Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351
Sobre o Colunista
Leticia Borges
Leticia Borges é especialista em Língua Portuguesa, jornalista, professora e palestrante. / leticia.textos@gmail.com
Enem exige muito conhecimento da língua | 26.01.15 - 15:49
Goiânia - O ano começou com muitas novidades para quem pôs os pés no ensino médio agora. Com o Sisu e o Prouni implantados na maioria das universidades, os colégios estão se transformando para acompanhar as mudanças.
Em alguns estabelecimentos o antigo boletim em que vinham as notas de cada matéria separadas já tem outro formato: a nota vem por grupos de disciplinas, como nos cadernos do Enem.
Essa comunicação entre as disciplinas exige um esforço maior do estudante. Felizmente o tempo da decoreba está acabando. Ouço comentários tristíssimos de pessoas dizendo que não é preciso estudar gramática, que no Enem não há questões de gramática e outras coisas similares.
Não é bem assim que acontece. Caso alguém queira se descuidar do português, peço que reveja sua decisão. Por mais que não haja questões sobre períodos compostos, classes gramaticais e flexões do verbo explicitamente, isso acaba aparecendo na prova toda.
As questões do Enem estão cada vez mais analíticas e adaptadas a situações cotidianas. De nada adianta saber fórmulas sem ser capaz de interpretar o enunciado, sem compreender aonde o examinador quer chegar.
Por isso a leitura de qualidade, o hábito de escrever e o debate saudável são essenciais para a formação do candidato que o MEC aparenta querer nas universidades públicas: uma pessoa capaz de acrescentar no processo de construção de conhecimento.
Para fazer essa diferença é essencial a habilidade da comunicação, tanto oral quanto escrita. Um texto de 30 linhas vale mil pontos, e cerca de quinhentas mil pessoas conseguiram tirar zero e ficaram fora do processo, independentemente da nota conquistada nos demais cadernos.
Isso significa que uns oito por cento dos candidatos a uma vaga em uma universidade pública não foram capazes de atender aos comandos e se comunicar por escrito a contento. Isso sem contar com as notas 100, 200, 300, 400, que a meu ver também demonstram dificuldade de comunicação.
A redação nota mil reúne criatividade, senso crítico e profundos conhecimentos de ortografia, concordância, gramática aplicada ao texto. Sem isso o aluno pode confundir o sentido das palavras, o lugar das vírgulas, os conectivos adequados e apresentar um emaranhado de ideias que provavelmente não vai valer muitos pontos.
A língua portuguesa continua sendo a disciplina base de todo processo avaliativo. Só mudaram a forma da cobrança. E por que eu estou falando sobre isso hoje, que saiu o resultado do Sisu? Porque para muita gente essa caminhada está apenas começando. E é melhor começar agora e ter foco.