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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Jornalismo em final de ano é desafiante

Como preencher o espaço quando não há assunto? | 23.12.14 - 11:42


Goiânia - Como faço todas as manhãs, acordei de mal humor, amaldiçoei o celular que não parava de apitar e vi pela janela que estava chovendo. Xinguei ao vento por não poder dormir mais. Meio zumbi, levantei da cama e liguei a televisão no telejornal matutino. Voltei ao quarto para vestir a roupa e encarar o trabalho que me aguarda diariamente.

Ouvindo as notícias, fiquei com sincera pena dos colegas jornalistas que madrugam para nos informar nessa época do ano. Não acontece nada no mundo. A pasmaceira é generalizada. Mas o espaço a ser preenchido continua mesmo. Aquele mesmo tempo de telejornal de outras épocas do ano quando temos que derrubar pautas por falta de espaço. A vida é dura.

Os repórteres estavam quase contando piada para o apresentador do telejornal para ver se esticavam mais suas entradas. Aquele tanto de matéria fria para encher linguiça, longuíssimas, e a galera ali tirando leite de pedra. São verdadeiros heróis do povo brasileiro por segurar a onda do noticiário em uma época tão ingrata. #tamojunto

Trabalhei por três anos na redação do Diário da Manhã e sei o que é virar assunto quando não há nada de quente na pauta do dia. Sempre acabava falando de acidentes nas estradas, planos para o ano seguinte, listas de melhores do ano, receitas para melhorar o aparelho digestivo com as bebedeiras e comilanças típicas do período e por aí vai.

Tudo igual no ano passado, nada de relevante. Mas sabe o que é pior: o relevante não está repercutindo tanto assim. Quer um exemplo? Veja o quanto esse escândalo da Petrobras está fazendo menos barulho do que outros de menor vulto em meses passados.

A real é que esse período do ano não favorece nossa atenção para o que é relevante. Estamos preocupados com o supermercado cheio, se o presente que compramos pela internet chegará ou não, se vai chover nas férias e demais questões de perspectiva pessoal. Depois do Carnaval é que voltamos nossa atenção para esse tipo de assunto.

E isso não é ruim. A cabeça precisa dessa desanuviada. Quando estou de férias, não leio jornais ou entro em sites noticiosos. Preciso ficar por fora para quando voltar à labuta ter interesse novamente nos assuntos mundanos. Faço o exercício de ver como as informações chegam às pessoas normais, que não vivem a paranoia contínua de ter o dever de estar informado sempre.

As notícias chegam quebradas, incompletas, com você pescando uma informação ali enquanto almoça e a televisão está ligada em algum canal noticioso ou outra ali na conversa de bar durante o chope vespertino. Isso para mim é férias. E é nessa que estou entrando.

PS: Como você deve ter percebido, estou entrando de férias amanhã e os textos por aqui ficarão menos frequentes. Vou postando conforme o sinal de internet der as caras no próximo mês. Boas festas e divirta-se!


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