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05.06.2014 03:19 Marina Morena
Sempre amei o Fica. Que pena ter perdido uma edição tão boa...
Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.
Raisa Ramos é jornalista, autora do blog Algum Lugar Etc., apaixonada por cidades, viagens e fotografia / raisa.ramosp@gmail.com
Para ler ouvindo:
Gal Costa | Neguinho
A organização do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) divulgou que o público deste ano foi de 130 mil pessoas, 50 mil a menos do que em 2013. Provavelmente consequência da pouca publicidade que fizeram para esta edição. Nenhuma decisão foi tão certa quanto essa. A maioria dos turistas que foram para Goiás estava realmente interessada na programação do festival, nos filmes exibidos, nas oficinas e debates ambientais, nas discussões sobre cinema. A cidade estava movimentada, mas só de gente que estava ali para aprender alguma coisa. De todas as edições do Fica, acho que esta foi a melhor de todas. Nunca fui para a Feira Literária de Paraty, mas andando pelas ruas de Goiás, fiquei pensando que o clima da Flip deveria ser algo bem parecido com aquele que eu estava vivendo.
Quanto convidados legais! Quantos debates enriquecedores! Acho que todo ano deveria ser assim. Aliás, defendo que o festival invista menos nas atrações musicais e mais nos convidados palestrantes. Se é para ter show, que sejam shows menores, menos mainstream, shows do tamanho da cidade. Se fazem muita questão de uma grande atração musical, que seja escalada para apenas um dia, para o encerramento do evento, talvez. Goiás tem poucos habitantes, é uma cidade tombada historicamente; não comporta a quantidade exorbitante de pessoas que vão para lá só para badalar, ver show, e ficar passeando DE CARRO pelas ruas de pedra com o som nas alturas. É muita poluição ao mesmo tempo.
O Fica 2014 está de parabéns! Adorei ter ido este ano e visto que o festival está amadurecendo. Adorei ver a própria comunidade vilaboense tão inserida na programação (antes o evento era tão alheio aos moradores da cidade), com apresentações, rodas de samba, procissões… É assim que um festival que se propõe ambiental deve ser. Tomara que o ano que vem seja do mesmo jeito – ou melhor.
P.S.: Também adorei a árvore que mede a qualidade do ar e sorri quando está limpo! Que fofura!
(Fotos: Raisa Ramos)
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