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Eleições 2014

Mané de Oliveira: "Banda podre não deixa as coisas funcionarem"

Deputado mais votado terá foco na segurança | 06.10.14 - 23:27 Mané de Oliveira: "Banda podre não deixa as coisas funcionarem" (Foto: reprodução/Facebook)
 

Leandro Coutinho

Goiânia -
O empresário Manoel José de Oliveira tem 74 anos, é casado e estudou até completar o ensino médio.  Candidato pela segunda vez a deputado estadual, assumirá mandato na Assembleia Legislativa de Goiás em 2015 também pela segunda vez, mas agora como mais votado e, com a marca de 62.655, alcançou 8 mil votos a mais que o segundo colocado. Para se ter uma ideia do que essa diferença representa, o deputado eleito menos votado, Sérgio Bravo (Pros), teve 8.607 votos.

Mais conhecido como cronista esportivo que por empresário, Mané de Oliveira (PSDB) conta que teve muitos votos por sua atuação na imprensa esportiva e diz que vai trabalhar pelo desenvolvimento do esporte em Goiás, mas esse não será o foco de sua legislatura. O deputado eleito teve votação tão expressiva por representar a indignação diante da sensação de insegurança crescente em Goiás e no Brasil.

O assassinato de seu filho Valério Luiz, também cronista esportivo, em 5 de julho de 2012, comoveu o estado e deflagrou uma campanha de Mané de Oliveira e de seu neto, Valério Luiz Silva, pela punição dos responsáveis. O processo judicial ainda não teve um desfecho e um dos denunciados por envolvimento no crime, Marcus Vinícius Pereira Xavier, foi detido em Portugal.  Em agosto de 2014, a justiça decidiu que ele e outros quatro suspeitos, Ademá Figueiredo Aguiar Filho, Maurício Borges Sampaio, Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta, vão a júri popular.


Filho de Mané de Oliveira, Valério Luiz foi assassinado em 2012. (Foto: reprodução)

Segundo Mané de Oliveira, o caso fo decisivo para decidir candidatar-se e sua tarefa será reduzir a violência e ele aponta um caminho para atingir essa meta: "O problema é que existe uma banda podre nos três poderes. É uma minoria que acaba prevalecendo e não deixa as coisas funcionarem no País. Nos últimos dois anos, enfrentamos esse problema na pele. Como deputado, vou combater essa banda podre."

Para promover as mudanças necessárias, Mané de oliveira vai trabalhar pela reeleição do governador Marconi Perillo, com quem pretende trabalhar com diálogo e debate sobre mudanças necessárias na segurança pública. "Agradeço a quem me ajudou a chegar aqui," afirmou ao final da entrevista exclusiva concedida ao jornal A Redação.

Veja abaixo a entrevista na íntegra:
 
Como o senhor recebe e interpreta o recado das urnas?
É uma responsabilidade enorme. Quando se tem 62 mil votos, a cobrança é muito grande. Por outro lado é gratificante, porque foram votos livres e independentes, porque não fui apoiado por nenhum grupo de lideranças políticas, comunitárias ou empresariais. É um recado de que 62 mil pessoas querem justiça e lutar contra a impunidade.
 
O Código Penal é uma legislação federal. De que maneira sua atuação na Assembleia pode contribuir para a redução da violência?
Eu e o delegado Waldir não chegamos a fazer uma dobradinha, mas tivemos uma afinidade boa durante a campanha, então podemos fazer parceria no que diz respeito às leis federais. Além disso, meu neto Valério Luiz Filho vai cuidar dessa área pelo Instituto Valério Luiz. Mas a questão não é somente as leis, que até não são ruins. O problema é que existe uma banda podre nos três poderes. É uma minoria que acaba prevalecendo e não deixa as coisas funcionarem no País. Nos últimos dois anos, enfrentamos esse problema na pele. Como deputado, vou combater essa banda podre.
 
Em que medida sua eleição contribui para o desfecho do caso Valério Luiz?
Quando assumir o mandato, não serei retirado do Fórum por um policial, como ocorreu durante julgamento da morte do meu filho. Se eles voltarem a fazer isso, estarão comentendo um ato de violência com um deputado eleito com 62 mil votos. Mas é preciso ficar claro que esse caso da morte do meu filho é um ponto de partida para minha candidatura. Vamos trabalhar para resolver os problemas das famílias que sofrem o que nós sofremos. E essa não será nossa única bandeira. Vamos ter de atender ao eleitor que votou por conta do futebol, que votou em busca de uma boa atuação na questão social do Estado e em outras áreas.
 
"Vamos trabalhar para resolver os problemas das famílias que sofrem o que nós sofremos."
 
Há 30 anos, em 1986, o senhor foi eleito com 27 mil votos, o segundo mais votado daquela eleição. Tinha, portanto, porque voltou a se candidatar agora?
Em 2006, fui candidato a deputado federal, porque queria fazer muito mais do que pude realizar como deputado estadual. Não fui eleito e também não tentei novamente uma vaga federal, porque não tenho R$ 5 milhões para bancar essa campanha em que o candidato acaba comprando apoio estado afora. Decidi nova candidatura à Assembleia Legislativa, porque desta vez tenho motivo: a morte do meu filho Valério Luiz. Quero que esse tipo de sofrimento que as famílias passam tenha fim.
 
O que o senhor pode fazer diferente desta vez, em comparação com seu mandato de 1986?
Agora, a história é outra. Da outra vez, fui eleito pelo PMDB com Henrique Santillo e após o conflito dele com Iris, meu mandato foi muito prejudicado. Nenhum dos meus projetos na Assembleia iam pra frente, porque a base irista barrava.
 
Como o senhor pretende contribuir para a gestão do governador?
Estou convicto de que o governador Marconi será reeleito. Estou com ele desde sempre, porque trabalho ao lado do grupo há 30 anos, quando fui deputado da base de Henrique Santillo. Vou ajudar o governador em tudo aquilo que for bom para a sociedade. Marconi é um dos maiores gestores políticos que conheço. Não vi um governador fazer mais que ele por Goiás. É o maior tocador de obra que já vi. O que precisar melhorar eu vou discutir no palácio, não na tribuna. Se houver uma greve não fico contra o povo, vou ficar entre o governador e o grevista, na busca de uma solução pacífica, com o diálogo.
 
"Vou ajudar o governador em tudo aquilo que for bom para a sociedade."
 
Mas a eleição ainda não está definida.
Eu me vejo como um candidato com capacidade para fazer um bom trabalho de oposição. Sendo situação, adoto um tom crítico em defesa da população, mas debatendo internamente com o governador. Dialogar é a saída para todo tipo de conflito, inclusive político, porque violência gera violência.
 


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