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Sarah Mohn
Sarah Mohn

É jornalista graduada pela UFG e especialista em Comunicação Empresarial e Publicidade Estratégica. Nesta coluna, escreve artigos de opinião / sarahmohn@gmail.com

Meias Verdades

Ficar solteiro não significa a morte

| 06.05.16 - 08:25
 
Sarah Mohn
 
Goiânia – É curiosa a primeira reação de amigos quando se termina um relacionamento. À medida que a notícia se espalha, o WhatsApp apita e as ligações deles tentando de todas as formas fazer com que o(a) novo(a) solteiro(a) encontre um novo amor vão se tornando rotina. Quem nunca passou por isso?
 
Recentemente, ouvi uma amiga dizer para outra que era um "absurdo" ela ficar sem alguém, porque ela é "linda, maravilhosa, inteligente, independente, jovem, espetacular" e coisa e tal. Ela havia saído de um namoro e estava, a partir daquele momento, portanto, intimada a encontrar um novo parceiro.
 
Fiquei lembrando como nesses momentos é tão comum ouvir frases do tipo: "Eu preciso te apresentar para fulano(a)! Não sei como nunca pensei nisso antes. Vocês vão dar muito certo!"; ou "Beltrano(a) é a sua cara. Vocês têm que se encontrar!"; ou ainda a máxima "Sicrano(a) sempre foi seu fã. Dá uma chance pra ele(a)".
 
Miga, sua loka, apenas pare.
 
Ficar solteiro não significa a morte. É compreensível a boa intenção dos amigos e a preocupação com o restabelecimento de quem se ama. Todos nós queremos voltar a ver os amigos antes comprometidos, mas agora tristes, com sorrisos no rosto e leveza na alma. Mas penso que essa aflição e desespero em empurrar novos(as) parceiros(as) não podem ser benéficos.
 
Quem sai de um relacionamento precisa viver o luto do fim. Precisa ter tempo para enfrentar todas as fases de uma ruptura: a aceitação do término, a tristeza profunda, a ausência do(a) parceiro(a), a nova rotina do dia a dia. Chorar é fundamental. É preciso permitir que a ferida sangre para que possa se cicatrizar. E para isso é necessário encarar a solidão.
 
É como uma receita de bolo: todo ser humano sabe a fórmula para superar o fim de uma história de amor. Mudam os ingredientes, mas o processo continua sempre o mesmo. Demora, é sofrido, mas passa. Acreditem, pois passa. Só que exige tempo.
 
Podem existir exceções, mas chego a duvidar da longevidade de relacionamentos fast food, iniciados sob pressão e desespero. Ninguém substitui ninguém. E, a partir do momento em que a euforia passa, estar com alguém por medo de enfrentar a solidão se torna um fardo difícil de carregar. É aí que o desesperado acaba machucando a outra pessoa - ou o famoso step, como se diz por aí.
 
As amizades têm o papel fundamental de dar apoio e todo o suporte necessário, mas com responsabilidade. Cada pessoa precisa vivenciar seu tempo de luto, ter calma e escutar o que diz sua voz interior.

A quem passa por situação semelhante não custa nada se lembrar daquele belo ditado que diz que se conselho fosse bom não seria dado, mas vendido. Ser amigo é também saber a hora de ouvir e ficar em silêncio.

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