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Goiânia - Prática econômica, o turismo pode contribuir para a valorização de outros saberes e modos de vida, diferentes daqueles apreciados pela sociedade capitalista e ocidental. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), que investigou a Festa do Divino Espírito Santo, em Pirenópolis.
De acordo com o estudo, o festejo goiano gera interesse devido as suas práticas populares, a vivência entre as pessoas, a sociabilidade e até a forma de se produzir alimentos.
Dessa forma, o turismo gera o desenvolvimento da cultura e dos saberes locais. “Entrevistei pessoas de São Paulo, do Rio Grande do Sul e percebi a presença até de estrangeiros. Estavam ali exclusivamente por causa da festa popular, baseada em tradições seculares. Posso dizer que, minimamente, o turismo tem a capacidade de gerar o reconhecimento de produções locais e ainda assim trazer desenvolvimento econômico”, afirma o pesquisador e servidor da UFG, Marco Aurélio Fernandes Neves.
De acordo com ele, antes da década de 1970, o evento no interior goiano era esporádico, ocorria um ano sim, outro não. Somente depois do interesse turístico é que o festejo foi retomado anualmente. “Outro dado sintomático é que a parte cultural do casório de Pirenópolis é mais preservada do que a parte do casório colonial de Corumbá de Goiás, cidade que se desenvolveu no mesmo período, durante a exploração do ouro em Goiás”, afirma.
Mas o pesquisador faz uma ressalva. O turismo pode promover o reconhecimento e o desenvolvimento de novos saberes e novos modos de vida, mas também pode inviabilizá-los. “Por exemplo, quando gera impactos socioambientais irreversíveis, a partir de uma compreensão deturpada do valor turístico ou mesmo imediatista e meramente econômica”, explica.