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Entrevista

Halim Girade: "Vamos resgatar os hospitais regionais em Goiás"

Secretário ressalta descentralização da saúde | 25.10.14 - 09:16 Halim Girade: "Vamos resgatar os hospitais regionais em Goiás" (Foto: Carolina Pessoni/A Redação)
Adriana Marinelli

Goiânia -
 Atrás apenas de assuntos relacionados à Segurança Pública, temas sobre interiorização da Saúde ajudaram a pautar debates entre os candidatos ao Governo de Goiás nas eleições deste ano. O secretário Estadual de Saúde, Halim Girade, que concedeu entrevista exclusiva ao jornal A Redação, defende que "o Estado nunca avançou tanto na área da Saúde como nos últimos quatro anos". "Trabalho com planejamento é marca do governo Marconi Perillo", disse. 
 
Para Halim, "a verdadeira descentralização da saúde começou em 1987, com o planejamento da construção de dez hospitais regionais em Goiás, no governo  de Henrique Santillo". "O PMDB, que assumiu os governos na sequência, repassou  esses hospitais para os municípios onde eles estavam localizados. E isso foi muito ruim, porque essas cidades não aguentam fazer um custeio de um hospital regional. Mesmo com todos os esforços desses dez municípios, os hospitais estão em situação de dificuldade e, sendo assim, não conseguem atender mais a demanda que deveria atender", acrescenta.
 
Segundo o secretário, o atual governo estaria resgatando o projeto de descentralização dos serviços da Saúde com a implantação da Rede Hugo, dos Ambulatório Médico de Especialidades (AMES), dos Centros de Referência e Dependência Química (Credeq), além dos investimentos nas unidades de saúde do Estado e ampliação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no interior.
 
"Vamos também resgatar os hospitais regionais. Estamos em fase de negociação com os municípios. Se tudo der certo, o Estado também assumirá os custeios dessas unidades, que também passariam a ser administradas por Organizações Sociais (OSs)."
 
AMEs
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) deu início à construção dos AMEs e, de acordo com o responsável pela pasta, a discussão foi iniciada há pouco mais de dois anos. "A proposta para cobrir o Estado todo é de 21 ambulatórios", revela. Os AMEs são centros de diagnóstico de média e alta complexidade e orientação terapêutica. "Três unidades já estão em construção em Goianésia, Formosa e Quirinópolis". 
 
"Cada unidade contará com cerca de 20 especialidades e deverá atender uma área de até 400 mil habitantes, chegando até 7 mil consultas por mês. Esses ambulatórios terão equipamentos de últimas geração."
 
CREDEQs
De acordo com Halim, a regionalização da Saúde em Goiás também contemplará o tratamento dos dependentes químicos. "Vão fortalecer, e muito, a interiorização", diz. Cinco centros estão sendo construídos pelo Estado nas cidades de Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Morrinhos, Goianésia e Quirinópolis. A unidade de Aparecida, segundo o secretário, já está com mais de 98% das obras concluídas e estará em pleno vapor ainda este ano.
 
"No Brasil falta uma referência no tratamento de dependentes químicos. Com essa política estadual, temos grande chance de nos tornarmos essa referência", comenta.
 

Credeq de Aparecida de Goiânia conta com 98% dos trabalhos concluídos (Foto: goianiabr.com.br)
 
Rede Hugo
No que diz respeito aos hospitais, Girade ressalta a construção das unidades no interior do Estado. "Temos o Hospital de Uruaçu, que conta com 52% das obras concluídas. E temos dois outros hospitais no entorno de Brasília: o de Santo Antônio do Descoberto, que já está em construção, e outro em Águas Lindas, que retomaremos a construção em breve", afirma.
 
"Essas duas unidades eram hospitais dos respectivos municípios e nós conseguimos trazê-los para o governo de Goiás e serão finalizados por meio de uma parceria entre a secretaria Estadual de Saúde e o Ministério da Saúde", explica.
 
Questionado sobre a previsão de entrega do Hospital de Urgências da Região Noroeste de Goiânia (Hugo 2), que já conta com a estrutura física concluída, Halim garante que a unidade estará de portas abertas e em pleno atendimento ainda este ano. "Os profissionais que vão trabalhar já começaram a ser chamados e a Organização Social que vai administrar o espaço também. Estamos na fase de montagem e testagem dos equipamentos."
 
"O Hugo 2 está em discussão desde o primeiro ano desde governo Marconi. Trata-se de um hospital de 485 leitos, 80 leitos de UTI e vem para suprir uma grande necessidade de urgência clínica. O Hugo 1 atende grandes traumas, já o Hugo 2, além de grandes traumas, atenderá emergências clínicas. Pneumonia, gastrite, por exemplo, são emergências que o Hugo 1 não faz."


Hugo 2 (Foto: sifaeg.com.br)
 
Além do Hugo 2, o secretário cita investimentos em outras unidades da Rede Hugo, como o caso do Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), que receberá investimento superior a R$ 16 milhões para reforma e ampliação. O hospital ganhará, segundo a SES, 40 novos leitos de enfermaria e 13 de UTI adulto. 
 
Por meio de convênios com os municípios, o Estado também está investindo no fortalecimento hospitalar com a ampliação de leitos de UTI no interior. Desde 2011, quase cem novos leitos desse tipo foram inaugurados nas cidades de Anápolis, Nerópolis, cidade de Goiás, Itumbiara, Rio Verde, Jataí, Santa Helena e Aparecida de Goiânia. 

"Como proposta para o próximo governo, temos o projeto da construção de um hospital semelhante ao Hugo 2 no entorno Sul de Brasília", completa. 

Eleições
Durante a entrevista, Halim Girade lamentou o fato de assuntos relacionados à Saúde terem sido politizados durante as eleições deste ano. Ao comentar sobre programas eleitorais do candidato Iris Rezende (PMDB), que chegou a afirmar que as obras do Hospital de Santo Antônio do Descoberto estariam abandonadas, Halim foi direto.

"É uma falta de respeito com o povo goiano. O fato de terem falado que aquele hospital [de Santo Antônio do Descoberto] não estava em obras é prova do mau uso das informações na época das eleições. Eu fico muito triste, pois é uma forma de enganar o povo goiano. As pessoas precisam ser mais sérias." 
 

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