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Rodrigo  Hirose
Rodrigo Hirose

Jornalista com especialização em Comunicação e Multimídia / rodrigohirose@gmail.com

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Não seremos esquecidos

| 23.05.14 - 18:37
Goiânia - Xuxa é frequentemente hostilizada por causa de um filme que há anos tenta apagar de sua biografia; FHC pediu literalmente para que o que escrevera seja ignorado; o ex-presidente João Figueiredo desejou que fosse esquecido; Jim Carrey (na pele do personagem Joel) tentou matar a amada da memória; Nietsche afirmou que não há gozo possível sem o esquecimento.

A verdade é que todos, sem exceção, em algum tempo, gostaríamos de apagar alguns rastros da vida – ou mesmo todo o passado. Seria talvez uma redenção libertadora.

É aquele rompante de raiva que causou mágoa em quem amamos; a decisão de trocar de emprego que se provou equivocada; a frase mal colocada que gerou distorções sobre o que queríamos realmente dizer; a ingratidão a quem nos estendeu a mão... Motivos não nos faltam para deletar alguns arquivos da nossa memória.

Ocorre que, ao contrário do que faziam os stalinistas quando eliminavam personagens indesejáveis das fotos da antiga União Soviética, é cada vez mais difícil adulterarmos nossa própria história, pois ela pode estar ali a nos amedrontar ao alcance de um simples clique.

Agora mesmo tal discussão ganha corpo com decisão da alta corte da União Europeia favorável, que determinou ao Google a retirada das citações a um cidadão espanhol de seus motores de busca. No Brasil, o Superior Tribunal de Justiça começa a ter o mesmo entendimento.

Tais decisões ainda representam um grão de areia em meio a tanta informação disponibilizada na internet, mas podem iniciar uma tendência para os próximos anos. Não é difícil deduzir que os grandes buscadores terão de desenvolver cada vez mais ferramentas eficientes para evitar que dados sejam encontrados.

Porém, como o personagem de Jim Carrey descobriu, assim como Xuxa sentiu na pele na Câmara dos Deputados esta semana e da mesma forma que os stalinistas fracassaram na adulteração da história, sempre deixaremos pegadas no vasto mundo da web.

Ao dispormos voluntariamente nossas próprias vidas na linguagem binária dos computadores, marcamos registros indeléveis de nossa existência. E elas sempre estarão ali, a afrontar o desejo de ser esquecido.

Comentários

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  • 30.05.2014 19:45 Solimar

    Xuxa será uma mancha eterna! Garanto que nem o Marco Civil a salvará!

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