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Eleições na OAB-GO

Patrícia Miranda: "Vamos lutar pelo empoderamento e igualdade de gênero"

Candidata propõe censo para mapear advogadas | 25.11.15 - 10:17 Patrícia Miranda: "Vamos lutar pelo empoderamento e igualdade de gênero" (Foto: Divulgação)
 
Sarah Mohn
 
Goiânia – Única candidata do sexo feminino ao cargo de secretária-Geral da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), entre as três chapas que disputam a direção da seccional goiana, Patrícia Miranda Centeno declarou ao jornal A Redação que uma de suas principais lutas à frente da instituição, caso a OAB Forte vença o pleito, será pela igualdade de gênero e empoderamento das advogadas.
 
"A desigualdade de salários é fruto da desigualdade de gênero. Quando não se respeita a mulher no seu papel principal, se tem a sensação do direito, ainda que subjetivo, de se pagar menos a mulher para exercer a mesma função. Mas quando há ação para empoderar a mulher, automaticamente a mulher não aceita receber menos que o homem e essa conduta de mercado passa a ser ceifada", acredita.
 
Filha da ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Delaíde Alves Miranda Arantes, Patrícia Miranda possui em sua trajetória de vida militâncias feminista e classista dos advogados. Ao AR, justificou que aceitou disputar a Secretaria-Geral pela OAB Forte por ter sido a única chapa que se comprometeu a defender a valorização das profissionais do Direito.
 
"Flávio foi o único candidato que se comprometeu a implementar o Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada. E quando ele me convidou para compor a Secretaria-Geral, eu achei que era o momento oportuno, o gancho que eu precisaria para poder cobrar a implementação desse plano e fazer com que a OAB se envolva de verdade na busca pela igualdade de gênero", justificou.
 
Patrícia Centeno tem 35 anos, é casada e mãe de três filhos. Graduada em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), é advogada trabalhista com especialização em Direito Processual do Trabalho e pós-graduanda em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Há três anos, é conselheira seccional da OAB-GO.
 
 
(Foto: Divulgação)
 
Veja a entrevista completa:
 
Jornal A Redação: Essa é a primeira vez em que a senhora participa da eleição concorrendo a cargo de direção. Por que decidiu disputar a Secretaria-Geral da OAB?
Patrícia Miranda Centeno: Antes do lançamento da candidatura do Flávio Buonaduce, nós fundamos um grupo chamado "Advogadas Fortes", que busca a igualdade de gênero e o empoderamento da mulher. Como o Flávio foi o único candidato que se comprometeu a implementar o Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada, nós declaramos apoio a ele. E quando ele me convidou para compor a Secretaria-Geral, eu achei que era o momento oportuno, o gancho que eu precisaria para poder cobrar a implementação desse plano e fazer com que a OAB se envolva de verdade na busca pela igualdade de gênero.
 
AR: A defesa da valorização profissional das mulheres será sua principal bandeira à frente da Ordem, em caso de vitória?
Seria um dos focos. É uma bandeira com que nós estamos bastante preocupados, e existe em consonância com o movimento nacional "Mais Mulheres na OAB". É claro que a Secretaria-Geral envolve outros diversos focos, como por exemplo o relacionamento da OAB com as subseções, o fortalecimento das subseções. Ações para advogados em início de carreira também é algo que será priorizado pela Secretaria-Geral.
 
AR: A senhora possui em sua carreira o histórico de luta feminista. Vai levar essa luta para dentro da OAB-GO?
Sem dúvida. Eu cresci num lar em que vi muito de perto a luta de uma mulher para se firmar na advocacia, sustentar os filhos com os honorários advocatícios. Então, é uma bandeira que eu trago no coração e levo para qualquer cargo que eu for ocupar.
 
AR: Como a OAB pode influenciar de forma concreta na vida profissional das advogadas?
A OAB tem como papel diagnosticar quais são os pontos em que a mulher precisa de fortalecimento. Uma das propostas da chapa OAB Forte é a realização do censo. Esse censo vai fazer o mapa do perfil da mulher advogada em Goiás. A partir desse mapa, nós poderemos tirar várias ações na busca por essa igualdade de gênero. O principal ponto que precisa ser atacado é o empoderamento da mulher. É fazer com que a mulher assuma o papel principal na vida da Ordem. A OAB pode promover esse empoderamento através de cursos, de palestras, de encontros, de conferência estadual da mulher advogada, levar essas discussões para as subseções e para as seccionais. A OAB pode fazer muito por essa luta.
 
AR: A igualdade de gênero que vocês defendem engloba a igualdade de salários?
Com certeza. A desigualdade de salários é fruto da desigualdade de gênero. Quando não se respeita a mulher no seu papel principal, se tem a sensação do direito, ainda que subjetivo, de se pagar menos a mulher para exercer a mesma função. Mas quando há ação para empoderar a mulher, automaticamente a mulher não aceita receber menos que o homem e essa conduta de mercado passa a ser ceifada.
 
AR: Por que a senhora acredita que sua chapa deve ocupar a próxima gestão da seccional?
Eu acredito que a OAB Forte tem história. Acredito em uma máxima que diz que quem não tem passado não tem futuro. E mais do que isso, a OAB Forte se renova. As pessoas que compuseram essa chapa entenderam que era o momento de se renovar. Então, deram lugar a novos nomes, a novas pessoas. E um exemplo disso é o meu nome para compor a diretoria. Tenho três anos de conselho seccional e temos vários candidatos ao conselho que nunca foram candidatos. Nossa chapa tem um percentual de renovação de 84%. Além disso, o Flávio demonstra um respeito pela OAB que os outros candidatos não demonstram, prova disso é o fato de ele ter se licenciado da ESA para ser candidato. Ele mostrou que coloca a instituição acima dos interesses pessoais.
 
AR: Flávio Buonaduce está preparado para ser presidente da Ordem?
O Flávio demonstra um respeito pela OAB que outros candidatos não demonstram. Um aspecto importante é a experiência que ele tem. Além de carregar o nome OAB Forte, que tem história, ele tem dez anos de serviços gratuitos prestados à OAB. Além disso, Flávio foi quem comprou a bandeira da luta pela igualdade de gênero. E, mais do que isso, ele comprou a bandeira de resgate do papel social da instituição na democracia brasileira. A OAB tem ficado à parte de discussões importantes, por exemplo, redução de maioridade penal, reforma política. A OAB Goiás não tem se manifestado. E a Constituição Federal deu à OAB o dever e o direito de defender o cidadão. Então, ela não pode ficar silente nessas situações.
 
AR: Que avaliação a senhora faz da campanha eleitoral da OAB-GO deste ano?
O Flávio demonstrou seu perfil, que quem já o conhece sabe, de pessoa polida, que quer discutir ideias. A campanha da OAB Forte foi propositiva, não se buscou desconstruir a figura de nenhum candidato, ao contrário do que a gente vê nas outras campanhas. E acho que isso fará a diferença, porque o nosso eleitor é advogado, se preocupa com ideias, é um eleitor que quer saber em quem está votando. Não é um eleitor que se deixa enganar por discursos rasos e vazios de ódio.

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