Carolina Pessoni
Goiânia - Pesquisa exclusiva encomendada pelo jornal A Redação e pela TV Record, mostra que, se as eleições acontecessem hoje, haveria empate técnico entre Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial em Goiás.
Marina aparece em primeiro lugar, com 31,4% das intenções de voto, enquanto Dilma tem 30%. O levantamento foi feito entre os dias 18 e 20 de agosto, menos de uma semana após a morte de Eduardo Campos.
Aécio Neves (PSDB) aparece em terceiro lugar, com 19,2% das intenções de voto, seguido por Pastor Everaldo (PSC), com 2%; Mauro Iasi (PCB) e Zé Maria (PSTU) com 0,4% cada; Luciana Genro (PSOL), com 0,3%; Eduardo Jorge, com 0,2%; Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Rui Pimenta Costa (PCO) com 0,1% cada. Brancos e nulos somam 8,5% e não souberam ou não responderam, 7,1%.
Foram ouvidos 2203 eleitores e a margem de erro da pesquisa é de 2,09%. O número de registro da pesquisa no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás é 00074/2014.
Votos válidos
Levando em conta apenas votos válidos, quando brancos e nulos são excluídos, Marina Silva continuaria em primeiro, com 37,2%, seguida por Dilma Roussef, com 35,5%. Já Aécio Neves apareceria em terceiro lugar, com 22,8%.
Pastor Everaldo tem 2% das intenções de voto, Mauro Iasi e Zé Maria têm 0,5%, Luciana Genro e Eduardo Jorge têm 0,3%, Eymael, Levy Fidelix e Rui Costa Pimenta têm 0,2%.
Quem ganha?
Aos entrevistados também foi apresentada a seguinte pergunta: "Independente do seu voto, quem o (a) sr (a) acha que vai ganhar a eleição para Presidente da República?".
De forma espontânea, quando os nomes dos candidatos não são mencionados, Dilma Rousseff aparece com folga no primeiro lugar, com 63,3%. Marina Silva figura em segundo, com 22,5%, seguida por Aécio Neves, com 13%. Pastor Everaldo e Zé Maria aparecem com 0,5% e Rui Pimenta Costa, com 0,1%.
Análise: Cenário é temporário
Para o doutor em Ciência Política e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Francisco Mata Machado, a morte do ex-presidenciável Eduardo Campos foi determinante para que Marina Silva figurasse no primeiro lugar na pesquisa.
"Estamos em um momento de comoção com a morte trágica e repentina de Eduardo Campos, o que acabou por despertar a simpatia dos eleitores, revertida para a Marina Silva. Além disso, desde a tragédia ela tem tido uma alta visibilidade midiática que nenhum dos outros candidatos conseguiu nos últimos dias. Isso com certeza contribui com a alta pontuação na pesquisa."
Para o cientista político, entretanto, Marina chegou no seu ponto máximo e a tendência agora é cair na preferência do eleitorado.
"Marina tem pontos fortes, como o legado de Eduardo Campos, o fato de ser ambientalista, a ideia de moralidade, além de conseguir alcançar os indecisos e não-votos e isso, após os protestos do ano passado, é muito significativo. Mas ela também tem fraquezas sérias, como conversar com dois públicos muito diferentes - evangélicos e ambientalistas - e a falta de respaldo e de coesão dentro do próprio partido. Sem coesão não se consegue chegar ao segundo turno."
Francisco destaca ainda que outro fator que pode ser prejudicial à candidata. "Ela pode perder muitos votos se o eleitor levar em conta que é muito difícil para uma ambientalista gerir um país que tem como principal produto econômico o agronegócio."
(Foto: Montagem/A Redação)
