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Elisa A. França
Elisa A. França

Jornalista formada pela UFG, especializada em comunicação ambiental, com passagem pelo Greenpeace e pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). / eafranca@gmail.com

Ambiente Urbano

“Elo com a natureza”

Um passeio pelo Setor Universitário | 10.02.15 - 10:42

Goiânia - Já nos preparativos para a 2ª Semana da Ecologia Urbana de Goiânia, a coluna Ambiente Urbano e o estúdio Sobreurbana fazem uma “parada” para relembrar o encerramento da 1ª Semana, no fim de novembro de 2014: um passeio pelas ruas do Setor Universitário. Foi uma parceria com o grupo Árvores de Goiânia e mais uma edição dos Jane’s Walks realizada pela Sobreurbana – caminhadas que visam a contemplação crítica e o engajamento cívico. Dessa vez, o objeto do olhar dos caminhantes foram algumas belas árvores da capital.
 
 
Gameleiras imensas, mongubas, oitis, sibipirunas, Cassias javanicas e outras lindezas, algumas em sua plenitude e outras completamente desfiguradas por podas descuidadas, foram as espécies mais frequentes que observamos em nosso roteiro. Iniciando na portaria da Área II da PUC-GO (Pontifícia Universidade Católica de Goiás), nosso primeiro espanto foi reparar nas quaresmeiras plantadas naquela calçada. Agora já crescidas, elas estão encarceradas pelas grades metálicas implantadas para ordenar seu crescimento – que precisam ser retiradas. 
 
 
Em seguida fomos até o início da rua 10 (avenida Universitária), de onde há uns anos foram retiradas várias mongubas sob o pretexto da implantação da ciclovia. Algumas delas estavam mesmo condenadas pelo besouro que vem ameaçando a espécie nos ambientes urbanos onde é muito frequente, segundo Fernando Salles, agrônomo que nos acompanhava. Mas não todas!
 
 
Depois fomos até a marginal Botafogo imaginar como seria a cidade se tivéssemos optado por manter, naquela região, o parque linear do córrego homônimo. Essa era a previsão do projeto inicial da cidade, e não sua canalização e transformação no abismo urbano que é hoje. Nos últimos anos, assistimos a várias cidades no mundo restaurando o curso natural de rios e córregos urbanos, buscando o equilíbrio ambiental necessário para os processos da natureza e nossa qualidade de vida. Hoje, no local, um plantio mais intenso de árvores de grande porte poderia amenizar o ruído e a poluição produzida pelos carros. 
 
 
Subindo a 11ª avenida, tivemos uma surpresa formidável: espécies nativas do cerrado como pequizeiro e cajueiro plantadas no canteiro central e cuidadosamente mantidas por um morador da vizinhança, o senhor Adair Macedo. Tão cuidadoso que, ao perceber nosso grupo em torno de ‘suas árvores’, convidou-nos para um café em sua casa para falar de seu afeto por elas. Ah! se tivéssemos mais “Adairs” pela cidade!
 
 
Mais acima, passando pela 5ª avenida, uma gameleira chamou a atenção. Primeiramente pelo enorme tronco e raízes aéreas que há muito já ocuparam toda a calçada. Depois, por seu sofrimento: a árvore sofreu ataques e parte de sua base foi incendiada, o que com o tempo pode prejudicar seriamente seu equilíbrio. Chegando à Praça Universitária, foi hora de alívio, ao observarmos tantas árvores lindas e exuberantes, que embelezam e contribuem para o conforto térmico local. Belas sombras, belas flores e a esperança de conseguirmos manter o patrimônio ambiental e cultural que são as árvores urbanas.
 
 
Ao longo de todo o percurso observamos inúmeras árvores esquartejadas por sucessivas podas irresponsáveis. Muitas delas foram produzidas pela companhia de distribuição energética do estado, que tem permissão para fazê-lo para que não atrapalhem a fiação aérea de eletricidade. Mas além desse caro ‘descuido’ do poder público, também temos que ressaltar a desatenção de moradores bem intencionados que plantam árvores nas calçadas, mas o fazem de forma equivocada, prejudicando a acessibilidade dos passeios e a integridade de mobiliários urbanos, além de realizarem podas que prejudicam o desenvolvimento das espécies. 
 
 
Preocupados com tal situação, terminamos o passeio motivados a construir um guia para a arborização urbana de Goiânia, expondo as características das principais espécies presentes em nossa cidade e informando sobre os cuidados necessários com a manutenção e até sobre como utilizar seus recursos, quando possível.
 
Como a Sobreurbana sempre faz nos passeios que organiza, tentamos captar a percepção dos participantes, desta vez com a pergunta: Para você, qual é a importância das árvores na cidade? As respostas que colhemos, algumas das quais expostas aqui abaixo, ressaltam a importância da arborização urbana não só por questões ambientais, mas também culturais e afetivas. Esperamos que o Árvores de Goiânia não demore a nos convidar para o próximo passeio!
 
“Manter o elo com a natureza e o aconchego na cidade.”
 
“Elas trazem conforto ao amenizar as temperaturas, saúde ao filtrar o ar dos poluentes, felicidade ao embelezar nosso entorno.”
 
“Conforto térmico, paisagismo, conforto acústico.”
 
“As árvores unem os seres humanos, são uma fonte de sensibilidade, contemplação, socialização, mistério e paz.”

*Texto assinado em parceria com a arquiteta e urbanista Carol Farias, da Sobreurbana

Comentários

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  • 28.02.2015 14:01 Maria Bernadete França Jufer

    Que matéria útil e linda. Gostei de tudo: da ideia, das fotos, da maneira carinhosa com que Elisa fala das àrvores. Pois é isso que elas merecem de de nós: cuidados e carinho. As árvores são generosas e retribuem dobrado tudo que recebem

  • 13.02.2015 13:04 Juliana Jufer

    Gostei da ideia. Temos que aprender a valorizar e a cuidar do que e nosso.

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