Goiânia - Cada edição olímpica sofre algum reflexo do contexto político de sua época. Em Moscou, no ano de 1980, o regime comunista afastou a participação de pelo menos 60 delegações, a maioria influenciada pela ausência dos Estados Unidos. Foi a primeira vez que os norte-americanos ficaram de fora do maior evento esportivo do mundo.
Apesar do boicote em massa, a Rússia reuniu representantes de 80 nações. A cerimônia de abertura, no estádio Lênin, teve mais de 100 mil pessoas presentes para um espetáculo que contou até com pirâmides humanas.
O que agradou a todos que acompanharam as Olimpíadas foi a mascote Misha, uma simpática ursinha que ganhou notoriedade por ser reproduzida em um grande mosaico de coreógrafos. Foi a primeira mascote de um evento esportivo a estimular o comércio, com a venda de exemplares.
Destaques e curiosidades
Sem a presença de grandes potências do esporte, o Brasil aproveitou o momento para voltar a conquistar ouro - feito que não acontecia há 24 anos. Em Moscou a delegação brasileira bateu recorde no número de atletas (109) e na colocação do quadro geral de medalhas - foi o 17º, com duas de ouro e duas de bronze.
O lugar mais alto do pódio ficou para duplas da vela: Alexandre Welter e Lars Bjorkstrom, na classe Tornado, e Marcos Pinto Rizzo Soares e Eduardo Penido, na classe 470. O primeiro bronze foi de João do Pulo, pela segunda edição consecutiva, no salto triplo.
A outra medalha de bronze foi para a equipe de revezamento 4 x 200 metros livre da natação, formada por Jorge Fernandes, Marcus Mattioli, Ciro Delgado e Djan Madruga.
E quando se fala em Moscou, o nome do ginasta soviético Aleksandr Dityatin é o mais lembrado entre aqueles que acompanharam a competição. O atleta encerrou sua participação com oito medalhas (três de ouro, quatro de prata e uma de bronze). Seu talento individual contribuiu para a União Soviética garantir o primeiro lugar no quadro geral de medalhas (195). A Alemanha Ocidental ficou em segundo lugar.