Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Sobre o Colunista

Sarah Mohn
Sarah Mohn

É jornalista graduada pela UFG e especialista em Comunicação Empresarial e Publicidade Estratégica. Nesta coluna, escreve artigos de opinião / sarahmohn@gmail.com

Meias Verdades

Beijo entre Bial e Galvão não foi desnecessário

Incomodar-se é um tipo de preconceito | 30.04.15 - 15:00 Beijo entre Bial e Galvão não foi desnecessário (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Sarah Mohn
 
Goiânia -
Quando vi a imagem, no início desta semana, dos jornalistas Pedro Bial e Galvão Bueno se beijando num programa especial sobre os 50 anos da Rede Globo, tive a certeza de que aquilo daria pano para manga. Era meio óbvio que o matiz da intolerância em defesa da tradicional família brasileira iria invadir todos os possíveis canais de internet, apedrejando a ludibriosa e satânica empresa televisiva e os inconsequentes jornalistas apologistas da homossexualidade.

Dito e feito. Imediatamente após à aparição da cena na TV aberta, pipocaram nas mídias digitais as críticas ofensivas, as piadas infames e as escancaradas demonstrações de fanatismo. Nada novo, portanto, diante do que temos visto rotineiramente nesse planeta.
 
Todavia, o que mais me chamou a atenção foi a postura disfarçadamente neutra de quem declarou não ser homofóbico, mas achar "desnecessária" a atitude das duas celebridades globais. Argumentações como "não sou contra o beijo, mas acho que não havia motivo para aquilo" ou ainda "não sou contra o beijo, mas para que provocar gratuitamente?" foram algumas das frases que li e ouvi ostensivamente.
 
Em algumas ocasiões, tentei contra-argumentar. Em outras, me vali de uma excelente tática que criei para ignorar pessoas e situações absurdas: ao me deparar com opiniões de intolerância vindas da boca de gente que não vale a pena, forço por dois segundos um sorriso esticado que esconda os dentes e, em seguida, saio de perto, coloco um fone de ouvido ou mudo de assunto. Ignorar é um exercício infalível para evitar um infarto precoce.
 
Mas não é sempre que devemos fingir desconhecer intransigências, especialmente relativas à homofobia. E foi exatamente isso que Pedro Bial e Galvão Bueno fizeram. Estrategicamente pensado e acordado, o beijo entre os dois, veiculado sem cortes em horário nobre na televisão aberta, tinha como principal intenção romper paradigmas e colaborar com a luta contra o preconceito homossexual. Dois amigos se beijando carinhosa e amigavelmente, como se fosse algo natural, objetivava exatamente isso, ser algo natural.
 
No entanto, a reação da parcela social dita tolerante provou que o buraco é mais embaixo. Definir o beijo como "desnecessário" é corroborar com a repulsa cultural a que somos condicionados socialmente. É atestar a ideia de que pessoas do mesmo sexo se beijando ou abraçando em locais públicos ainda não é apropriado, porque causa estranhamento. É  corroborar com bochichos dentro da família, quando se descobre que uma prima é lésbica ou o ex-namorado da irmã se assumiu gay. É manter uma postura passiva e dar corda a boatos que envolvam a sexualidade alheia.
 
Por isso, parabenizo meus colegas de profissão. Me sinto por eles representada. A atitude afirmativa e corajosa dos dois é profundamente cabível no contexto atual de extremismo e inclemência social. Totalmente oportuna. Completamente legítima.
 
Enquanto estranharmos e nos incomodarmos com cenas de amor e afetividade entre pessoas do mesmo sexo, sejam elas homo ou heterossexuais, atestaremos nosso preconceito enraizado. Assumiremos nossa parcela de intolerância. Espancaremos pai e filho que se abraçam na rua, por confundi-los com casal gay. Levaremos à morte filhos de casais homossexuais, após espancá-los dentro de escolas. E trataremos como notícia fatos completamente desimportantes para o noticiário jornalístico, como um beijo entre duas pessoas. Reflitamos.

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
  • 05.05.2015 17:53 SINCERAMENTE?

    Galvão e Bial são gays???? Se não, esse beijo foi falso, sem vontade, sem carinho. Foi pra que então? Levantar qual bandeira? O que está acontecendo com os gays? Preconceito? Eu tenho amigos boiolas extremamente felizes, assumidos, bem sucedidos, com vida sexual ativa, entram em qualquer lugar com o namorado, enfim...com os mesmo Direitos que os meus.

  • 05.05.2015 17:44 SHAME ON YOU

    Repugnante e nojento dois homens se beijando. repugnante e nojento um casal de velhos se beijando. Repugnante e nojento dois cachorros cruzando. LINDO duas mulheres se beijando!! O que eu penso, meus gostos, minhas preferências, isso TELEVISÃO nenhuma no mundo vai mudar. Qualquer pessoa que se declarar GAY na minha frente, pra mim será como se assumisse que gosta de peixe e nao de frango, ou seja, preferência sexual pra mim não tem infLuência alguma, IREI RESPEITAR A PESSOA DO MESMO JEITO. Porém, me parece que respeito já não seja algo que alguns homosexuais procuram, me parece infelizmente uma provocação com os preconceituosos e gente normal como eu que não ligo a mínima pra orientação sexual dos outros tenho que ler noticias, textos e jornais comentando esse assunto como se fosse alguma coisa de importante.. piss in shit.

  • 05.05.2015 16:09 Cristiano Pires

    Texto lixo. Defesa lixo. Globo lixo. Colunista lixo.

  • 03.05.2015 22:42 Meire de Assis

    Nem a autora compartilha os próprios textos de tão ruins. Zero compartilhamento até agora. hauauauauauauauuauauau.

  • 03.05.2015 05:47 Yoki kusawa

    Acho que há excesso de inocência ao afirmar que Galvão e Bial estão defedendo causa gay. Estão defendendo é a própria sobrevivência. Os dois já deram reiterados exemplos de homofobia no passado. Se hoje estão se beijando, é muito mais como marketing da autosobrevivência que por convicção ideológica.

  • 02.05.2015 19:09 Viva o Sílvio Santos

    José Ricardo Eterno é o melhor colunista deste jornal. Parabéns, continuo de olho!

  • 01.05.2015 21:02 Lorena

    José Ricardo, você é um grande babaca.

  • 01.05.2015 15:24 José Ricardo Eterno

    A orientação sexual das pessoas não é definida só pelo tipo de parceiro(s) que elas admitem, mas igualmente pelo tipo de parceiro(s) que elas rejeitam. Em outras palavras, pra que você tenha uma "orientação sexual", é preciso que você tenha ao mesmo tempo repugnância por algum tipo de sexo. Homossexuais, por definição, não saem por aí transando como pessoas do sexo oposto, com crianças ou com animais. Isso é um preconceito deles? Não, meu saco! Quando um homossexual faz cara de nojo pra uma "racha" ele está necessariamente manifestando um preconceito? Ele é heterofóbico se faz piadinha com casais heterossexuais? Não necessariamente, cacete! Essa mania dos jornalistas de disseminar o ódio, de escrever como se as pessoas (sempre citam evangélicos) estivessem por aí procurando homossexuais pra matar é de uma desonestidade sem tamanho. Orientação sexual é algo que exercemos entre quatro paredes. Fazer disso uma fonte de direitos, uma bandeira ideológica, uma razão de viver, só mostra o quanto o nossa classe jornalística e a própria "comunidade" homossexual, antes cheias de grandes pensadores, compositores, poetas e prosadores de fato, hoje, são compostas por uma turminha que deixou de lado as grandes questões humanas pra se afogar em pinto e buceta.

  • 01.05.2015 14:50 José Ricardo Eterno

    Não me espantarei se no próximo artigo nossa nobre jornalista vier com aquela historinha de que a Globo é facista, conservadora e reacionária. Sabe como detectar um bocó presunçoso e arrogante no meio jornalístico? Veja quantas vezes ele, afetando independência de pensamento e esclarecimento, usa sem refletir expressões como "direitos humanos", "homofobia", "direitos da pessoa", "promover o debate", "fundamentalismo", "fanatismo" etc. Ora, qualquer pessoa que use a palavra homofobia sem rastrear seu histórico, sem consciência de como ela ganhou elasticidade semântica, sem saber como ela foi parar no meio das discussões políticas, ou é agente da imbecilização mundial ou é só mais um que foi imbecilizado.

  • 30.04.2015 21:12 Viva o Sílvio Santos

    Os jornalistas replicando bovinamente a agenda gay da Rede Globo e quem não gosta é intolerante. Ter opinião é crime agora? Todo homem que tem um amigo deve beijá-lo e quem não o fizer é intolerante? Não é à toa que a audiência da Globo está indo para o buraco. Aliás, na hora do beijo gay os jornalistas admiram a Globo e em outras horas metem o pau. Viva a TV a cabo! Viva o Sílvio Santos!

  • 30.04.2015 15:25 Juliane Souto

    Excelente reflexão! ????????????

Sobre o Colunista

Sarah Mohn
Sarah Mohn

É jornalista graduada pela UFG e especialista em Comunicação Empresarial e Publicidade Estratégica. Nesta coluna, escreve artigos de opinião / sarahmohn@gmail.com

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351