Goiânia - Não é de hoje que a questão do táxi em Goiânia me incomoda profundamente. Perdi as contas de quantos textos publiquei aqui no A Redação abordando o tema. E a razão é bem simples: está escancarado, na frente dos meus olhos, que a coisa não está boa, longe de funcionar a contento.
Uma de minhas atividades profissionais é no período noturno. Quando discoteco, percebo claramente o quanto o serviço é precário em nossa cidade. Vejo filas de clientes saindo das casas noturnas aguardando um carro, observo pessoas ligando e sequer conseguindo falar nas centrais de atendimento, já fui vítima de taxista querendo fazer a corrida com valor fechado e sem ligar o taxímetro por saber que naquele horário eu não teria alternativas.
Na boa, quem defende o táxi hoje de Goiânia ou é por estar diretamente vinculado ao serviço, ou não tem boas intenções. Simples assim.
O táxi já custa uma fortuna em Goiânia. O jornal O Popular fez nesta quarta-feira (16/7) um comparativo com o Rio de Janeiro que é de cair o queixo. Enquanto aqui a bandeirada (o simples fato de entrar no táxi) custa R$ 4, o quilômetro rodado de bandeira 1 R$ 2,30 e o de bandeira 2 R$ 2,87, o carioca paga respectivamente R$ 4,80, R$ 1,95 e R$ 2,34.
Os horários também não são favoráveis ao goianiense. Aqui, a bandeira 2 começa a ser cobrada às 20 horas de segunda a sexta, 13 horas no sábado e o dia inteiro aos domingos e feriados. No Rio, 21 horas de segunda a sábado e o dia inteiro aos domingos e feriados.
E nem precisamos lembrar que na terra do Pão de Açúcar é bem mais fácil encontrar veículos, não é esse martírio conseguir um mísero carro.
Pesquisei na internet sobre o valor de Brasília e, veja só você, também somos mais caros do que a cidade com renda per capita bem superior à nossa. No Distrito Federal, se paga R$ 4,08 a bandeirada, R$ 2,22 a bandeira 1 e R$ 2,82 a bandeira 2.
Além disso, é conveniente recordar o acordado no momento em que a bandeira 2 foi extinta em Goiânia. O combinado foi um reajuste do quilômetro rodado em bandeira 1 para uma espécie de bandeira 1,5, no intuito de uniformizar o preço independente de horário. Pergunte se alguém se lembrou disso agora ao reestabelecer a bandeira 2...
Precisamos dar cada vez mais possibilidades para quem quer deixar seu carro em casa, seja para se divertir bebendo, seja para tocar suas pautas rotineiras. O táxi é uma das alternativas. Somos capengas no transporte públicos e as ciclovias são praticamente inexistentes. O táxi precisa se integrar nessa nova dinâmica de se movimentar na cidade.
Subir o preço do táxi não é a alternativa inteligente para uma cidade que tem como meta prometida em campanha ser sustentável.