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Operação Biópsia

MP aponta fraudes e desvio de verba no Araújo Jorge

Fraudes e desvio de dinheiro são investigados | 07.02.12 - 18:23

Catherine Moraes
Fotos: João Sérgio/MPE

Cobranças por consultas que deveriam ser realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e desvio de dinheiro que tinha como finalidade a compra de medicamentos usados no tratamento de câncer são apenas algumas das fraudes descobertas pelo Ministério Público Estadual (MPE) na gestão do Hospital Araújo Jorge. Investigações que duraram mais de seis meses desencadearam em cinco prisões e sete mandados de busca e apreensão que foram realizados nesta terça-feira (7/2) e tiveram como alvo a Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), entidade que gerencia o hospital.

Segundo o coodenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Denis Bimbati, o tratamento no Hospital Araújo Jorge e na associação era diferenciado no quesito pacientes da rede pública e da rede privada. Há pelo menos cinco anos, o retorno de consultas para pacientes atendidos pelo SUS chega a demorar nove meses, enquanto na rede privada o retorno pode ser feito até no mesmo dia. O promotor afirma que algumas denúncias relataram cobranças por fora do plano, para um atendimento mais rápido. “Vidas podem ter sido perdidas já que o dinheiro público era desviado”, lamenta.

Esquema
O esquema de corrupção apontado pelo MP funcionava da seguinte forma: funcionários da ACCG eram contratados, com carteira assinada e além disso abriam empresas e se autocontratavam para prestar serviços diversos. Os repasses, por empresa, chegavam a 200 mil por mês. Bimbati diz ainda que uma funcionária contratada há cinco anos, com carteira assinada, mora no exterior. “As denúncias não param por aí, a associação banca ainda a pensão alimentícia de um filho de servidor no valor de R$ 3 mil”, completa o promotor.

De acordo com o MPE, caso as parcerias não existissem, a associação conseguiria fechar o mês sem dívidas, situação bem diferente do que acontece atualmente. Somente para a construção do prédio da ACCG foram gastos mais de R$ 6 milhões e no local, atendimentos particulares eram feitos e o dinheiro ia para o bolso dos médicos. “Ainda não podemos dizer nomes, mas médicos eram sócios das empresas”, conclui Bimbati.

Para completar a situação, Denis afirma que o nepotismo era uma prática muito comum na associação. “Denominada como instituição filantrópica, a ACCG usava dinheiro público. Pelo menos pela moral, a situação deveria ser diferente.”

Operação Biópsia
A operação no Araújo Jorge foi desencadeada nesta terça-feira pelo MPE em parceria com o Comando de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar. No total, 65 homens participaram sendo 40 militares do COE, 15 do Serviço de Inteligência da PM e 10 promotores. Entre os presos, quatro funcionários da administração da ACCG e um empresário. Os nomes ainda são sigilosos já que as prisões são temporárias, de apenas cinco dias.

 De acordo com o Comandante de Missões Especiais, coronel Wellington Urzêda, ninguém precisou ser algemado e nem demonstrou resistência na prisão. Um dos detidos estava indo para Anápolis e voltou de forma voluntária ao ser acionado por um promotor. Até a tarde desta terça-feira, os detidos estavam na sede do MPE prestando esclarecimentos. Em seguida, seriam transferidos para a Casa de Prisão Provisória (CPP). Caso seja necessário, o prazo de cinco dias de prisão pode ser aumentado. Urzeda adianta ainda que outros podem ser detidos até quarta-feira.

Material apreendido
Nas residências dos envolvidos foram apreendidos computadores, notas fiscais falsas de medicamentos que teriam sido comprados e outros documentos. “Por meio de tudo que apreendemos descobrimos novas fraudes que até então não sabíamos da existência. Tudo será minimamente analisado”, completa Denis Bimbati.

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Comentários

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  • 29.05.2013 06:33 Divina Eterna Rodrigues

    E ai,como esta o processo desta investigaçâo ? Já concluiu ? o que virou ? Quero noticias. É do meu interesse,perdi minha filha no Araújo Jorge em Março de 2011.

  • 08.02.2012 01:07 Catherine Moraes

    Antônio, corrigimos a informação, foram R$ 6 milhões!

  • 08.02.2012 12:15 ANTONIO BASILIO

    Somente para a construção do prédio da ACCG foram gastos mais de R$ 2 bilhões. Será que lí corretamente??!! 2 BILHÕES??

  • 08.02.2012 11:53 solange

    TEM QUE INVESTIGAR MESMO AGENTE PASSA HORAS E HORAS A ESPERA DE UMA CONSULTA AINDA BEM QUE AINDA SOMOS CONSULTADOS E AQUELES QUE VÃO E NÃO CONSEGUE E FICA MESES A ESPERA DE UMA CIRURGIA QUANDO CHEGA A FAZER PRECISAMOS MUITO DE APOIOS NÃO FINANCEIRO MAS SIM DE PESSOAS QUE LEVEM ESTE CASO A FRENTE SÓ QUEM FAZ TRATAMENTO LA SABE O QUANTO E IMPORTANTE SE ELES NÃO ROUBASSEM SERIA UM ATENDIMENTO MELHOR E NÃO FALTASSEM TANTOS MEDICAMENTOS PODERIA SER DIFERENTE O SUS TA UMA VERGONHA CADA UM QUER TIRAR MAIS VANTAGEM QUE O OUTRO E O PIOR NAS COSTAS DE QUEM SOFRE MUITO COM CANCER ISTO E QUE E DOIDO.

  • 08.02.2012 10:50 jose

    UM ABSURDO, ESSA ASSOCIAÇAO FAZER TANTA MALDADE COM PESSOAS QUE VIVEM A HUMILHAÇAO DE UM TRATAMENTO DE CANCER... CULPAR O SUS E RECEBER O DINHEIRO E DESVIA-LO É CRIME, QUE MORRAM NA CADEIA... VAMOS VER NO QUE DÁ, SE ESSA PIZZA NAO TEM DONOS POLITICOS...

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