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Pablo Kossa
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Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Não sei mais quem é gordo

Não entendi a tal da modelo plus size | 24.07.14 - 11:15

Goiânia - Antes de seguir esse texto, por favor nobre leitor, veja essa matéria da Folha de São Paulo para compreender o porquê do meu desentendimento sobre tudo que está acontecendo no mundo.

Leu o texto? Viu as fotos? Certo, então me diga: como assim essa garota é plus size? Como assim ela pode ser considerada acima do peso? Como assim tudo isso? Alguém aí consegue me explicar o que está rolando? Onde foi que perdi o eixo da história do mundo e fiquei tão para trás? Alguém nos ajude, Lázaro!

Assumo, sem o menor constrangimento, meu completo desconhecimento acerca do mundo fashion. Moda para mim só se estivermos falando de pamonha - e mesmo assim prefiro a de sal. Basta olhar o jeito que ando na rua para perceber que além de não sacar nada desse universo, o mesmo me interessa tanto quanto o campeonato de rugby neozelandês.

Escolho minhas roupas de forma bastante singular. E isso se deve a uma combinação de peças e acessórios ligada no shuffle do meu guarda-roupa, sem preocupação maior do que meu egoísta conforto. E, não, agradeço todas as dicas e consultorias, mas sou velho demais para novidades. Eu não quero mudar.

Por outro lado, se existe algo que muito me interessa e tenho considerável conhecimento é sobre mulher. Mais ainda: sobre as formas de uma mulher. Sabe como é, me dedico a esse estudo com afinco desde a pré-adolescência e nunca perdi a sede de aprender mais sobre essa temática. A modelo Robyn Lawley não entra nem na categoria "gostosa" para o gosto médio do Brasil (e aqui cabe explicar, gostosa é aquela que todos os homens acham fantásticas e as outras mulheres chamam de gorda, evidentemente com um pingo de maldade e inveja). A garota é magra. Sim, magra. O que está longe, muito longe, de ser considerada feia. Mas definitivamente ela não está entre as gostosas.

Ao ver a classificação dela como plus size evidencia bastante as razões do meu gigantesco distanciamento desse universo: enxergamos o mundo de forma mais distinta do que um árabe frente um judeu. O pior é que, nesse caso, estou com a maioria - o que é fato raro. Excluindo o míope mundinho da moda, a garota em questão é completamente dentro do peso. Não tem nada de categoria especial para ela.

Por isso que na maior parte das vezes que ouço amigas reclamando do peso, minha cara de enfado é evidente. Os paradigmas são diferentes. Os referenciais são outros. E não há nada no mundo que eu diga que as faça mudar de ideia.

Basta olhar a diferença do corpo das mulheres usadas pela publicidade para vender um produto tido como masculino, perante as que estão em comerciais para produtos considerados femininos. Simples assim.

Por ora, só tenho um recado para Robyn Lawley: fature ao máximo a grana dos trouxas que a chamam de plus size. Pelo jeito, está dando certo para você. E relaxe. Eles estão errados. Sempre estão.


Comentários

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  • 25.07.2014 08:44 Alessandro

    O pior nessa situação é que, ao considerar esta modelo plus size, a mídia/moda/diabo à quatro faz com que as mulheres com um corpo como o dela se achem gordas!

  • 24.07.2014 13:38 Jacqueline Oliveira

    Concordo plenamente com a sua opinião Pablo! Onde vamos parar??

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