Adriana Marinelli
Goiânia - A Orquestra Filarmônica de Goiás realiza na próxima terça-feira (7/7) a abertura de sua 2ª Turnê Nacional, que neste ano passará por três cidades paulistas. A apresentação, com entrada gratuita, será no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia, e traz o violoncelista Antonio Meneses como convidado. A regência do concerto é de Neil Thomson, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica desde 2014.
Conforme está previsto, serão apresentadas ao público duas obras do compositor inglês Edward Elgar: Froissart e Concerto para Violoncelo e Orquestra em Mi Menor. O programa traz ainda a Sinfonia Nº2 do compositor dinamarquês Nielsen.
Meneses irá acompanhar a Filarmônica em duas datas da Turnê Nacional: No dia 10 de Julho, na apresentação que a Orquestra fará no Festival de Inverno de Campos do Jordão e no dia 11 de Julho, em concerto na consagrada Sala São Paulo. A Turnê Nacional ainda abrange um concerto no Conservatório de Tatuí, a ser realizado no dia 09 de Julho, na cidade de Tatuí, considerada como a capital brasileira da música.
Serviço:
Data: 7/7 (terça-feira)
Horário: 20h30
Local: Centro Cultural Oscar Niemeyer
Entrada gratuita
Programa
7 de julho
E. Elgar: Froissart, Op. 19 (12’)
E. Elgar: Concerto para Violoncelo e Orquestra em Mi Menor, Op. 85 (30’)
C. Nielsen: Sinfonia No. 2, Op. 16, “Os Quatro Temperamentos” (32’)
Antonio Meneses, violoncelo
Neil Thomson, regente
Sobre Elgar, talvez o que mais se tenha dito é que se trata de um compositor muito inglês. De fato, durante muito tempo Elgar foi mais conhecido na Inglaterra que fora de lá. Mais importante que isso, Elgar foi o primeiro compositor inglês de qualidade desde Haendel – um alemão emigrado.
Muito já se especulou sobre o mito da "ilha sem música", alcunha atribuída à Inglaterra entre os séculos 18 e 19 por músicos centro-europeus. As experiências puritanas do século 17 talvez tenham realmente deixado a Inglaterra à margem dos desenvolvimentos da música instrumental: é não é de todo um exagero dizer que essa desvantagem só veio a ser eliminada com Elgar. Trata-se, sim, de um compositor inglês, mas que reinseriu a música de concerto inglesa no contexto ocidental dentro de sua melhor tradição.
A abertura Froissart foi a primeira obra orquestral de Elgar, escrita aos seus 33 anos. A obra faz menção ao autor medieval Jean Froissart, famoso por suas crônicas de cavalarias. E é justamente esse espírito o que dá o tom à obra, com sua atmosfera festiva e guerreira, sempre com muitos metais.
Já o concerto para violoncelo é uma obra da maturidade. Com atmosfera contemplativa, o concerto se inicia com um recitativo do violoncelo, que segue como grande instrumento solista na melhor tradição romântica. Inicialmente mal recebida, a obra é hoje fundamental no repertório violoncelístico, notadamente pela interpretação da lendária violoncelista sua conterrânea, Jacqueline du Pré, gravada em 1965.
Contemporâneo de Elgar, Carl Nielsen é outro compositor vindo de uma terra de pouca tradição musical, a Dinamarca. Ao lado de canções, óperas e obras de câmera, o conjunto mais conhecido de sua obra são as seis sinfonias. Sua segunda sinfonia busca retratar os quatro tipos de temperamento humano, de acordo com a antiga teoria dos humores. Assim, o primeiro movimento tem caráter colérico, de um indivíduo irritadiço e mal-humorado; o segundo retrata o humor fleumático, relaxado e pacífico; a melancolia é tema do andante do terceiro movimento, e a obra termina com a hiperatividade e nervosismo do sanguíneo. Como Hipócrates já ensinava, a virtude está no equilíbrio entre os quatro humores. (por Wolney Unes)
(Foto: divulgação)
