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Tutti-frutti

"Nanicos" estão dando show!

. | 17.09.14 - 12:31
Nos debates presidenciais deste ano está acontecendo algo curioso (como, aliás, está sendo curiosa esta eleição como um todo). Tal qual nos filmes do Batman, onde os vilões geralmente deixam de ser coadjuvantes para brilharem como as verdadeiras estrelas, candidatos chamados de "nanicos", aqueles que as pesquisas relegam ao limbo, estão dando show.
 
Na última terça-feira (17/9), no encontro promovido pela CNBB, foi a vez de Luciana Genro, do PSOL, a única a colocar luz na questão da corrupção, que existe desde que as naus de Cabral chegaram por aqui, mas que, em toda a eleição, é tratada de forma parcial, hipócrita e distorcida pela mídia e por grande parte dos candidatos.
 
Lembrando fatos com didática (e seu delicioso sotaque gaúcho), ela desconstruiu a retórica de Aécio Neves, que vociferava contra a "vergonha" que ocorre na Petrobras: "O senhor fala como se no governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção, quando na realidade nós sabemos que o PSDB foi precursor do mensalão, com seu correligionário e conterrâneo Eduardo Azeredo. E o PT deu continuidade a essa prática de aparelhamento do Estado."
 
Num canal de pouca audiência e às altas horas da noite, certamente poucos viram ao vivo, mas o assunto hoje está "bombando" nas mídias sociais, onde a opinião pública realmente age em tempos digitais.
 
Assista ao trecho:


Não é a primeira vez que Luciana Genro ganha a cena. No debate anterior, do SBT, ela mirou sua metralhadora para Marina Silva, questionando a subserviência da candidata ao pastor Silas Malafaia: "Não durou 24 horas, Marina, e quatro tweets do Malafaia, teu compromisso de combate à homofobia nas escolas. "
 
Assista ao trecho:


Outro "nanico" das pesquisas que vem brilhando nos debates é Eduardo Jorge, do PV. Já no primeiro confronto, promovido pela Band, ele driblou a capciosa pergunta de Boris Casoy, que tentava atingir Dilma Rousseff, do PT, não perguntando a ela, mas a ele, sobre a lei de meios. Jorge não cai na armadilha e até a ironizou: "Então, sou obrigado a concordar com a presidente Dilma, respondeu Jorge. "Ficarei com a posição dela", completou, utilizando apenas frações do seu tempo de resposta. Questionado pelo mediador se já tinha acabado, ele deu de ombros e, de forma sui generis, disse: "Acabei".
 
Assista ao trecho:

Com essa performance nos debates, dois "nanicos" das eleições presidenciais deste ano (quem diria!) estão prestando um grande serviço à democracia, porque desmascaram o marketing político, cada vez mais poderoso na construção de imagens fantasiosas dos candidatos.
 
A forma como suas palavras "viralizam" nas mídias sociais, a nova arena da comunicação de massa, são uma esperança de que a maquiagem, o jogo de cena, as palavras ensaiadas e toda a semiótica milionária da marquetagem podem se esfarelar na era digital.
 

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