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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Estádio pode ser um lugar decente

Assistir a um jogo pode ser prazeroso | 12.01.15 - 13:49

Roma - Nessas férias, estou aproveitando para satisfazer o pior e mais maléfico dos meus vícios: assistir futebol. Em cada cidade que passo, se tem jogo no dia que estou por ali, mudo roteiros, altero planejamentos, desfaço compromissos só para ver a bola rolar nos gramados mundo afora. Até o momento, já assisti duas partidas, uma em Roma e outra em Florença. O mais impactante para um brasileiro é perceber que ir ao estádio pode ser seguro e confortável, pode ser um lugar de levar os filhos sem maiores preocupações. O estádio pode ser um lugar decente.
 
Estádio em Florença (Foto: Pablo Kossa)
 
A venda de cerveja é realizada normalmente - o que corrobora minha tese de que a violência não tem relação alguma com o álcool. O ingresso é de lugar marcado, o que nem sempre é respeitado. Crianças vão com os pais, mulheres frequentam as arquibancadas sozinhas sem receio de assédio. O lugar não é totalmente limpo, mas está longe da imundíce que vemos no nosso país.
 
As torcidas visitantes têm seu espaço reservado no estádio e uma linha de policiais garante a separação. Não são instaladas barricadas mais parecidas com trincheiras da Primeira Guerra Mundial. As provocações de cânticos entre as torcidas acontece - afinal, é um jogo de futebol e não um concerto de música sacra. 
 
O lado externo é o que mais impressiona. O ônibus para na porta do estádio e não vem lotado como um caminhão que carrega gado para o abatedouro. Em Roma, cheguei ao Estádio Olímpico confortavelmente sentado. Na volta, a mesma coisa. Em Florença, não precisei de transporte público pois estava perto do Estádio Artenio Franchi e fui caminhando. Também sem nenhuma dificuldade. Em ambas ocasiões, não havia comprado o ingresso com antecedência. Peguei informações com os prestativos funcionários dos estádios (todos falam inglês) que me encaminharam aos escritórios que ficam nas redondezas e fazem as vendas.
 

Estádio em Roma (Foto: Pablo Kossa)
 
No jogo da Lazio em Roma, a fila era grande, mas organizada com senhas que eram chamadas pelo display eletrônico. Sem cambistas, sem confusão. Já no da Fiorentina em Florença a fila era bem pequena, com três caixas atendendo o público.  
 
É revoltante perceber que outros países conseguem proporcionar a quem gosta de futebol uma experiência prazerosa e segura. Ir ao estádio no Brasil é uma declaração pública de masoquismo. E como a prática de sentir prazer no sofrimento não é majoritária, vemos o público sumir das arquibancadas brasileiras -  a pífia média dos times goianos no Brasileirão das séries A e B está aí para não me deixar passar de mentiroso. A paixão pelo futebol não diminui no brasileiro, mas migra da arquibancada para a mesa do bar perto de casa ou o sofá da sala com o pay-per-view.
 
PS: Estou de férias e os textos por aqui estão menos frequentes. Vou postando conforme o sinal de internet der as caras.
 

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