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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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A crise já bateu na sua porta?

Para onde olhamos, a crise mostra face cruel | 27.02.15 - 14:12


Goiânia - A piadinha da virada de ano começa a fazer todo sentido. No Réveillon, diziam que não estávamos entrando em 2015 e sim em dois mil e crise. Nada mais correto. As vacas magras chegaram e a capa da edição latino-americana da revista The Economist é só a constatação de que o atoleiro que a publicação aponta já dificulta nosso caminhar.

Quem é comerciante ou convive com quem tem nas vendas seu ofício sabe que o cenário mudou. E para pior. Para muito pior. O dinheiro sumiu. Quem tem, a minoria, está receoso em gastar. O amanhã não é promissor para gastar com aquilo que não é essencial. Quem não tem, a maioria, está correndo atrás de garantir algum para o básico. Aluguel, prestações e principalmente supermercado. O cenário não é nada estimulante e a calmaria, se vier, será somente para 2017. Se prepare...

Estamos somente colhendo aquilo que plantamos. O desenvolvimento calcado na exportação de commodities e consumo interno tem dessas coisas. É crescer com os pés de barro. Uma estrutura frágil que pode ruir a qualquer dificuldade que pinte no horizonte. Bastou o cenário externo ficar desfavorável para que o problema surgisse como um monstro. O preço das commodities caiu e afundou junto a família brasileira.

Vemos nossos salários sumirem nas prateleiras do supermercado graças ao dragão da inflação. O preço para encher um carrinho subiu de tal forma que já é preciso fazer escolhas e deixar algumas coisas na cestinha ao lado do caixa. A bonança passou e o mundo cor-de-rosa que Dilma Rousseff nos vendeu nas eleições era tão sólido quanto um arco-íris depois da chuva que rapidamente desaparece.

Ao fim de dois meses de mandato, a sensação é de que a festa já está nas últimas. Já dá para ver o DJ abaixando o som e tocando aquela balada para mandar as pessoas para casa, a luz acendeu no salão, a equipe de funcionários recolhe as mesas e a limpeza está com o rodo na mão jogando desinfetante no chão. Mas ainda temos três anos e dez meses dessa administração democraticamente reeleita. Serão longos anos.

Puxar o freio de mão é a atitude mais prudente. Talvez deixar aquela viagem para a gringa quando o dólar der uma abaixada (sabe-se lá quando e se é que a moeda americana vai cair), postergar um pouco aquela aguardada reforma em casa, evitar dividir compras no cartão de crédito e segurar a onda nos gastos gerais.

A deliquescência brasileira é real. Só não viu isso quem é tão militante que se transformou em fantoche. Contrariando aquele comercial que diz que great times are coming, só consigo ver tempestades no nosso caminho. O mais correto seria dizer hard times are coming.


Comentários

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  • 03.03.2015 17:14 José Ricardo Eterno

    *quis dizer jugo, e não julgo.

  • 03.03.2015 09:50 José Ricardo Eterno

    Durante toda a campanha eleitoral essa Ana Carolina Castro e outros colunistas chapa branca fizeram, aqui mesmo, propaganda do tal modelo de gestão que "minimizava as diferenças sociais", que estaria ao lado dos "movimentos minoritários organizados". Hoje, todos sabemos, os tais movimentos minoritários não passam de militância paga para fins de engenharia social, enquanto os pobres de fato amargam as consequências das medidas que, segundo o PT em campanha, seriam tomadas por Aécio Neves. Não reconhecer, não digo a patente fraude por apuração secreta de votos, mas o estelionato eleitoral ululante, é, pra dizer o mínimo, desonestidade. A Ana Paula e vários outros jornalistas militantes querem, na verdade, tirar do partido mais corrupto e incapaz da história do Brasil a culpa por tudo o que vem acontecendo e assim transferir para uma entidade abstrata, e que, portanto, não pode ser algemada, todos os nossos males: o capitalismo deve ser preso. É isso o que ela quer dizer quando escreve "Não há crescimento que se perpetue para sempre. Isso não se sustenta". Quer, com isso, nos fazer crer que o Brasil entra nessa atual crise porque cresceu demais! Chegamos ao limiar do capitalismo! Rsrs. Ah, meu Deus! Se seguíssemos esse raciocínio, deveríamos concluir que os EUA nunca poderiam ter chegado onde chegaram, porque tão logo passassem pelo ponto de crescimento econômico que atingimos nas últimas décadas, teriam, inevitavelmente, de passar por uma crise que os faria retroceder. Estudar que é bom, hein, Ana Carolina... Ora, se há algo mais que provado pelo mensalão e pelo petrolão (uma investigação nos empréstimos concedidos pelo BNDS e uma auditoria no Foro de São Paulo nos mostraria muito mais!) é que no Brasil não há livre mercado. O Brasil é fortemente intervencionista. Socialista. As empresas, em parte devido à covardia dos empresários, se deixam amarrar pelo estado intervencionista, socializante (se preferir, facista, revolucionário) e preferem sobreviver de forma raquítica sob o julgo do Leviatã. Basta olhar nosso índice de liberdade econômica e nossa posição no ranking de países livres economicamente. Agora, digo mais: não somos intervencionistas só na economia. O estado dita o que devemos comer, calçar, se devemos fumar ou não, quantas vacinas devemos dar em nossos filhos, a idade de matricular nossos filhos na escola, nos proibem o porte de armas etc. Isso, Ana Paula, é o socialismo à la Gramsci. Compre os livros e vá ler.

  • 28.02.2015 17:03 macroeconomista

    A situacao de crise nao eh privilegio do pais chamado Brasil.

  • 28.02.2015 15:19 Cômica

    Tadinha desta Ana Carolina Castro, mais uma fantoche da Dilma.O que ela chama de atual conjuntura? O Combustível não sobe nos demais países, mas sobe no Brasil. O Brasil está em 106º lugar em tempo de desembaraço aduaneiro em portos entre 118 países, atrás até da Bolívia, que nem porto próprio tem.Com o PIB em retração, desemprego começou a subir. Em janeiro, já havia 125 mil desempregados mais que um ano antes. "Se puserem o governo federal para administrar o Deserto do Saara, em 5 anos faltará areia.” Milton Friedman

  • 28.02.2015 13:17 Gustavo Grilo

    Fantoches para todos os lados...

  • 28.02.2015 12:02 Larah

    ´´WAGNER SOUZA``, RESPEITA AS IDÉIAS DO PABLO KOSSA, ELE É UM JORNALISTA EXCELENTE E INTELIGENTE, SE VC NAO GOSTA,TEM MUITA GENTE QUE GOSTA VALEU!

  • 28.02.2015 08:42 Wagner Souza

    Cara! Não sei porque ainda te pagam pra escrever tanta asneira sem fundamento. Um jornalismo deprimente!

  • 27.02.2015 21:59 Eduardo rebelo

    como um país cresce sem exportação e sem aumento da demanda interna? Fiquei curioso.

  • 27.02.2015 20:57 Ana Carolina Castro

    Se a economia está assim porque exportamos commodities e os preços das mesmas caíram, fico me perguntando qual é a responsabilidade direta do presidente. Será que, por exemplo, se Edu Jorge tivesse sido eleito, poderia fazer algo? Ou Luciana Genro? Ou qualquer outro (alguns prefiro nem citar o nome)? Sinceramente, duvido. Desde 2013, quando a China deu sinais de desaceleração no crescimento, economistas dizem que 2015 seria um ano difícil. Creio que isso ultrapassa e muito a alçada da presidência. Veja bem, não é uma defesa da Dilma, ela tem seu papel sim, mas na atual conjuntura eu não sei se tem algo que ela possa fazer de imediato para contornar isso. A questão tb é simples: não há crescimento que se perpetue para sempre. Isso não se sustenta. Ainda assim, acho que muita gente está melhor hoje do que antes, principalmente os mais humildes.

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Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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