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Eleições 2014

Primeiro debate entre presidenciáveis é marcado por ataques e provocações

Encontro foi promovido pela TV Bandeirantes | 27.08.14 - 01:07 Primeiro debate entre presidenciáveis é marcado por ataques e provocações (Foto: Band)
Adriana Marinelli

Goiânia -
 Transmitido pela TV Bandeirantes na noite desta terça-feira (26/8), o primeiro debate com os principais candidatos à Presidência da República foi marcado por ataques e provocações. Participaram Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSol), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB). Inicialmente marcado para o dia 21 de agosto, o debate foi adiado após a morte de Eduardo Campos, que foi substituído na corrida presidencial por Marina Silva.
 
O debate, mediado pelo jornalista Ricardo Boechat, âncora do Jornal da Band, contou com seis blocos, sendo que no segundo e no quarto houve confronto direto entre os concorrentes.
 
Segurança Pública
O primeiro questionamento levantado pelo mediador, que abriu oportunidade para todos os candidatos se manifestarem no intervalo de um minuto e meio, foi sobre Segurança Pública. Sem propostas inovadoras, os candidatos falaram de forma breve sobre suas ideias para a área. Conforme estipulado por sorteio, pastor Everaldo foi o primeiro a responder. "Meu irmão foi vítima de uma bala perdida no ano passado e sei o quanto é difícil essa realidade. Vamos equipar o profissional da segurança, que também será valorizado", afirmou, destacando que sua principal proposta para a área é a criação do Ministério da Segurança Pública.
 
Luciana Genro aproveitou grande parte do seu tempo para se apresentar. "Quero dar continuidade à uma esquerda coerente", disse. Sobre Segurança, a candidata fez questão de ressaltar que não concorda com o trabalho do atual governo e afirmou que, se eleita, trabalhará para que haja mais investimentos nas polícias e nos Direitos Humanos. A integração das polícias também foi um ponto defendido por Marina Silva.
 
Para Aécio Neves, falta articulação definitiva do poder central com os Estados. "Nossas fronteiras, infelizmente, não têm a atenção que merecem" disse. "Governei Minas Gerais por oito anos e levei meu Estado ao topo da lista dos Estados que mais investem em Segurança no Brasil, proporcionalmente."
 
"A Segurança Pública é de competência dos Estados, mas acreditamos que isso deve ser alterado. Na Copa, por exemplo, adotamos uma política de integração com todos os órgãos de segurança. Uma medida que deu certo. Essa ação em conjunto resultou em uma grande vitória no que se refere à Segurança na Copa. Fomos capazes de ter um resultado muito efetivo no que se refere à apreensão de drogas e apreensão de armas", afirmou a candidata à reeleição Dilma Rousseff, que reconheceu que há medidas a serem tomadas na área.
 
Por fim, Levy Fidelix e Eduardo Jorge questionaram os investimentos realizados pelo Ministério da Justiça e ressaltaram o elevado número de homicídios registrados no país nos últimos anos. "Minha ideia é privatizar as prisões", defendeu Levy.
 
Ataques
Logo as primeiras perguntas do segundo bloco foram tomadas por ataques. Com questionamentos repletos de provocações e com respostas irônicas em alguns dos casos, o segundo bloco permitiu que cada candidato escolhesse quem responderia aos questionamentos, sendo que cada um poderia ser perguntado até duas  vezes.
 
A exatamente 40 dias das eleições, uma pesquisa Ibope divulgada nesta terça (26) mostra Dilma e Marina empatadas tecnicamente no primeiro turno. As duas candidatas protagonizaram o primeiro debate do segundo bloco. Escolhida por meio de sorteio, a candidata do PSB foi a primeira a fazer a pergunta e escolheu a petista para responder.
 
"Quando tivemos as manifestações no ano passado, foram apresentados alguns pactos pelo governo federal, como o pacto da mobilidade, por exemplo. Mas nada disso funcionou. O que deu errado?", perguntou Marina.
 
De forma direta, Dilma rebateu a concorrente. "Eu considero que tudo funcionou!". A petista citou as escolas de tempo integral instaladas em várias cidades brasileiras e também o Mais Médicos, programa adotado em seu governo no último ano. "Além disso, fizemos um compromisso com a mobilidade e estamos investindo mais de R$ 143 bilhões em metrôs, VLTs e BRTs."
 
Insinuando que Dilma não reconhece os defeitos de sua gestão, Marina rebateu mais uma vez. "Esse Brasil colorido, quase cinematográfico, que foi citado agora, não existe!"
 
De maneira geral, Dilma, Marina e Aécio, os três principais candidatos, protagonizaram a maior parte de ataques. 
 
Em uma pergunta direcionada ao candidato do PSDB, Dilma afirmou que "o Brasil conta hoje com os menores índices de desemprego da história". "Diferente da realidade do governo de Fernando Henrique, do seu partido."
 

(Fotos: reprodução/TV Band)
 
"Quem fala olhando para trás é porque tem medo de debater o presente. A realidade é que a indústria brasileira foi sucateada e perdemos vários postos de trabalho no seu governo. Os dados do Caged mostram, inclusive que o mês de julho deste ano foi um dos piores da história", disse o tucano. 
 
Sobre o governo FHC, Aécio afirmou que a gestão petista aprimorou vários programas do PSDB. "Reconhecer os bons trabalhos de outros governos é um gesto de grandeza e isso falta na sua gestão, senhora candidata."
 
Aécio perguntou à candidata Marina Silva sobre o que ela entende sobre "nova política" e questionou o fato dela ter abandonado o palanque onde estava Geraldo Alckmin. "Será que a nova política não deve ter uma boa dose de coerência?" Também de forma direta, Marina respondeu afirmando que não quer "favorecer os partidos da polarização". "A polarização PT-PSDB já deu o que tinha que dar."

(Foto: Band)

Homofobia
Alguns temas polêmicos foram abordados no segundo bloco, como a legalização do abordo e o combate à homofobia. Falando sobre os direitos das minorias, Luciana Genro perguntou a opinião do Pastor Everaldo sobre o assunto, que afirmou que não tem preconceito.

"Mas que os temas fiquem afastados das salas de aula" disse. "Para mim escola pública tem que cuidar só da educação do brasileiro”, completou. “Homofobia mata e a falta de ações dentro das escolas para combater essas práticas é um problema grave", pontuou a candidata do PSOL.

(Foto: reprodução/Estadao)
 
3º bloco
No terceiro bloco, jornalistas do Grupo Bandeirantes foram responsáveis pelas perguntas aos candidatos, sendo que o primeiro questionamento foi direcionado à presidente Dilma, que falou sobre o baixo crescimento econômico do país nos últimos anos. "O Brasil enfrenta hoje uma das mais graves crises internacionais, mas mantivemos a inflação, no limite da meta."

E a troca de farpas continuou neste bloco. Responsável pelo comentário, Aécio provocou a petista. "Temos agora uma extraordinária oportunidade de confrontar o mundo real com o mundo imaginário. O sonho dos brasileiros hoje é morar em uma propaganda do PT."

Ao ser perguntada sobre como ficaria os 40 ministérios existentes atualmente, Marina Silva deixou claro que, na opinião dela, esses Ministérios não estão alcançando os resultados necessários. "Se olharmos para os últimos anos, as conquistas não vêm substituindo quem tem visão estratégica por quem tem gerência. O Brasil hoje será entregue em piores condições do que foi entregue para a presidente, que se colocava como uma boa gerente."
 
Com direito a comentar a resposta, Dilma afirmou não saber quais ministérios poderiam ser fechados. Ao candidato Aécio Neves foi levantado o questionamento sobre quais cargos serão de livre nomeação, caso ele seja eleito. "Quando assumi o governo de Minas Gerais, extingui 3 mil cargos comissionados e estabeleci a área de Educação como prioridade. Chegamos ao fim do governo com Minas Gerais tendo a melhor educação do país. Eu acredito muito que a gestão pública não precisa ser ineficiente por ser pública", respondeu. 

Petrobras
No quarto bloco, candidatos voltaram a perguntar para candidatos, sendo que cada um poderia ser questionado até duas vezes. Foi nesta oportunidade que Aécio se direcionou à presidente sobre a administração da Petrobras. "Não é hora de pedir desculpas sobre a sua gestão temerária em relação à Petrobras?" 
 
Depois de afirmar que a Petrobras é atualmente a maior empresa da América Latina, Dilma completou: "Nós concedemos à Petrobras um volume de reservas para que ela se transforme em uma das maiores empresas de petróleo do mundo. Não fomos nós que queríamos mudar o nome da Petrobrás para Petrobráx, que soava melhor aos ouvidos estrangeiros", ressaltou. 
 
Insatisfeito com o posicionamento da candidata à reeleição, o tucano rebateu. "É uma leviandade a forma como a Petrobras vem sendo tratada no seu governo. Um colega seu está preso hoje. As denúncias carregam para esquemas de favorecimentos."

5º bloco
Novamente respondendo aos questionamentos de jornalistas, todos os candidatos foram perguntados, sendo que o primeiro foi Aécio Neves, que falou sobre o Conselho de Participação Nacional.
 
Em seguida, Marina Silva respondeu sobre os eventuais obstáculos que o ambientalismo pode trazer para o crescimento do país. A candidata afirmou que quando foi ministra conseguiu "agilizar as licenças mais difíceis, como para a transposição do Rio São Francisco", disse.

O Mais Médicos voltou a ser tema de pergunta e a candidata à reeleição foi questionada sobre o pagamento de profissionais cubanos participantes do programa. Dilma defendeu a medida adotada pelo governo federal. "Desde o início esse programa foi transparente. O Mais Médicos permitiu que mais 50 milhões de brasileiros pudessem ter atendimento médico", defendeu.  A resposta da candidata à reeleição foi comentada por Marina Silva, que afirmou que o Mais Médicos é "um paliativo". 

Considerações finais
Citando seu programa de governo com Eduardo Campos, Marina afirmou que suas ideias são as ideais para fazer o país crescer. Dilma reafirmou que pretende intensificar os investimentos na Educação. "Estou pronta para preparar nosso país para um ciclo de crescimento mais moderno e produtivo."
 
Aécio Neves voltou a criticar a atual gestão. "Está na hora do Brasil ter uma política econômica diferente da que temos hoje". Antes de encerrar suas palavras, o tucano afirmou que, se eleito, pretende nomear Armínio Fraga como ministro da Fazenda.


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