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Morre escritor e ícone da contracultura chilena Pedro Lemebel

Crítico sofria com câncer na laringe | 23.01.15 - 20:27 Morre escritor e ícone da contracultura chilena Pedro Lemebel (Foto: reprodução/Portalnet.cl)
São Paulo - O escritor chileno Pedro Lemebel, um valente crítico do regime militar chileno (1973-1990), morreu de câncer de laringe na madrugada desta sexta-feira (23/1), aos 62 anos.

Um representante da família, Héctor Núñez, disse que o câncer "pretendeu deixá-lo sem voz, mas quem poderia tirar a voz de Lemebel? Sua voz existe e persiste", disse.

Em 2014, a editora brasileira Cesárea lançou por aqui Essa Angústia Louca de Partir, reunião de narrativas curtas que marcou a estreia de Lemebel no Brasil.

"Pedro foi um criador incansável, um lutador social, um defensor da liberdade e uma voz que nunca se apagou, representando os esquecidos, os muitos que se sentem órfãos em um país que não os represente nem os acolhe", disse a presidente do Chile Michelle Bachelet, nesta sexta-feira.

"Se vai um valente e talentoso literato, Pedro Lemebel. Devemos muito a ele por trazer à tona os temas tabus, contrários à ditadura e próximos do povo", disse a presidente do Senado, Isabel Allende.

Nascido em 21 de novembro de 1952, Lemebel revelou sua homossexualidade em uma época em que o tema era tabu no Chile.

Em 1980, ele criou com o artista plástico Francisco Casas o coletivo "Las Yeguas del Apocalipsis", com o qual fazia interrupções provocadoras em atos públicos e exposições de arte que o transformaram em um ícone da contracultura chilena.

Publicou poemas e antologias entre os anos 1980 e 1990, e seu primeiro romance, Tengo Miedo Torero, apareceu em 2001.

Na década de 1990, sua fama transcendeu as fronteiras latino-americanas, e ele fez ciclos de palestras nas universidades americanas de Stanford e Harvard, e durante uma semana completa recebeu homenagens na Casa de las Américas, em Havana.

Lemebel era próximo ao escritor Roberto Bolaño, que o ajudou a internacionalizar suas obras.

Em 2006, ganhou o prêmio da Fundação Anna Seghers, na Alemanha, e em 2013 levou o Prêmio Iberoamericano de Letras José Donoso.

Sua última aparição pública ocorreu há algumas semanas, no Museo Gabriela Mistral, vestido de branco, muito magro e sem poder falar. (Agência Estado)

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