Goiânia - Com alguns grandes concursos previstos para 2015 (Polícia Federal, já em andamento, TCU, TSJ, TRE e quem sabe FISCO GO), nada mais natural que muita gente já esteja estudando ou pelo menos pensando em concorrer a alguma vaga nesses órgãos.
Quando me pedem dicas de como estudar português para concursos, eu sempre tomo cuidado para não envolver meus dilemas e opiniões nas dicas, na tentativa de ajudar o aluno o quanto eu puder para que ele obtenha sucesso.
A verdade é que o estudo acadêmico tem um viés, e o estudo para concurso destoa disso. Comecei a enxergar isso melhor (e com menos indignação) quando ouvi o professor de Direito Constitucional Rodrigo Menezes (Concurso Virtual – Rio de Janeiro) dizer claramente a seus alunos que a intenção dele não era ensinar Direito, e sim, ensinar a passar na prova.
Embora passar na prova dependa do conhecimento da disciplina, a maneira de estudar, o foco e a estratégia de resolução são diferentes de quando se vê o conteúdo na graduação ou na pós-graduação, onde o intuito é saborear o conhecimento, experimentar, levantar discussões e principalmente, sentir prazer nas descobertas.
Para quem almeja uma vaga no serviço público, o caminho é bem mais espinhoso, porque não se escolhe o que vai estudar. Muitos candidatos se deparam com matérias alheias à sua formação e ficam perdidos.
A única disciplina que cai em todos os concursos, desde sempre, é língua portuguesa. E na maioria dos casos são umas 15 ou 20 questões “da hora”, com peso 2, que deixam muita gente boa fora do páreo.
Por que isso acontece? O primeiro motivo é o básico: sim, a lacuna deixada pelo sistema de ensino falho em que decoramos as regras e não aprendemos a entendê-las. Diante de questões mais elaboradas, muitos alunos não identificam nem qual é o conteúdo abordado.
O segundo motivo é o excesso de confiança. O candidato pensa que “é bom em português” e confia na dedução para fazer a prova. Na maioria das vezes não dá certo, porque o que se vê superficialmente como questão de interpretação de texto é na verdade gramática pura.
O terceiro motivo é a falta de estratégia na hora de estudar. Quem pega uma gramática e volta a decorar pronomes, conjunções e advérbios tem tudo para não fazer uma boa prova.
Então como estudar? O primeiro passo é conhecer a banca que vai aplicar a prova do seu concurso. Leia o edital várias vezes. Depois comece a resolver provas passadas que tenham o mesmo nível que a sua.
Mas fazer questões sem estudar antes? Sim, é uma ótima forma. Você pode baixar provas antigas ou se cadastrar em sites de questões (a mensalidade é muito barata e compensa por causa dos comentários e dicas de professores).
Faça uma questão. Confira o gabarito. Se acertou, anote ao lado, ou em uma planilha, qual foi o conteúdo exigido. Se errou, faça o mesmo, e estude esse conteúdo. Depois faça mais questões sobre o assunto, até se sentir seguro. Depois vá adiante.
Esse planejamento depende do tempo e do dinheiro de que você dispõe. Começar do zero pode exigir uma aula presencial. Alguns estudam melhor com videoaulas, outros com PDF. O importante é ter energia para horas e horas de bom relacionamento com a língua portuguesa, porque sem ela é impossível estar na lista dos aprovados.
Na próxima semana vou falar de temas recorrentes em provas de concursos e sobre as pegadinhas que tanto nos fazem sofrer.
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