabalha (como é meu caso, embora em intensidade infinitamente menor do que já fiz quando trabalhava em redação de jornal impresso), sabe que o astral é diferente. E o que é mais legal é que o conceito de diversão vai mudando ao longo dos anos.

Quando eu era menino, minha maior alegria era acordar na manhã de sábado com o céu azul e o sol rachando. Tudo para ir ao clube. Eu comemorava o tempo bom mais do que gol de meu time.  Para uma criança de apartamento, o clube era o ápice da liberdade. Eu jogava futebol, nadava na piscina, me metia no bosque, ia ao parquinho, brincava na sinuca, passava horas no pingue-pongue... Voltava para casa no final da tarde dormindo no carro. Felicidade pura.

Na adolescência, isso já mudou. O lance passou a ser jogar golzinho na rua, andar de skate, pedalar longe pela cidade e, na noite de sábado, curtir alguma balada para ver se pegava uma garota. Isla Cozumel e Gyn Café quando o lance era mais playboy. Honky Tonky, Casanostra e show no DCE se a parada fosse mais rock n’ roll.

Durante a faculdade e poucos anos após formado, o lance ficou mais hardocre. Beber até morrer, essa era a solução. Não havia fígado no mundo para aguentar aquele ritmo que eu e minha galera imprimíamos. Não tinha limites. Pouco importava se tínhamos compromisso nas primeiras horas da manhã seguinte. Ir emendado não era fato raro. Permanecer um dia inteiro como um zumbi do Walking Dead acontecia com alguma frequência. Foi ótimo enquanto durou. Até o momento em que a idade pesou e não suportei mais esse ritmo.

Atualmente, minha expectativa para o final de semana é exatamente a mesma de quando era menino. Só as atividades que mudaram. Por exemplo, na minha lista de objetivos a serem cumpridos nos dois dias de folga estão dar um trato no portão, retirar um entulho da porta de casa, recolher galhos do jardim, fazer o almoço de sábado e domingo. E minha alegria é gigante. Quando vejo a galera bebendo horrores e virando a noite, novamente me lembro dos Racionais: “Quinze anos atrás eu tava ali no meio”.

Cada fase da vida tem uma graça. Vejo os finais de semana dos meus pais e imagino o quanto eles estão se divertindo. Praticamente toda semana eles dão um curto rolê e dormem a noite de sábado para domingo em alguma cidade do interior do Estado. Certamente, uma delícia. Mas essa ainda não é minha fase. Não enquanto eu não terminar de arrumar as coisas em casa e desencanar disso. Aí sim chegou a hora de curtir o final de semana de outra forma.

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