Carolina Pessoni
Goiânia - O vereador e candidato a vice-governador pelo PT, Tayrone di Martino comentou na tarde desta quarta-feira a (24/9) a
suspensão de 60 dias que ele e Felizberto Tavares sofreram pelo partido em razão da posição contrária ao Paço Municipal que os dois tiveram durante votação do projeto que altera as alíquotas do IPTU e ITU.
Por telefone, o petista afirmou ao jornal
A Redação que ainda não houve notificação oficial do partido sobre a sanção.
"Eu estou sabendo de tudo pela imprensa. Ainda não fui notificado e nem tive direito de defesa. Quando eu for notificado vou me defender e fazer os debates que forem necessários. A executiva do partido devia ter nos chamado e explicado as razões da decisão", afirmou.
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Tayrone fez também duras críticas ao prefeito Paulo Garcia e sua gestão à frente da Capital.
"Eu fui criado politicamente dentro do PT e sempre defendi a construção de um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde a administração pública dá qualidade para a população. O que vemos em Goiânia é uma cidade com problemas ambientais, econômicos, ausência de médicos nos Cais, na educação vemos a falta de Cmeis, falta asfalto, a cidade está no escuro. Se eu fosse prefeito de Goiânia, a cidade não estaria na ingerência que está."
O vereador ainda questionou a posição do partido com relação ao prefeito. "O PT precisa chamar o Paulo para conversar e perguntar: 'Por quê você não está ouvindo o partido?', 'Qual a sua forma de governar?'. Eu farei esse debate dentro do PT."
De acordo com Tayrone, a suspensão não irá interferir na sua candidatura como vice-governador do Estado. "Essa discussão não tem nenhum efeito porque está relacionada ao prefeito de Goiânia. Nem a justiça eleitoral pode alterar porque já acabou o prazo de 20 dias antes do pleito para a troca de candidatos."
Durante a tarde desta quarta-feira (24), Tayrone chegou a postar em seu perfil no Twitter que pedirá a expulsão de Paulo Garcia do partido.
Resposta
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria Municipal de Governo afirmou que os ataques do vereador contra a Prefeitura de Goiânia causaram "estranheza." A nota, assinada pelo secretário municipal de Governo, Osmar Magalhães, destaca que o parlamentar já foi membro do governo em passado recente e, como vereador do PT, sempre esteve ligado diretamente às discussões e ao destino da Capital.
"A atitude do vereador nos faz questionar: a quem interessa de fato, neste momento político, tal comportamento? Os projetos da prefeitura em análise na Câmara foram debatidos por vereadores, setor produtivo e população em audiência pública."
O texto enfatiza que é de conhecimento público o "esforço que a Prefeitura de Goiânia está fazendo para enxugar a máquina administrativa e melhorar os serviços prestados à sociedade" e encerra afirmando que a indisciplina dos dois parlamentares está sendo tratada internamente pelo próprio partido.