(Reprodução/App Lulu)
Sarah Mohn
Goiânia – Quem não se lembra do famoso aplicativo que permita às mulheres avaliarem homens com quem já namoraram, foram casadas, tiveram affair ou simplesmente trocaram beijos na balada e tornar tudo isso público? É claro que lembramos, porque polêmica boa a gente não esquece. Pois bem, eis que desde a última segunda-feira (20/7) o Lulu está de volta ao Brasil.
O aplicativo foi lançado em 2013 para celulares iOS e Android e retirado de circulação aqui no país no ano seguinte, após o Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) abrir inquérito civil público contra a Luluvise Incorporation, empresa proprietária do app, alegando que a ferramenta ofendia a honra e a privacidade dos consumidores.
Ficou fora do ar, mas por pouco tempo. Como o Brasil é um dos países que mais curtem essa história de relacionamento virtual, a Luluvise tratou de achar uma solução criativa para o problema e, ao menos por hora, encontrou.
Se a crítica era a falta de autorização dos homens para serem avaliados, agora o Lulu retorna ao universo digital oferecendo recursos também para o público masculino, e não apenas o feminino. E novidade: a nova versão do aplicativo limita avaliações apenas a homens que se cadastram no app.
A partir de agora, homens passam a ter também acesso às notas e hashtags de avaliação. Bem diferente do antigo aplicativo, que incorporava automaticamente à ferramenta todas as informações sobre os amigos de Facebook das usuárias que se cadastravam no Lulu, sem sequer informar e muito menos pedir autorização aos contatos masculinos.
O novo Lulu chega menos raivoso, sem aquela áurea vingativa de mulheres versus homens, e mais identificado como ferramenta amorosa. Tanto é que outra novidade do app é a possibilidade de diálogo entre usuários. Mas o bate-papo só pode ser aberto por mulheres.
Qualquer semelhança não é mera coincidência com o Tinder, aquele aplicativo bizarro e top na categoria tranqueiragem. Mas isso é opinião para outro artigo.
A diferença básica entre os dois é que no Tinder os usuários dão “met” - escolhem possíveis paqueras - após verem fotos e pouquíssimas informações sobre a pessoa, como idade e cidade em que vive. No Lulu, a minibiografia vem acrescida pela avaliação de outras mulheres que já navegaram pelas bandas de lá.
Além da pontuação, as hashtags podem dizer muito sobre o cara. Ou pelo menos te fará dar boas risadas: #JaAcordaGato #DoesHisOnLaundry #NotADick #NemSeOMuncoEstiverAcabando #TipicoCaraBabaca #PerfectionSquared #EscrotoComOGarçom #LifeOfTheParty #BlockHisNumber. E por aí vai... As hashtags são infinitas.
Mas o app não é para qualquer pessoa. Eu, particularmente, morro de preguiça e de azar com esses aplicativos de relacionamento. Sou old fashion, ainda sonho em me esbarrar na rua com o futuro grande amor da minha vida (e vai ter alguém tocando violino ao fundo). Mas tenho amiga que conheceu uma pessoa bacana em um desses apps e com o rapaz está feliz da vida há quase dois anos. Lá em São Paulo, terra de possibilidades mais democráticas.
De qualquer forma, graças às boas pitadas de humor, ao menos divertido o negócio é. Se não o fosse, não teria alcançado o primeiro lugar no ranking da App Store brasileira, em 2014, e arrecadado cerca de 4 milhões de dólares desde seu surgimento.
Se não entrar em outra polêmica judicial, pode ser que o Lulu até desbanque o Tinder e vire a nova febre do momento para a galera solteira . Enquanto isso, aproveitem, “raposinhas marotas”. No Lulu você será sempre anônima. ;)