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Declieux Crispim
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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

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Juventude sem Arrependimento em Richard Linklater

| 22.02.17 - 09:00 Juventude sem Arrependimento em Richard Linklater (Foto: divulgação)
Goiânia - Com Jovens, Loucos e Rebeldes (1993), o diretor Richard Linklater arrebatou uma geração através de uma sensibilidade aguçada, que escancarava a juventude dos anos setenta. 23 anos depois, este marco ganha uma continuação: Jovens, Loucos e Mais Rebeldes!! (2016), um dos destaques na décima edição da mostra O Amor, a Morte e as Paixões. Tanto no primeiro, quanto nesta sequência, Linklater promove uma profusão de sentimentos de uma época áurea na vida de cada um dos personagens e que pode ser estendida a qualquer pessoa.
 
Se no longa de 93, o período remontava aos anos setenta com rock’n roll clássico e a rebeldia típica da juventude roqueira contestadora, no filme subsequente, a abordagem se dá com relação aos anos 80 com o vigor do punk e o desbunde da disco music, movimento que primava pela liberdade de expressão.
 
Boywood (2014), seu longa antecedente, é belíssimo, mas Linklater se sobressai quando narra, despretensiosamente, seus filmes como na sua suntuosa trilogia composta por Antes do Amanhecer (1995), Antes do Pôr-do-Sol (2004) e Antes da Meia Noite (2013), ou ainda em Escola de Rock (2003), ou nestes dois epítomes acerca da juventude e de seus desdobramentos.
 
A habilidade com que o diretor costura a narrativa aparentemente pífia, visto que o roteiro não é grande coisa, é impressionante, e demonstra mais uma vez a importância de quem conduz uma fita. Todos os fatos são situados dentro do microcosmo ao qual os personagens fazem parte em que não há espaço para preocupações. Ou melhor, elas existem, mas são centradas nos jogos ou nas próximas festas, sinalizando a deficiência de foco inerentes à juventude, apesar de toda a energia que lhe é peculiar.
 
Ancorado por um elenco desconhecido, mas muito afiado, Linklater escancara sua poesia juvenil em que a história e os personagens não são o cerne da questão, e sim uma radiografia concisa de uma era dourada, que esbanja uma plasticidade com extrema naturalidade derivada das interpretações dos atores, através de gestos singelos invadidos de uma beleza inenarrável, que corrobora a vocação do diretor em extrair do cotidiano matéria-prima dotada de leveza, cujo sorriso ao término da sessão surge de modo inequívoco.
 
 
Confira o dia e horário de exibição do filme na mostra O Amor, a Morte e as Paixões, em Goiânia:
 
- 23/02 - 15h25
 
 
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Comentários

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  • 23.02.2017 15:20 Amélia

    A escrita desses artigos desperta a vontade de conhecer esses personagens de perto! Se um artigo sobre um filme tem essa pretensão...bingo! Resultado alcançado! Parabéns Declieux pela bela escrita e paixão pelo que faz!

  • 22.02.2017 09:51 Flávia Carelli

    Que texto bem escrito! O papel importante da música para a história. Mostra a importância do talento com que o diretor envolve a narrativa aparentemente sem muita importância, com uma direção excelente faz um roteiro simples ficar bom. Quero muito assistir a todos os filmes da mostra! Escreve tão bem que desperta a vontade de ver todos os filmes. Excelente como sempre. Parabéns, Declieux!

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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

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