Carolina Pessoni
Goiânia - O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha pelo homicídio de Adailton dos Santos Farias, de 23 anos, ocorrido em 31 de julho do ano passado. Esta é a sétima denúncia por homicídio do MP contra Tiago, a primeira contra um homem.
Segundo consta na denúncia, Adailton tinha saído de casa para se encontrar com uma amiga e foi abordado pelo vigilante quando voltava para casa. Ao se aproximar da vítima, Tiago apontou uma arma de fogo e ordenou que o jovem colocasse as mãos no chão. O jovem obedeceu e, logo após, foi atingido por dois tiros disparados por Tiago, o que fez com que ele morresse na hora.
De acordo com informações do MP-GO, Adailton era do Pará e estava em Goiânia há cerca de 1 ano e 3 meses. Solteiro, ele morava com dois amigos, era religioso, trabalhador, não possuía envolvimento com drogas, nem inimizades. Tiago não o conhecia.
Confissão
Em depoimento, Tiago confessou ter matado Adailton. Ele afirmou que foi o 32º assassinato e descreveu a vítima como um rapaz moreno, que foi abordado em uma das ruas do Setor Rodoviário.
Ele relatou ainda que obrigou o rapaz a se deitar na calçada e atirou duas vezes nas costas. A descrição feita pelo vigilante coincide com o depoimento da amiga de Adailton, que testemunhou o crime.
De acordo com o promotor Maurício Gonçalves de Camargo, que ofereceu a denúncia, o exame de confronto microbalístico, que comparou uma bala encontrada no local do crime com um projétil padrão disparado pela arma apreendida na casa de Tiago, teve o resultado prejudicado devido aos danos da munição encontrada no local.
Na denúncia, o promotor destaca que “o crime foi praticado por motivo torpe, decorrente da satisfação mórbida de prazer que o denunciado nutria ao matar pessoas, escolhendo suas vítimas aleatoriamente, fato por ele próprio confessado”.
Ele acrescenta que também está claro que a forma como o crime foi praticado dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima, já que Adailton foi abordado de surpresa pelo denunciado que o rendeu, para, em seguida, determinar que deitasse no chão e efetuasse os tiros.