A Redação
Goiânia - Antes de passar a presidência da Nigéria para Muhammadu Buhari, na sexta-feira (29/5), o então presidente Jonathan Goodluck assinou, na última semana, lei que criminaliza a mutilação genital feminina no país.
Segundo o International Business Times, cerca de 19,9 milhões de nigerianas foram submetidas a esta prática, comum no país, para impedir que mulheres sintam prazer durante o ato sexual. Há cerca de 130 milhões de vítimas desse tipo de operação vivas atualmente, segundo a Unicef. Os motivos de tal procedimento geralmente são de origem cultural e religiosa.
Ainda de acordo com o International Business Times, especialistas afirmam que a lei pode impactar a criação de outros dispositivos legais em outras 26 nações africanas, onde a prática ainda ocorre. Além da mutilação genital, a lei também proíbe o abandono de dependentes - mulher, filhos e outros - sem condições de sustento.
Nos locais onde o método ainda é adotado, geralmente a operação é feita de forma rudimentar, sem anestesia e em condições de higiene “catastróficas”, de acordo com a Desert Flower Foundation. Facas, tesouras, lâminas e até cacos de vidro podem ser usados nos procedimentos, geralmente feitos até os 15 anos da vítima.
Dados da Unicef mostram que a prática se alastra principalmente na Somália e na Guiné, onde 98% e 97% da população feminina foi mutilada, respectivamente. Caso a prática não seja inibida, 30 milhões de mulheres podem sofrer mutilação genital na próxima década.
A Unicef, no entanto, afirma que a situação está melhorando, ainda que em um ritmo muito abaixo do ideal. A chance de uma menina ser cortada hoje em dia é um terço menor do que era há 30 anos. A OMS afirma que a mutilação causa sérios riscos como hemorragia, tétano, infertilidade e a necessidade de outras cirurgias para reparar o estrago. (Com informações de geledes.org.br)