A Redação
Goiânia - O Centro de Valorização da Mulher Consuelo Nasser (Cevam) completa 34 anos de existência em 2015. A instituição surgiu em 1981, quando Eliane Gramont foi morta por seu ex-marido, o cantor Lindomar Castilho. O homem a assassinou motivado por ciúmes e teve que se retirar de uma apresentação que faria em Goiânia pelo protesto de um grupo de feministas em Frente ao Ginásio Rio Vermelho, no centro da capital.
"Eliane Gramont não vai cantar hoje. Ela está morta", dizia o grupo de meia dúzia de feministas, liderado pela jornalista Consuelo Nasser. O grupo passou a se reunir semanalmente na sala de estar da também jornalista Linda Monteiro. Nas discussões, o cenário constrangedor e letal vivenciado pelas mulheres em Goiás.
Hoje, o Cevam não se limita a uma trincheira contra a sociedade patriarcal. A entidade se adaptou às demandas e, há 15 anos, mantém dois programas - o Nove Luas e o Castelo dos Sonhos. O primeiro é voltado para o atendimento de mulheres vítimas da violência doméstica, que em sua maioria, chegam acompanhadas por seus filhos.
Já o segundo programa é direcionado à população de jovens mulheres abusadas sexualmente. Durante todo o tempo de existência das iniciativas, mais de 25 mil mulheres já foram acolhidas. Perto da comemoração de Bodas de Coral, que marca os 35 anos, o Cevam elegeu o 2015 como o ano da Solidariedade do Voluntariado. O centro considera determinante o olhar coletivo das pessoas, já que não conta com fonte perene de renda.
A presidente do Cevam, Maria Cecília do Vale, ressalta a diferença realizada pelo trabalho voluntário. "O voluntariado e a solidariedade tem sido parceiros valiosíssimos do Cevam. Dificilmente sem estes apoios poderíamos cumprir o papel de acolher e salvar da tragédia tantas pessoas", explica.
(Foto: reprodução/ Cevam)
