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Declieux Crispim
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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

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Borg vs McEnroe

| 22.01.18 - 09:17 Borg vs McEnroe (Foto: Divulgação)
Goiânia - A trajetória da história esportiva é marcada por rivalidades nas mais diferentes modalidades. Senna vs Proust, Muhammad Ali vs Joe Frazier, Messi vs Cristiano Ronaldo, Magic Johnson vs Larry Bird e Borg vs McEnroe são somente alguns exemplos inesquecíveis que compõem um memorável contexto esportivo e que permeiam o imaginário popular. Em Borg vs McEnroe (2017), o diretor dinamarquês Janus Metz esboça uma narrativa contundente que exibe o caminho pelo qual a rivalidade se tornou predominante ante a estas duas figuras icônicas do tênis e do esporte mundial.
 
A desigualdade de estilos entre ambos é evidente. Enquanto Borg, que representa o cerne da narrativa, era metódico ao extremo ao ponto de perceber uma simples mudança no estofado do carro que alugava para a disputa do torneio, e dispensava a atenção portentosa que recebia de seus fãs, sendo que seu estilo inconfundível de jogo era pontuado pelo fundo de quadra. Ele era frio como gelo, não demonstrava qualquer traço de emoção e nunca proferia declarações polêmicas. McEnroe era dotado de comportamento imprevisível, vociferava contra jornalistas, tinha em seu visual costeletas grossas e vestia a camiseta dos Ramones, um genuíno rock star. Este ímpeto agressivo o levava a, diferentemente do rival, jogar-se à rede para confirmar logo o ponto.
 
A narrativa é hábil na condução da história que trabalha em duas frentes. O coração é Borg. Por meio de flashbacks e de alternância na apresentação de momentos da vida de cada um em uma montagem muito bem elaborada, presencia-se a história de cada um dos tenistas até o momento decisivo que converge à antológica disputa na final do torneio de Wimbledon em 1980. 
 
Neste período, Borg já possuía em seu currículo 4 títulos do torneio, enquanto o ainda garoto McEnroe buscava destroná-lo. O clímax não poderia ser outro além deste confronto marcado por um primeiro set irrepreensível de McEnroe vencendo o atual campeão por 6 a 1. A reconstituição desta partida é incrivelmente bem estruturada pelo diretor estreante e garante momentos de tirar o fôlego.
 
O game de desempate do quarto set é emblemático e impressionante em sua longa duração. No total, mais de 20 minutos de tie-break para a consagração de Borg como campeão mais uma vez de Wimbledon, sendo que McEnroe vendeu caro a derrota salvando 5 match-points para o tenista sueco. No ano seguinte, o jovem tenista americano derrotaria Borg e conquistaria seu primeiro título na famosa arena, o que decretaria a interrupção inesperada da carreira do ainda jovem tenista sueco. 
 
Uma admiração entre ambos culminaria em uma bela amizade e há um gesto tocante de um abraço fraternal entre eles no aeroporto. Borg tornou-se padrinho de casamento de McEnroe. A película pode não ser um grande filme, mas é acima da média em relação ao cenário atual de Hollywood e uma grata surpresa de um diretor estreante que nos apresenta uma história que não poderia deixar de ser filmada. Os fãs agradecem.
 

Comentários

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  • 24.01.2018 00:35 Flávia Bosso

    Fiquei com vontade de assistir, tá na minha lista de filmes pra assistir!!!

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