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Entrevista

Dra Cristina: "A prefeitura de Goiânia atua no improviso e sem compromisso"

Vereadora critica projeto que reformula IPTU | 23.09.14 - 19:29 Dra Cristina: "A prefeitura de Goiânia atua no improviso e sem compromisso" (Foto: Alberto Maia)
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Vereadora em Goiânia e candidata a deputada estadual, Cristina Lopes (PSDB), critica a forma como a proposta de reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto Territorial Urbano (ITU) vem sendo conduzida pela prefeitura da capital.

Durante entrevista exclusiva ao jornal A Redação nesta segunda-feira (22/9), a vereadora afirmou que vem questionando o formato de atuação da prefeitura. "Se constrói um projeto equivocado, não atualiza a planta de valores e alega tempo curto para que ele seja aprovado. A prefeitura atua de maneira improvisada, sem compromisso."
 
Dra. Cristina, como é conhecida por ser fisioterapeuta, contesta também a maneira como projeto foi votado e aprovado. "A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou o projeto na íntegra com o compromisso de modificá-lo. Não concordo de forma alguma com esse formato. Como que se aprova um projeto com a promessa de alteração depois que ele já foi aprovado? Qual é a nossa garantia de que vai ser alterado? Não tem credibilidade, é como dar um cheque em branco." 

Planta de valores
A vereadora reforça ainda que a modificação do IPTU e do ITU não promovem justiça fiscal. "Não houve revisão honesta na planta de valores. Uma taxa elevada de imposto é injustiça social. Deveria ser feita uma valorização dos imóveis e não da localização e o que venho brigando é que este aumento deve ser progressivo. O que é mais sério é que a prefeitura de Goiânia é uma das que menos investe na cidade, que menos retorna o dinheiro dos impostos para a população. A maioria da arrecadação vai para a folha de pagamento. Não se vê retorno do dinheiro."
 
Outro ponto de desgaste da prefeitura destacado pela vereadora é o projeto de lei que visa a terceirização dos serviços próprios da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Para Cristina, o projeto é especulação e uma "estratégia política erradíssima", porque expõe o prefeito e a base aliada em época de campanha eleitoral.

"É uma proposta muito infeliz. Eu sou defensora do trabalhador e a Comurg já foi referência para o Brasil como uma empresa que prestava serviço de qualidade. Infelizmente a companhia foi usada politicamente, como cabide de empregos." Cristina critica ainda a postura do partido do prefeito. "O PT, que não tem direcionamento para terceirização de serviços, admite essa postura. Por quê está fazendo isso agora? A Comurg deve ser investigada, os supersalários têm que sair da folha de pagamento e o número de funcionários deve ser reduzido."
 
Direitos humanos e da mulher
Conhecida por sua luta pelos direitos humanos e femininos, Cristina é a primeira vítima viva de violência contra a mulher em que o autor do crime foi condenado por tentativa de homicídio com pena exemplar. Em 1986, a vereadora sofreu uma agressão do ex-namorado que resultou em 85% do seu corpo queimado. O julgamento do agressor foi realizado em 1989 e ele foi condenado a 13 anos e dez meses de prisão.
 
Cristina destaca que, por conta da violência sofrida, sua principal motivação é sensibilizar a mulher para a sua própria causa. "Temos que fazer isso até hoje. A mulher não compreende que quando ela condena outra, está condenando a si mesma. Me choca quando a mulher tem uma atitude machista, tento despertar as pessoas para a reflexão. Quero proteger a mulher, não disputo espaço com mulheres, pois o que temos já é muito pouco. Acho que isso é uma forma de fortalecer o gênero. Se eu não fizer isso, quem vai me proteger? O que é missão pra mim hoje é falar de queimaduras, porque não é especialidade médica nas faculdades, e sobre a violência contra a mulher."
 
A vereadora ressalta também que a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal, da qual é presidente, acolhe denúncias e as encaminha para os órgãos competentes. "Dentro desta luta, meu principal trabalho é com o Cevam (Centro de Valorização da Mulher Consuelo Nasser), além do trabalho de construção e ampliação das casas de acolhimento juntamente com a Semira (Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial). Trabalhamos muito na aprovação das pulseiras de monitoramento eletrônico, das quais 500 já foram distribuídas para as mulheres que sofreram violência doméstica e funcionam de forma semelhante ao 'botão do pânico'."
 
Cristina defende também a melhoria da acessibilidade e qualificação dos profissionais da saúde. "Uma de nossas conquistas foi a instalação de uma unidade de queimados no Hugo 2. É um grande êxito que conseguimos no âmbito estadual."
 
Candidata a deputada estadual, Dra. Cristina afirma que sua entrada na política tem o intuito de incentivar outras pessoas a participarem do processo. "Precisamos de mulheres, gente nova com mentalidades sem vícios no fórum de decisão política. Além disso, a população em geral precisa participar, pensar qual é o seu papel, vivenciar mais as decisões e compreender como as coisas acontecem. Há uma falta de atenção muito grande, o que é muito perigoso. Além disso, muitos políticos não têm interesse que as pessoas participem da política", encerrou.
 

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