Brasília - O dólar abriu em forte alta nesta quarta-feira (4/3). Às 11h45, a moeda americana tinha valorização de 2,57%, cotada a R$ 2,994, na máxima do dia. A cotação não chegava este patamar desde 18 de agosto de 2004, quando o dólar chegou a bater a marca de R$ 3,010 na máxima daquele dia.
No ano, o dólar sobe mais de 12% e em 12 meses, mais de 27%. Há um mês, a moeda era negociada no patamar de R$ 2,75. No mesmo horário, a Bolsa caía 1,44%, ao nível dos 51,303 mil pontos.
Algumas preocupações rondam o mercado nesta quartafeira. Os sinais de maior dificuldade e possível atraso para a aprovação do ajuste fiscal pretendido pelo governo no Congresso Nacional deterioram as expectativas nos mercados. Também pesa a desconfiança de que o governo poderá suspender ou alterar as condições do programa de swap cambial a partir de 1º de abril. Ou seja, o Banco Central suspenderia as atuações no mercado para tentar conter o grande avanço da moeda americana.
A apresentação da que incluiria os nomes dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, entre os políticos supostamente envolvidos nos esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal já desencadeou reações negativas em Brasília, que elevam a cautela nos mercados. Calheiros não foi ao jantar oferecido ao PMDB pela presidente Dilma Rousseff na segundafeira à noite, e na terçafeira o presidente do Senado também devolveu ao Executivo a medida provisória que.
O governo foi rápido e já enviou ontem mesmo ao Senado um projeto de lei, com urgência constitucional, com o mesmo teor da MP. No entanto, a apreciação dessa matéria deve ser mais lenta e tende a retardar a adoção das medidas de ajuste fiscal, o que pode comprometer o cumprimento da meta de ajuste de 1,2% do PIB do País.
O risco político é um dos pontos que serão avaliados, juntamente com as incertezas na economia, pelas agência de classificação de risco. Os representantes da agência Standard & Poor's desembarcam nesta quartafeira, 4, em Brasília e , nos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Na terçafeira, 3, a agência Fitch Ratings, que deve chegar ao País no próximo dia 16, avaliou em relatório que cortar despesas neste ano será algo "desafiador" para o Estados brasileiros do ponto de vista político e após gastarem em excesso em 2014 com as eleições. A Fitch previu ainda que as margens operacionais de muitos Estados vão se deteriorar no curto prazo.
Na agenda interna, o IBGE informou que a ante dezembro, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas, mas em relação a janeiro de 2014 a produção da indústria brasileira caiu 5,2%. Em 12 meses até janeiro, a produção industrial nacional acumula queda de 3,5%. (Agência Estado)