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Sarah Mohn
Sarah Mohn

É jornalista graduada pela UFG e especialista em Comunicação Empresarial e Publicidade Estratégica. Nesta coluna, escreve artigos de opinião / sarahmohn@gmail.com

Meias Verdades

Quando é que WhatsApp ficou chato?

| 29.05.15 - 17:21 Quando é que WhatsApp ficou chato? (Foto: aleteia.org)

Sarah Mohn
 
Goiânia - Bons tempos aqueles em que celular vinha apenas com funções básicas de fazer e receber chamadas telefônicas e enviar e receber mensagens de texto. O dia rendia e os minutos não eram engolidos pelo excesso de tempo desperdiçado com o que não importa. A vida fluía. O mundo era um lugar mais legal.
 
Até surgirem a tal da popularização da internet, os computadores portáteis, a corrida comercial das empresas de smartphones cada vez mais sensacionais e a possibilidade de conexão com o mundo pelas pontas dos dedos. Era o início de uma nova era global, a digital, mas isso não significaria só alegria. Não era amor, era cilada, diria o grande filósofo contemporâneo Molejo.
 
A verdade é que ficamos encantados, fomos seduzidos e, sumariamente, jogados no buraco negro das frivolidades tecnológicas. Especialmente quando a internet deu à luz às redes sociais e nós ganhamos de brinde uma sobrinha: a dependência virtual.
 
Quero deixar claro que não sou saudosista da era analógica, pelo contrário, gosto e trabalho diretamente com recursos digitais. Quero deixar claro também que sei que muita gente não passa por esse momento de inversão de prioridades, porque sabe muito bem como se comportar nesse novo momento. 
 
Parabéns, vocês são feras. Mas são minoria. A maioria de nós vive um deslumbramento desmedido com celular (e) ou tablet às mãos. Não há dúvida de que algo está muito errado e de que existe uma entrega desenfreada ao mundo digital.
 
Foi pensando nisso, e em piorar esse caos, que criaram o WhatsApp. Brinks. A ideia é boa, a usabilidade é prática e atende a tendência de comunicação gratuita a longas distâncias. Ok. O problema é que viralizaram o WhatsApp. Tornaram-no um tremendo spammer indireto. WhatsApp é hoje nosso amigo invisível onipresente e onisciente. E ninguém merece um amigo desse tipo.
 
Não sei vocês, mas eu tenho ficado cada vez mais irritada quando no meu celular soa o “plim” do WhatsApp, geralmente seguido de outros vários e insistentes “plins”. Durante o dia inteiro. Inteirooooo.
 
Quando posso, opto por deixar o celular em modo silencioso. Mas nem sempre me é permitido esse luxo, exatamente por essa ferramenta ter se tornado extensão de trabalho.
 
Agora, na era do WhatsApp, precisamos estar disponíveis o tempo todo para ler e responder quem nos acessa. O chefe, o cliente, o colega de trabalho, o subordinado, toda a cadeia produtiva do universo. Mandou mensagem, plim, é preciso que se dê sequência ao diálogo.
 
E os grupos? Vamos falar dos grupos. Os grupos no WhatsApp são a invenção mais chata que existe. Isso já considerando que estejam desativadas as notificações de alerta de mensagens. Mas, mesmo assim, esses gremlinsinhos digitais nos atormentam e tomam nosso tempo. E o pior é que muitos estão relacionados a trabalho, o que nos obriga a neles permanecer sorridentes e ativos.
 
Sou jovem, tenho menos de 30 anos de idade, pertenço à Geração Y (ui!), mas não me acostumo com tanta frieza nas relações interpessoais. Ninguém mais liga para ninguém. As pessoas fecham negócios, marcam compromissos, trocam informações, fazem declarações de amor por meio do WhatsApp em 99% dos diálogos do dia a dia. Deixo essa brecha de 1% para ninguém me acusar de ser intolerante.
 
Aí vocês vão me dizer que nem todo mundo se rendeu à tendência de comunicação ~~facilitada. E eu pergunto: quem não tem WhatsApp? Se essa espécie ainda existe, vai acabar se rendendo à pressão social a curtíssimo prazo. Infelizmente. Porque não está nada legal.
 
Penso que o WhatsApp precisa se reformular para não seguir os rumos do falecido Orkut e, em breve, do Facebook. Uma boa ideia para dar largada à reinvenção seria ativar algum mecanismo de autorização prévia para que usuários escolham ou recusem adentrar a grupos de bate-papo. Facilitaria, hein.
 
No mais, vou encerrar por aqui, porque preciso visualizar e responder as 173 notificações surgidas nos últimos 30 minutos, e ainda não abertas.

Comentários

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  • 10.06.2015 10:50 rodrigo

    fica dependente virtual quem quer meu bem!!!!!

  • 10.06.2015 10:49 Ana Karla

    Gente, vamos fazer um grupo no whatsapp para discutir isso! hahaha Eu tbm gostei do texto! E gente chata não necessariamente é quem não concorda com o colunista! É quem vem aqui ficar enchendo o saco! Não gostou? argumente! E vc tem razão, Sarah! espaço você tem de sobra! beijos :*

  • 02.06.2015 16:22 Raniel Nascimento de Souza

    Parabéns Sarah. Artigo perfeito. Irretocável.

  • 02.06.2015 15:13 Doroty

    Gente chata leia-se: gente que não concorda com os colunistas. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk eu amo esta confusão!

  • 02.06.2015 12:43 bia tahan

    Acuada é a melhor palavra que encontro para definir meu estado de espírito com tantas mensagens e grupos de What´s up. Concordo com vc e também com o Sergio Paiva, não precisa se justificar para essa patrulha do texto alheio que sempre tem uma crítica chata para fazer. beijos

  • 01.06.2015 10:06 Sérgio Paiva

    Gostei muito do texto Sarah, por trazer uma radiografia do momento e por falar da chatura do whatsapp, esse deslumbramento jeca em nome do trabalho, das relações familiares e de amigos sem muitas afinidades. Só acho que você se justificou muito para a patrulha chata que sempre encontra um jeito de criticar toda opinião publicada. Abraços, estou aguardando os próximos.

  • 30.05.2015 16:33 Joao

    outro grande problema do zapzap e que pode matar o aplicativo é a publicidade por este meio, com mensagens indesejáveis oferecendo produtos e serviços.

  • 30.05.2015 12:31 Cássia Fernandes

    O Whatsapp sempre foi chato desde que surgiu. Pierre Lévy já falava há uns 20 anos - acho - na normose informacional e na infarmotose. Acho que antevia o seu potencial enlouquecer. :)

  • 30.05.2015 00:12 Yuri Papacosta Siqueira

    Sarah Mohn, ainda exista sim quem não seja refém do whatsapp! Eu sou uma delas. Faço cursinho e pretendo passar pra medicina e percebi que era facilmente interrompido nos estudos por mensagens no whatsapp ou até mesmo alguma curtida no instagram. Levei em consideração também o fato de ter perdido a liberdade de poder mexer no celular sem que alguém soubesse que estou mexendo. Me refiro ao Online e visto por ultimo. Isso gerava discussão as vezes com aquela pessoa que nos manda mensagem e não estamos afim de responder mas ela nos cobra isso. Afinal você entrou no whatsapp e não respondeu. Isso tornou-se uma forma de medir importância. Então resolvi abandonar o whatsapp! Vivemos tanto tempo através de sms e ligação, porque agora seria diferente? Só porque ninguém mais usa isso? Análogo a um desabafo da luta contra uma dependência, digo: Meu nome é Yuri, tenho 18 anos e estou a 4 meses sem whatsapp e mesmo de forma excluída da sociedade virtual, não me arrependo! Talvez após passar no vestibular retorne a esse meio de comunicação mas até lá, melhor o jeito que esta!

  • 29.05.2015 23:35 Layza

    Ué, existe a opção "sair do grupo". Simples.

  • 29.05.2015 18:34 Thaís Romão

    É isso, Sarah! A verdade é que de nada adianta "aprendermos" a usar o aplicativo se as outras pessoas não aprenderem, né? Não é uma questão de ter ou não ter o aplicativo instalado. Apenas não é justo que a gente deixe de aproveitar racionalmente as facilidades que ele oferece porque tem gente sem noção que não sabe usá-lo... Penso que vamos ter de seguir silenciando grupos inúteis e sendo sociais em grupos que, embora não acrescentem, não nos cabe sair por questão de socialização. Tipo a vida real... ;)

  • 29.05.2015 18:31 Geovana Leite Perillo

    oh querida obrigada por ler meu comentário "brigada" mesmo.... mas...estou a sua disposição tá... desenho pra você sem problemas beijinhos no ombro para você querida !!

  • 29.05.2015 18:16 Sarah Mohn

    Geovana Leite Perillo, agradeço por ter lido meu artigo. Mas acho que lhe caberia um pouco de interpretação de texto para compreender quando digo sobre o uso da ferramenta em âmbito profissional. Quanto a reclamar, continuarei sempre reclamando. Tenho espaço e leitores para isso. Abraços :)

  • 29.05.2015 17:57 Geovana Leite Perillo

    Sarah Mohn A solução está em suas mãos. Basta ter coragem para fazer. Se não tiver coragem para fazer , responda então as 245 notificações ,que já devem estar nesse número ou mais ,e pare de reclamar. Ps: Se precisar de ajuda eu desenho para você o local aonde você deve desinstalar o aplicativo.

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É jornalista graduada pela UFG e especialista em Comunicação Empresarial e Publicidade Estratégica. Nesta coluna, escreve artigos de opinião / sarahmohn@gmail.com

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